Opinião

Uma questão de peso

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

É preciso mudar a realidade das mesas dos brasileiros: menos fast food e mais comidas frescas e atividade física. Pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde aponta que a obesidade é uma realidade para milhares de brasileiros: 53% da população estão com excesso de peso e 45,8% praticam uma atividade física insuficiente.

Este diagnóstico revela um grave problema de saúde pública que, a cada ano, assume maior relevância devido aos problemas causados. Tem sido divulgado constantemente nos meios de comunicação que a obesidade aumenta a incidência de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares, respiratórias, osteoarticulares, hipertensão arterial, insuficiência vascular periférica, trombose, cálculo biliar, cálculo renal, distúrbios hormonais, diabete, câncer de rim e câncer hormônio-dependente, como mama, próstata, pâncreas e outros.

Estudos apontam que a mudança de hábitos alimentares é necessária para reduzir esses índices de obesidade e sobrepeso. E a política pública quer incentivar as pessoas a comerem melhor, de forma a prevenir e controlar a obesidade e o sobrepeso no país, além de garantir mais segurança e efetividade clínica e científica aos profissionais de saúde.

A obesidade é o terceiro ônus social mais caro no mundo, atrás apenas do fumo e da violência provocada pelas guerras

A obesidade é o terceiro ônus social mais caro no mundo, atrás apenas do fumo e da violência provocada pelas guerras e pelo terrorismo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é uma das doenças que mais tem crescido nos últimos anos em nível global. Os índices de obesidade e sobrepeso quase triplicaram desde 1975. No Brasil, acredita-se que um em cada cinco adultos e quatro em cada cinco adolescentes não praticam atividade física de forma suficiente”. Com consequência, o impacto sobre o Sistema Único de Saúde também tem crescido. O alerta é geral, considerando que a obesidade é uma doença crônica e multifatorial.

Conforme pesquisa da OMS em 2018, o número de pessoas que faziam atividades insuficientes totalizava 1,4 bilhão de pessoas. No último fim de semana, quando se comemoram o Dia da Atividade Física (6) e o Dia Mundial da Saúde (7), a Agência Nacional de Saúde Suplementar lançou o projeto Movimentar-se É Preciso. Por meio do seu Programa de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos de Doenças (Promoprev), a agência estimula as operadoras de saúde a realizarem programas voltados a atividades físicas para seus beneficiários.

Atualmente, existem 1.822 programas Promoprev cadastrados junto à ANS, contemplando cerca de 2,25 milhões de beneficiários de planos de saúde. O número de programas cresceu 432% em sete anos. Das 743 operadoras médico-hospitalares ativas com beneficiários, 394 –53% do total – têm programas desse tipo na ANS. Das 394 operadoras exclusivamente odontológicas ativas com beneficiários, somente 15 (4,27%) têm programas na ANS.
Para apoiar os esforços dos países e comunidades em atingir a meta de redução de sedentarismo, a OMS lançou, no último ano, um plano de ações que incentiva as pessoas a estar mais ativas todos os dias.

A atividade física regular é fundamental para prevenir e tratar doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), entre as quais se incluem as doenças cardiovasculares, diabetes e câncer, além das doenças mentais.

Segundo a ANS, essas enfermidades são responsáveis por 71% de todas as mortes no mundo, incluindo as mortes de 15 milhões de pessoas por ano entre 30 e 70 anos. Além de constituir um desafio para a saúde, a inatividade física custa cerca de US$ 54 bilhões em todo o mundo em assistência médica direta, dos quais 57% são incorridos pelo setor público.

Diante dos fatos, constata-se que existe hoje uma geração obesa que por conta dos sérios problemas de saúde onera os cofres da saúde pública e privada. É preciso dar um basta nessa epidemia do século XXI.

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