Guaidó desafia chavistas e diz que ''nada o deterá''

Assembleia Nacional Constituinte, controlada pelo governo, autorizou avanço de processo penal contra líder

Reação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Líder opositor Juan Guaidó cumprimenta apoiadores em Caracas
Líder opositor Juan Guaidó cumprimenta apoiadores em Caracas (Reuters)

CARACAS - O líder opositor Juan Guaidó afirmou que "nada o deterá" em seu empenho de tirar do poder o presidente Nicolás Maduro, em sua primeira reação depois da suspensão de sua imunidade parlamentar pela Assembleia Nacional Constituinte, controlada pelo governo chavista.

Na terça-feira, 2, em votação unânime, a Constituinte retirou o foro do presidente da Assembleia Nacional, de maioria opositora, e autorizou o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) a dar "prosseguimento ao processo penal contra o deputado". A Corte investiga o opositor pela acusação de usurpar os poderes de Maduro.

"Se detiverem o presidente da República, se derem um golpe de Estado, terão que responder também aos 60 países que me reconhecem" desafiou Guaidó ante um grupo de apoiadores e jornalistas, na noite de terça-feira, no bairro Santa Fé, em Caracas. "Se querem avançar (na repressão a ele), façam-no, mas que assumam as consequências".

Guaidó se proclamou presidente interino com apoio do Parlamento em 23 de janeiro, depois de o Legislativo de maioria opositora declarar Maduro "usurpador" por haver iniciado um segundo mandato no dia 10 daquele mês após eleições consideradas não democráticas.

Manifestação

O presidente da Assembleia Nacional aproveitou para convocar os apoiadores a participarem em massa de uma manifestação que já estava programada para o próximo sábado,6.

"Quero saber quem das Forças Armadas ou dos corpos de segurança vai se prestar a sequestrar o presidente da República", desafiou Guaidó. "O povo está determinado, e nada vai nos deter. Eles só ganham um pouco de tempo, que o venezuelano perde".

Reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, Guaidó insistiu que a Constituinte carece de legitimidade para retirar a imunidade parlamentar e, com isso, dar luz verde a um julgamento penal do opositor.

"Não há que responder ante um organismo que não existe. O que é necessário é responder ao povo da Venezuela", disse ele.

Segundo o parlamentar, "dezenas" de presidentes e chanceleres lhe telefonaram "preocupados" com a decisão da Constituinte e reiteraram o respaldo à oposição venezuelana. Guaidó ressaltou que a comunidade internacional qualificou a deliberação contra ele como "arbitrária".

"Sabemos que, a eles (chavistas), resta a força bruta. A nós, resta a audácia", apontou.

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