Repressão

Arábia Saudita prende oito ativistas que defendem direitos humanos

Dois são cidadãos americanos, após Congresso dos EUA pedir fim do apoio à coalizão no Iêmen

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Manifestantes vestidos de Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, e Donald Trump, presidente dos EUA
Manifestantes vestidos de Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, e Donald Trump, presidente dos EUA (Reuters)

RIAD - Ao menos oito pessoas foram detidas em uma nova grande operação policial na Arábia Saudita , incluindo ativistas que defendem os direitos humanos . Dois dos presos são cidadãos dos Estados Unidos, país aliado do reino. O Congresso americano, na semana passada, apoiou uma resolução que pede ao presidente Donald Trump o fim do apoio à coalizão saudita na guerra no Iêmen .

A organização de defesa dos direitos humanos ALQST, com sede em Londres, identificou os cidadãos americanos, que têm dupla cidadania, como Bader al Ibrahim, médico e escritor, e Salah al Haidar, filho de Aziza al Yusef, uma importante ativista que está sendo julgada pela sua militância pelos direitos femininos. Segundo o grupo, ambos são "escritores e blogueiros" favoráveis a reformas no reino.

"As autoridades sauditas parecer dispostas a fazer qualquer coisa para calar as pessoas que ousam falar ou mesmo expressar suas opiniões em privado ou em público", criticou Samah Hadid, diretora para o Oriente Médio da Anistia Internacional.

Personalidades

Esta é a primeira ação de repressão contra personalidades da sociedade civil na Arábia Saudita desde o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em outubro do ano passado. A morte do colunista do "The Washington Post" no consulado da Arábia Saudita em Istambul abalou gravemente a imagem do reino, levando o Congresso americano a pressionar Trump a rever seus próximos laços com a cúpula do regime.

No Iêmen, o Pentágono tem fornecido "apoio não-combatente" à coalizão liderada pela Arábia Saudita, incluindo armas e informações. Desde o fim de 2018, os EUA já suspenderam suas operações de abastecimento da aviação saudita.

A Arábia Saudita também é muito criticada pelo julgamento de 11 mulheres, entre elas Aziza al Yusef, por diversas acusações, incluindo contatos com meios de comunicação estrangeiros, diplomatas e ONGs de defesa dos direitos humanos.

Algumas das detidas denunciam que foram vítimas de tortura e abusos sexuais, o que o governo saudita nega. A irmã de Lujain al-Hathlul, uma das ativistas presas, disse nesta semana que foi pressionada por pessoas próximas ao regime para manter silêncio sobre as condições de sua detenção.

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