Espionagem

Edilázio protocola pedido a Moro de apuração de caso de espionagem no MA

Deputado federal alertou ministro sobre possível investigação clandestina realizada pela SSP contra desembargadores do TJ; denúncia foi feita por Thiago Bardal, ex-superintendente da Seic no estado

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Edilázio Júnior quer apuração da PF no caso do pedido de investigação da SSP contra desembargadores
Edilázio Júnior quer apuração da PF no caso do pedido de investigação da SSP contra desembargadores (Edilázio júnior)

Ronaldo Rocha
Da Editoria de Política

O deputado federal Edilázio Júnior (PSD) protocolou ontem, no Ministério da Justiça, pedido ao ministro Sergio Moro de apuração da denúncia levantada pelo ex-superintendente de Investigações Criminais (Seic), Thiago Bardal, de espionagem contra desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ) do Maranhão.
Pela denúncia de Bardal - que é delegado de Polícia Civil -, o secretário de Estado da Segurança Pública, Jefferson Portela (PCdoB) havia determinado à superintendência da Seic uma investigação clandestina aos magistrados Guerreiro Júnior, Fróz Sobrinho, Nelma Sarney e Tyrone Silva.

Escândalo
Edilázio classificou o caso como um escândalo nacional e pediu ao ministro Moro uma intervenção da Polícia Federal (PF) na apuração da denúncia. No ofício, ele lembrou que as declarações do delegado foram dadas no bojo de uma audiência na Justiça.
Em entrevista concedida ao Programa Ponto Final, da Mirante AM, conduzido pelo radialista Roberto Fernandes, o parlamentar explicou o teor do pedido.
“Acabei de protocolar o ofício com pedido. Se assim o ministro entender, que coloque a Polícia Federal para investigar o depoimento do ex-superintendente Thiago Bardal, que disse em alto e bom som que o secretário de Segurança mandou que fossem investigados quatro desembargadores. Eles não têm competência para isso. Só quem pode investigar desembargador é o STJ. Então, ele fez isso de forma irregular, de forma clandestina. Ele também afirma que o secretário pediu para que não fosse reaberto a investigação sobre a morte do jornalista Décio Sá. Um crime bárbaro”, pontou.
Na entrevista, Edilázio explicou o motivo de pedir intervenção da Polícia Federal no caso. “Não existe a menor possibilidade de haver isenção da Polícia Civil numa apuração como essa. E para citar como exemplo, basta lembrar do que aconteceu no ano passado, com uma sindicância feita pela Polícia Militar para apurar quem seriam os responsáveis pelos memorandos que determinavam o fichamento de adversários políticos do governador Flávio Dino. Nunca houve um resultado concreto, não se tem nenhuma notícia de quem foi o responsável, se foi afastado ou promovido”, enfatizou.
“Se a Polícia Federal identificar os responsáveis, que sejam punidos. E se o delegado Thiago Bardal estiver faltando com a verdade, ele também pode responder por calúnia e difamação, uma vez que ele faz graves denúncias contra o secretário de Segurança que é filiado ao partido do governador Flávio Dino. Vale ressaltar que ele [Jefferson Portela] é delegado de carreira, mas hoje exerce um cargo político. Por isso é preciso que haja uma isenção”, completou.
Edilázio afirmou deverá ter uma audiência com o ministro Sergio Moro nos próximos dias. Ele aproveitará a ocasião para tratar do tema.

OUTRO LADO

O secretário Jefferson Portela reagiu na semana passada, à denúncia do ex-superintendente da Seic, delegado Thiago Bardal. Ele rechaçou qualquer determinação de espionagem a desembargadores e negou que tenha mandado “engavetar” um pedido de reabertura das investigações do caso Décio Sá. Sobre o último caso, contudo, em entrevista à Rádio Mirante AM, ele admitiu ter recebido Thiago Bardal em seu gabinete com o pedido formulado pelo então deputado estadual Raimundo Cutrim, para reabrir as investigações do covarde assassinato do jornalista Décio Sá.

Deputado explica ação contra o Governo por precariedade de MA-315

O deputado federal do PSD, Edilázio Júnior, explicou ontem em entrevista à Rádio Mirante AM, o motivo de ter ingressado com uma ação na Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís contra o Governo do Estado.

Ele falou da precariedade da MA-315, que liga Barreirinhas ao município de Paulino Neves, rodovia que foi inaugurada há apenas três meses e de indícios de irregularidades na liberação de recursos para a obra.

O juiz que cuida do caso, Douglas de Melo Martins, deferiu o pedido de liminar de Edilázio, para que o Governo do Estado, num prazo de 72 horas, explicasse um aditivo de R$ 2 milhões liberados para a empresa responsável pelos serviços, mas que vai de encontro ao que determina cláusula contratual.

“Essa obra se refere a uma das mais importantes e belas rodovias estaduais e do país, uma vez que percorre parte da extensão dos Lençóis Maranhenses e leva turistas para município considerado polo turístico do estado. Inaugurada recentemente está completamente deteriorada e provoca constrangimento não só aos turistas que percorrem o local, mas para todo o povo maranhense. É inadmissível que um serviço entregue há apenas três meses esteja nessa situação de degradação. É muito descaso com os recursos públicos e com a população”, completou.

Ele também falou do aditivo. “Há um aditivo de R$ 2 milhões, mas no próprio contrato há uma cláusula que determina que somente pode haver qualquer tipo de reajuste, após 12 meses de iniciada a obra. No entanto, o aditivo foi liberado com apenas 6 meses. Vale ressaltar que a obra é de péssima qualidade”, finalizou.

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