Justiça Federal

Michel Temer vira réu por lavagem de dinheiro

Justiça federal de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público no caso da reforma da casa da filha do ex-presidente, Maristela Temer, que custou mais de R$ 1,6 milhão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Michel Temer virou réu em ação que trata da reforma de R$ 1,6 milhão da casa de sua filha, Maristela Temer
Michel Temer virou réu em ação que trata da reforma de R$ 1,6 milhão da casa de sua filha, Maristela Temer (Michel Temer)

São Paulo

O ex-presidente Michel Temer (MDB) está novamente no banco dos réus. Agora, o emedebista vai responder pelo crime de lavagem de dinheiro na reforma da casa de sua filha Maristela Temer, em São Paulo.
A Justiça Federal na capital paulista aceitou a denúncia da força-tarefa da Operação Lava Jato ontem. A acusação alcança, além de Temer e de sua filha, o coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, e sua mulher Maria Rita Fratezi.
"A narrativa é clara o suficiente para permitir o exercício do direito de defesa e os fatos narrados configuram, em tese, infração penal. A denúncia é ainda lastreada em indícios mínimos de autoria e de materialidade da infração penal imputada aos acusados", afirmou o juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Federal
Segundo a Procuradoria da República, a reforma custou R$ 1,6 milhão. A Lava Jato afirma que as obras ocorreram entre 2013 e 2014 e foram bancadas com dinheiro de corrupção e desvios que teriam ocorrido entre 2012 e 2016.
A denúncia aponta que o "Quadrilhão do MDB" - alvo de denúncia da Procuradoria-Geral da República e depois do Ministério Público Federal de Brasília - arrecadou propina da Engevix para que a empreiteira assumisse as obras de engenharia de usina nuclear de Angra 3 por meio da AF Consult Brasil, empresa criada com consultoria do coronel Lima.
A Procuradoria em São Paulo aponta que a empresa teria desviado quase R$ 11 milhões em recursos públicos destinados às obras da usina - R$ 10 milhões da Argeplan e R$ 1,1 milhão da PDA (outra empresa do coronel) - e mais R$ 1 milhão pagos pela J&F em espécie.
O ex-presidente é réu em outras três ações penais: uma na Justiça Federal em Brasília e duas na Justiça Federal no Rio. Na capital federal, Temer é acusado no caso da mala dos R$ 500 mil.

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