Conflito

EUA: aprovado fim do apoio à Arábia Saudita na Guerra do Iêmen

Senado já aprovou a medida, que deve ser vetada pelo presidente Trump. ONU considera situação do Iêmen a maior catástrofe humanitária do mundo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Deputados democratas falam sobre decisão de por fim ao apoio à Arábia Saudita no Iêmen
Deputados democratas falam sobre decisão de por fim ao apoio à Arábia Saudita no Iêmen (Reuters)

ESTADOS UNIDOS - A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou ontem, 4, o fim do apoio à Arábia Saudita na Guerra do Iêmen. Os sauditas, apoiados pela Casa Branca, lideram uma coalizão de apoio ao governo iemenita contra os rebeldes houthis. O conflito no pequeno país do Oriente Médio causou o que a ONU considera a maior catástrofe humanitária do mundo (leia mais no fim da reportagem).

Como o Senado aprovou a retirada em março, a decisão, agora, segue para sanção do presidente Donald Trump. A expectativa, no entanto, é de que ele vete a medida. De acordo com a agência Associated Press, a Casa Branca manifestou "sérias preocupações constitucionais" em relação ao voto da Câmara, de maioria oposicionista.

A chefia do Comitê de Relações Exteriores da Câmara afirma que a situação do Iêmen pede "liderança moral" aos Estados Unidos.

"O presidente vai ter de encarar a realidade de que o Congresso não ignora mais suas obrigações constitucionais a respeito das relações exteriores", afirmou à AP o presidente do comitê, o deputado democrata Eliot Engel.

Do outro lado, os deputados do Partido Republicano – o mesmo de Donald Trump – alertam que as consequências da decisão da Câmara vão além da Guerra do Iêmen.

"A medida pode afetar aos acordos de cooperação em segurança com mais de 100 países" disse o deputado republicano Michael McCaul.De acordo com a agência AP, a votação também sinaliza um repúdio do Congresso ao assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, em outubro do ano passado, dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia.

Khashoggi, crítico do regime saudita, trabalhava para o jornal norte-americano "Washington Post". O caso estremeceu as relações do país árabe com os Estados Unidos, mas, posteriormente, o presidente Trump baixou o tom com o governo da Arábia Saudita – o que gerou críticas de aliados e oposicionistas.

Bombardeios

Arábia Saudita e aliados iniciaram os bombardeios ao Iêmen em março de 2015 para apoiar o governo iemenita contra os rebeldes houthis – representantes da minoria xiita que vive no país e que contam com o apoio do Irã, rival dos sauditas no Oriente Médio.

Os conflitos deixaram ao menos 10 mil mortos, segundo a Organização Mundial da Saúde. E, além das vítimas dos confrontos armados, outras dezenas de milhares de pessoas morreram em decorrência da fome e das doenças provocadas pela guerra.

A guerra no Iêmen

Em dezembro, representantes governistas e dos rebeldes houthis concordaram em um cessar-fogo na cidade portuária de Hodeida – maior porta de entrada para o abastecimento no Iêmen. Porém, a violência no país continuou neste ano.

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