Respeito

Bolsonaro diz que não quer ''encrenca'' com palestinos

Autoridade Palestina e Hamas questionaram abertura de escritório brasileiro em Jerusalém; pouco antes de deixar Israel, presidente afirmou que pretende visitar o mundo árabe, sem especificar o país que está nos planos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
O presidente Bolsonaro disse ontem em Israel que respeita o povo palestino
O presidente Bolsonaro disse ontem em Israel que respeita o povo palestino (Reuters)

JERUSALÉM - O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que respeita os palestinos, no encerramento de uma visita a Israel em que fortaleceu os laços com o Estado judeu e anunciou a abertura de um escritório de representação brasileira em Jerusalém. A decisão foi considerada o primeiro passo para a transferência da embaixada para a cidade que está no centro do conflito árabe-israelense.

"Respeito o povo palestino, não posso concordar com grupos terroristas. Aí complica, né? Senão estaria contra a minha biografia, eu que combati esse pessoal da esquerdalha desde 70, quando era garoto, no Vale do Ribeira, o grupo do Lamarca", disse o presidente, em referência ao capitão do Exército Carlos Lamarca, que desertou para liderar grupos armados contra a ditadura militar.

Embora o Brasil tenha enfatizado que o novo escritório a ser inaugurado em Jerusalém não terá status diplomático, a iniciativa gerou protestos tanto da Autoridade Nacional Palestina como do grupo radical islâmico Hamas, que estão à frente das administrações palestinas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, respectivamente. Para eles, o reconhecimento tácito do Brasil de Jerusalém como capital de Israel viola o direito internacional e representa uma agressão ao povo palestino.

Visita ao mundo árabe

Pouco antes de deixar Israel, Bolsonaro afirmou que pretende visitar o mundo árabe, sem especificar o país que está nos planos.

"Fui convidado por vários países, teve gente do xeque dos Emirados Árabes me visitando. Nós não estamos no Brasil, eu, numa situação de procurar encrenca com ninguém, eu quero é solução. E todos aqueles que puderem fazer negócios conosco, da minha parte vai ter todo carinho e consideração. Mas tem que respeitar o Estado de Israel. Aqui o povo é soberano, tem um primeiro-ministro, que junto de seu Parlamento toma decisões. Uma vez tomada a decisão, eu vou reclamar de lá?", questionou o presidente, sobre Jerusalém como a capital de Israel.

Realizada na véspera da eleição parlamentar em Israel, marcada para a próxima terça,9, a vinda de Bolsonaro foi vista em grande parte da imprensa israelense como uma manobra de marketing do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu para ganhar visibilidade na mídia como estadista de estatura mundial. O presidente, porém, negou que tenha sido usado como peça de campanha.

"De jeito nenhum, eu sou maior de idade. Eu já estou sexagenário. Tenho uma grande afinidade com ele, é paraquedista, como eu, capitão também", disse Bolsonaro. "O meu compromisso é com Israel, nós sabemos que o Netanyahu é passageiro, daqui a pouco muda, eu também sou passageiro no Brasil, graças a Deus né, imagina ficar o tempo todo com esse abacaxi, abacaxi não, com essa quantidade de problema nas costas".

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