Crise?

Por emendas, aliados ameaçam barrar pedido de empréstimo de Dino

Em reunião na presidência da Assembleia, cerca de 20 deputados debateram condicionar a aprovação de pedido do governo à liberação de emendas

Gilbeto Léda/da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Deputados governistas querem fazer jogo duro com o Palácio dos Leões
Deputados governistas querem fazer jogo duro com o Palácio dos Leões (Assembleia Legislativa)

Gilberto Léda
Da editoria de Política

Um grupo de deputados estaduais da base aliada ao governador Flávio Di­no (PCdoB) reuniu-se on­tem na presidência da Assembleia Legislativa e começou a articular uma forma de o comunista voltar a discutir com o Legislativo temas co­mo o pagamento de emendas parlamentares e a abertura para indicações políticas em órgãos regionais do Estado. O presidente da Casa, deputado Othelino Neto (PCdoB), não participou do encontro.
Aliados reeleitos do governador já vinham insatisfeitos desde o ano passado, principalmente por con­ta do não pagamento das emendas. A esses, juntaram-se parlamentares de primeiro mandato, depois de o Governo não liberar emendas para o Carnaval, alegan­do problemas de caixa.
Entre as propostas para pressionar Dino a dar mais atenção à Assembleia está a possibilidade de trancamento da pauta, atualmente com projetos de interesse do governo. Um deles é o pedido de empréstimo de R$ 623 milhões feito no início da semana.
Para contratar a operação de crédito, o Executivo necessita de autorização parlamentar. A ideia da base é segurar a tramitação da proposta, obstruindo a pauta, para forçar o governador a conversar.
Um dos governistas que participaram do encontro, e que preferiu não ser citado, contou a O Estado que estiveram na reunião quase 20 deputados. “Alguns não puderam estar presentes, mas confirmaram apoio ao grupo”, destacou um deles.
Segundo o deputado, pelo me­nos 20 devem participar de uma nova rodada de conversas, na segunda-feira, 1º, já com a presença de Othelino Neto.

Rebaixado
Além da pressão dos próprios aliados, o governo Flávio Dino deve transpor mais um obstáculo na bus­ca pelos recursos para pagamento de precatórios, segundo informou, em mensagem encaminhada aos parlamentares.
No ano passado, o Tesouro Nacional rebaixou a nota de capacidade de pagamento do Maranhão em virtude do déficit nas contas estaduais. Em 2017, era “B”. Agora, “C”.
Na noite de quarta-feira, 27, durante audiência com o ministro Pau­lo Guedes no Senado, o senador Weverton Rocha (PDT) chegou a so­licitar um ajuste na regra de classificação, o que faria o Estado retornar ao rol de “bons pagadores”.
Na prática, com nota “C” o Maranhão não está apto a receber garantia da União para a contração de novos empréstimos, caso necessário. Isso pode ser um empecilho para o novo pedido do governo.
Déficit
Desde o ano passado , O Estado vem mostrando, com base em dados do próprio governo, que a situação financeira do Maranhão deteriorou-se drasticamente na reta final da primeira gestão Dino.
Além de um déficit primário de R$ 970 milhões em 2017 – o resultado consolidado de 2018 deve ser divulgado apenas em abril deste ano-, outro ponto que denota a má situação das contas do governo comunista é a dilapidação do Fundo Estadual de Pensão e Aposentadoria (Fepa).

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.