Novo pedido

Premier britânica pede ajuda da oposição para adiar Brexit

Acordo já foi rejeitado três vezes pelo Parlamento britânico, e prazo termina em dez dias; Theresa May quer conseguir mais tempo para tentar aprovar um acordo sobre os termos do divórcio no Parlamento de Londres

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Premier Theresa May faz discurso em Londres após longa reunião sobre Brexit
Premier Theresa May faz discurso em Londres após longa reunião sobre Brexit (AFP)

LONDRES - A premier do Reino Unido , Theresa May , disse ontem que pedirá um novo adiamento do prazo para a saída britânica da União Europeia (UE), a fim de conseguir mais tempo para tentar aprovar um acordo sobre os termos do divórcio no Parlamento de Londres. Ela pediu publicamente o apoio do líder do opositor Partido Trabalhista ,Jeremy Corbyn , a fim de elaborar um plano que seja capaz de acabar à resistência dos deputados sobre o acordo que ela negociou a duras penas ao longo de dois anos e meio.

O texto já foi rejeitado três vezes no Legislativo. Neste momento, o prazo final para o Brexit é 12 de abril, após já ter sido prolongado em duas semanas em relação à data original (29 de março).

"Vamos precisar uma outra extensão do Artigo 50 (que formaliza a saída de um Estado-membro da UE), uma que seja o mais curta possível e que termine quando nós conseguirmos passar um acordo. Nós precisamos ser claros sobre qual é o propósito desta extensão, a fim de garantir que vamos sair de maneira oportuna e ordenada", disse May. "Estou me oferecendo para me sentar com o líder da oposição para tentar concordar um plano ao qual nós dois nos agarraríamos para garantir que vamos deixar a União Europeia e que vamos fazer isso com um acordo".

A primeira reação do Partido Trabalhista veio do influente deputado Hilary Benn. Ele afirmou que se May estiver de fato se movendo em direção a um "Brexit mais suave", sua iniciativa seria bem-vinda.

"Se esta é a primeira indicação de que haverá mudança, então claro que é importante. Mas se for mais da mesma velha história, não", disse Benn à BBC.

Pacientes

Por sua vez, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse ontem, 2, que os líderes da UE devem ser pacientes com o Reino Unido e a sua dificuldade de conseguir o apoio de uma maioria legislativa para o acordo de saída do bloco. "Mesmo que, depois de hoje, não saibamos qual será o resultado, sejamos pacientes", escreveu no Twitter.

Já a primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, disse que a nova proposta de May é uma potencial armadilha. Segundo ela, o certo seria que os britânicos participassem das eleições europeias em maio, obtivessem uma extensão mais longa do prazo e permitissem uma nova consulta pública sobre o tema.

Espera-se que May tente colocar pela quarta vez seu acordo em votação nesta semana. Se o acordo da premier novamente não for ratificado pelo Parlamento, então ela precisará optar entre a retirada sem acordo do bloco ou por um longo adiamento à UE, de pelo menos nove meses.

Uma definição dos seus próximos passos deverá vir a partir de uma cúpula emergencial da UE em 10 de abril.

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