Opinião

Profissões, gêneros e diferenças salarais

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

Não é de hoje que ganha destaque a luta das mulheres para receber monetariamente o mesmo que os homens. E essa luta incessante parece desanimadora quando são divulgados dados sobre esse cenário. A discrepância é muito grande. No Maranhão, a maior diferença favorável aos homens com nível superior foi de 33%, aponta levantamento elaborado pela área de Inteligência da plataforma Quero Bolsa, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) sobre profissões e salários.

As diferenças mais significativas foram registradas no Maranhão (33,3%), Sergipe (29,99%) e Bahia (29,37%). Já os estados de Roraima (4,74%), São Paulo (6,69%) e Pernambuco (11,45%) são as localidades onde homens e mulheres têm os salários mais próximos entre si.

Vale ressaltar que, no estado do Maranhão, a profissão com maior diferença salarial favorável aos homens foi Engenheiro Civil. O salário médio pago aos profissionais do sexo masculino foi de R$ 6.474,78, enquanto as mulheres na mesma função receberam R$ 4.863,71, diferença de 33,12%. Entre as carreiras de nível superior com validade estatística para análise, nenhuma apresentou vantagem salarial significativa para as maranhenses.

Quando analisada a média salarial entre os gêneros de trabalhadores com até ensino médio completo, a diferença foi de 10,89%, com homens ganhando R$ 1.570,89 e mulheres com R$ 1.416,60 por mês.

Ingressar na faculdade, sem dúvida, ajuda homens e mulheres a aumentarem seus ganhos. Na prática, mais anos de estudo aumentou 139,15% a renda dos homens e 83,02% a das mulheres. Mas, a constatação é de que em todos os estados a média salarial dos homens é maior do que a das mulheres.

As diferenças mais significativas foram registradas no Maranhão (33,3%), Sergipe (29,99%) e Bahia (29,37%)

A conclusão do estudo é que buscar mais qualificação, estudar mais, até melhora a renda de homens e mulheres, mas não garante a igualdade salarial entre ambos. Em 2018, segundo o mais recente dado do Caged, a renda média mensal dos trabalhadores contratados para funções com exigência de nível superior foi de R$ 3.756,84 para homens e R$ 2.592,65 para mulheres. Uma diferença de 44,9% a favor dos homens.

Os dados foram divulgados no mês das mulheres. Claro que alguns avanços já foram alcançados, mas são poucos e muito ainda se tem que caminhar para a sonhada igualdade de ganhos entre mulheres e homens. Isso porque, além de todos serem iguais perante a lei, elas e eles podem desenvolver as mesmas funções sem diferenças.

O mercado de trabalho está aí para mostrar isso, com profissionais de ambos os sexos ocupando funções que vão desde a área pedagógica – antes, erradamente mais alinhada ao feminino, com as eternas normalistas – até o setor de engenharia e outros segmentos mais técnicos e tecnológicos. No nível do ensino médio, há mulheres e homens ocupando vagas que alcançam de pedreiros a seguranças, serviços gerais e cabeleireiros. Que essa igualdade na hora do trabalho possa ser vista também na hora do contracheque.

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