Se acordo

Britânicos não terão novos adiamentos para o Brexit

Debates do Brexit passaram de 500 horas no Parlamento Britânico; Juncker diz que UE não fará novo adiamento; a saída sem acordo à meia-noite de 12 de abril é agora um cenário bem provável

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
O governo da primeira-ministra britânica Theresa May sofreu duas baixas ontem
O governo da primeira-ministra britânica Theresa May sofreu duas baixas ontem (Reuters)

LONDRES - Desde o referendo do Brexit de 2016, a Câmara dos Comuns realizou mais de 500 horas de debates sobre as modalidades para o Reino Unido deixar a União Europeia (UE). Até agora, sem resultados.

Enquanto isso, ontem, 3, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que os britânicos não terão novos adiamentos para o Brexit, a menos que o Parlamento em Londres ratifique o acordo de saída até o limite máximo de 12 de abril. Na terça, 2, Theresa May defendeu que a data fosse novamente postergada.

"O décimo segundo dia de abril é o prazo final para a aprovação do Acordo de Retirada pela Câmara dos Comuns", disse Juncker ao Parlamento Europeu. "Se isso não for feito até lá, então nenhum breve adiamento será possível."

A saída "sem acordo à meia-noite de 12 de abril é agora um cenário bem provável. Não é o desfecho que quero. No entanto, é um desfecho para o qual me certifiquei de que a UE está pronta."

Debates intermináveis

A primeira-ministra Theresa May literalmente perdeu a voz em março, depois de tanto tentar convencer os deputados a votarem a favor do acordo que ela negociou com Bruxelas.

Das regras fitossanitárias às modalidades de pesca nas águas territoriais britânicas, passando pela criminalidade, mas também pelos serviços de restauração no setor público, o Parlamento examinou todos os aspectos de uma saída britânica do bloco. Foram discussões sem fim para um Brexit que ainda nem começou.

Deixaram cargos

O governo de Theresa May sofreu duas baixas ontem, 3. O conservador Nigel Adams renunciou ao cargo de ministro do País de Gales após May oferecer a possibilidade de negociações com o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, para resolver o impasse do Brexit.

Além dele, o secretário de estado para o Brexit, Chris Heaton-Harris, também renunciou ao cargo por divergir do pedido feito pela premiê de um novo adiamento da saída da União Europeia. Heaton-Harris era responsável pela preparação de uma saída do bloco em caso de não aprovação do acordo.

Mais

Números de maior destaque

nas longas discussões do Brexit

3 - número de vezes que a Câmara dos Comuns rejeitou o tratado de retirada assinado em maio com a UE, após um ano e meio de negociação.
12 - número de opções alternativas apresentadas pelo Parlamento ao acordo de May nas últimas duas semanas.
0 - número de alternativas aprovadas pelos deputados.
1 - número de vezes que o Partido Conservador tentou afastar May do cargo, devido a sua gestão do Brexit. Em 12 de dezembro, a primeira-ministra sobreviveu a esse desafio, quando 200 conservadores a apoiaram, e 117 pediram sua renúncia.
1 - número de vezes que a oposição trabalhista tentou expulsar May do governo, devido a sua gestão do Brexit. Em 16 de janeiro, a chefe de Governo sobreviveu a uma moção de desconfiança, rejeitada por 325 votos contra 306.
501 - número de horas dedicadas ao Brexit na Câmara dos Comuns entre o referendo de junho de 2016 e 29 de março de 2019, data inicialmente prevista para o Brexit.
33 - número de horas que May passou fazendo declarações oficiais sobre a saída da UE. Isso não inclui as sessões de perguntas semanais, onde a cada semana ela fala por cerca de uma hora.
200 - número de horas dedicadas ao Brexit em várias comissões parlamentares.

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