Mudanças

Bolsonaro faz segunda troca em seu primeiro escalão em 100 dias de gestão

Presidente da República demitiu Ricardo Vélez do Ministério da Educação e escolheu Abraham Weintraub para comandar a pasta; antes, Bolsonaro demitiu Gustavo Bebianno da Secretaria Geral de Governo ainda em fevereiro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Presidente Bolsonaro escolheu Abraham Weintraub para a Educação
Presidente Bolsonaro escolheu Abraham Weintraub para a Educação (Abraham Weintraub)

Brasília

O presidente Jair Bolsonaro anunciou em rede social, ontem, a demissão do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, e informou que o novo ministro será Abraham Weintraub. Bolsonaro reuniu-se com Vélez em um encontro na manhã de ontem que não foi divulgado na sua agenda oficial. Weintraub ocupava o cargo de secretário-executivo na Casa Civil. Ele se ligou ao governo eleito ainda na época da transição.
O novo ministro terá como missão debelar a crise de gestão por que passa a pasta da Educação, uma das mais importantes da Esplanada dos Ministérios.
Vélez Rodríguez, colombiano naturalizado brasileiro, tinha tomado posse como ministro da Educação em 1º de janeiro e, além das polêmicas geradas por declarações, enfrentava "guerra interna" por desentendimentos entre militares e "olavistas".
Na sexta-feira, 5, em café da manhã com jornalistas, Bolsonaro disse que o ministro poderia deixar o cargo nesta segunda. Velez, que participava de um evento em Campos do Jordão (SP), contudo, declarou que não entregaria o cargo. Desde janeiro, houve pelo menos 14 trocas em cargos importantes no Ministério da Educação.
A saída de Vélez é a segunda baixa do governo Bolsonaro. Há cerca de um mês, Gustavo Bebianno deixou a Secretaria-Geral após crise envolvendo o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente da República.

“Marxismo Cultural”
Jair Bolsonaro ainda não havia sido empossado quando Abraham Weintraub e seu irmão Arthur foram à Cúpula Conservadora, evento idealizado por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em dezembro, e lá defenderam um expurgo do "marxismo cultural" nas universidades. Quem os viam como aliados natural nessa batalha: Olavo de Carvalho.
Os irmãos, à época, integravam a equipe de transição do presidente eleito e, voltados ao direito previdenciário, ajudaram a formular programas do então futuro governo nessa área.

Crise
A saída de Vélez era ensaiada havia algumas semanas por causa da crise permanente na pasta, expondo uma disputa entre militares e seguidores do escritor Olavo de Carvalho. Weintraub foi apresentado a Bolsonaro por Onyx, mas o novo ministro da Educação tem proximidade com Olavo de Carvalho. O presidente escolheu um nome afinado ideologicamente com Olavo, mas sem vinculação direta com os grupos que disputam espaço.
A lógica, segundo auxiliares do governo, foi evitar mais briga entre olavistas e militares.
Apesar de ter sido anunciado pelo presidente como doutor, a plataforma Lattes indica que o economista tem apenas mestrado, finalizado em 2013 na FGV.
O site da Unifesp, onde o novo ministro leciona, também informa que Abraham possui mestrado. Na carreira profissional, segundo o currículo oficial, foi diretor estatutário do Banco Votorantim, CEO da Votorantim Corretora no Brasil e da Votorantim Securities nos Estados Unidos e na Inglaterra.

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