Ameaça

EUA dizem que militares russos na Venezuela são provocação

Conselheiro de Segurança americano faz alerta contra presença de ‘atores externos ao hemisfério’ e diz que interesses dos EUA se baseiam no ‘respeito pela liberdade, segurança e Estado de direito’

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Conselheiro John Bolton se manifesta contra a presença de militares russos na Venezuela
Conselheiro John Bolton se manifesta contra a presença de militares russos na Venezuela (Reuters)

WASHINGTON - John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, fez uma advertência à Rússia sobre a sua presença militar na Venezuela, afirmando que os Estados Unidos consideram qualquer movimentação para estabelecer ou expandir operações militares no país como uma "ameaça direta" à paz internacional.

"Recomendamos com veemência que atores externos ao hemisfério ocidental não utilizem recursos militares na Venezuela ou em outras partes do hemisfério, com a intenção de estabelecer ou expandir operações militares", afirma Bolton em um comunicado.

"Consideraremos tais ações provocativas como uma ameaça direta à paz e segurança internacionais na região. Continuaremos a defender e proteger os interesses dos Estados Unidos e de nossos parceiros no hemisfério ocidental, que têm raízes no respeito compartilhado pela liberdade, segurança e Estado de direito", acrescenta.

Dois aviões cargueiros da Força Aérea da Rússia aterrissaram no principal aeroporto da Venezuela, perto de Caracas, no último sábado, 23, com cerca de cem soldados russos e 35 toneladas de materiais, conforme relatos da imprensa local. A movimentação russa acirrou a tensão entre russos e americanos, e foi entendida como uma demonstração de apoio da Rússia ao governo de Nicolás Maduro.

A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores russo frisou na quinta-feira que Moscou enviou um time de especialistas para a Venezuela para discutir cooperação militar, a pedido do governo de Caracas, que os militares russos continuarão na Venezuela "pelo tempo que for necessário". A China, que, ao lado da Rússia, é o mais poderoso aliado de Maduro, também se manifestou, definindo a presença russa como um direito soberano da Venezuela.

O resto do comunicado de Bolton diz que o governo americano “condena o uso continuado de militares estrangeiros por Nicolás Maduro em sua tentativa de permanecer no poder, incluindo a chegada de militares e equipamentos russos na Venezuela”.

"Maduro só usará esse apoio militar para reprimir ainda mais o povo da Venezuela; perpetuar a crise econômica que destruiu a economia da Venezuela; e pôr em perigo a estabilidade regional. Pedimos aos militares venezuelanos que defendam seu dever constitucional de proteger os cidadãos da Venezuela", afirma o texto.

Na quarta-feira, 27, ao lado da mulher do líder da oposição Juan Guaidó, o presidente americano Donald Trump já fizera um alerta contra a Rússia.

"A Rússia tem que sair", afirmou Trump a repórteres. Questionado como isso poderia ser realizado, foi ambíguo: "Vamos ver. Todas as opções estão abertas".

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