Pedofilia

Operação de combate a pedofilia já prendeu sete pessoas no MA

Mais uma ação da operação Luz na Infância realizada ontem em todo o país resultou em 106 prisões, uma delas no Maranhão, a sétima em quatro etapas

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Talyson Alex dos Santos Sampaio, preso ontem por crime de pedofilia
Talyson Alex dos Santos Sampaio, preso ontem por crime de pedofilia (Talyson )

SÃO LUÍS - Sete pessoas já foram presas no Maranhão nas quatro fases da operação Luz na Infância, realizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, com apoio de policiais civis dos estados. O objetivo da operação é combater os crimes de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes praticados na internet. A última etapa foi realizada nesta quinta-feira, 28, em todo o país que resultou em 106 prisões. Em São Luís foi preso Talyson Alex dos Santos Sampaio, de 30 anos, e apreendido vários aparelhos eletrônicos.

Os policiais civis foram para as ruas em 26 estados e no Distrito Federal para cumprir 266 mandados de busca e apreensão, mas acabaram prendendo em flagrante 106 pessoas acusadas de armazenamento e compartilhamento de material pornográfico de crianças e adolescentes nas suas residências. A maior parte das detenções foi em São Paulo e Goiás.

Dois casos

No Maranhão, a operação foi desencadeada pelos policiais da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic). Segundo o delegado Carlos Alessandro de Assis, superintendente do órgão, os policiais revistaram dois alvos na Ilha. Um deles na residência de Talyson Santos, no Planalto Anil II, e no seu computador havia vídeo de cenas de sexo envolvendo criança, armazenados.

O outro ponto vistoriado foi uma residência na Cidade Operária, onde foram apreendidos computadores e outros aparelhos eletrônicos, que serão periciados. O delegado informou que Talyson Santos foi levado para a sede da Seic, no Bairro de Fátima.

Outras prisões

A primeira fase dessa operação ocorreu no dia 20 de outubro de 2017 com a prisão de mais de 100 pessoas em todo o país. No Maranhão, três pessoas foram presas, o músico Oziel Franklin Estrela Gomes, no bairro do Santa Cruz, o agente penitenciário temporário Alessandro Saraiva Soeiro, no Maiobão, em Paço do Lumiar, e o fotógrafo José Carlos Mesquita Oliveira, de 54 anos, em Rosário.

Em maio de 2018 ocorreu a segunda fase da operação com 251 pessoas presas no país, duas delas no Maranhão. Uma das prisões ocorreu em São Luís e a outra, em Imperatriz. Além das prisões, os policiais da Seic cumpriram dois mandados de busca e apreensão nessas cidades.

No dia 22 de novembro do ano passado ocorreu a terceira etapa da operação Luz na Infância, com 63 criminosos presos. No Maranhão, a polícia informou que foram cumpridos duas ordens judiciais, uma delas em Zé Doca, e a outra na capital maranhense. No decorrer do cerco policial também foi presa em flagrante uma pessoa em São Luís, e apreendido um vasto material de cunho ponográfico.

Investigação

Os alvos do cerco policial na operação desenvolvida ontem foram identificados pela equipe do Laboratório de Inteligência Cibernética da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça, com base em informações coletadas na internet. O conteúdo foi repassado às Polícias Civis, para apuração das Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente e de Repressão a Crimes Informáticos.

Após a apuração, as delegacias instauraram inquéritos e solicitaram as buscas à Justiça, conforme explicou o coordenador do laboratório de inteligência da Secretaria de Operações Integradas, Alessandro Barreto. Para a operação, foram analisados 237 mil arquivos, um volume de 710 GB de dados.

O nome Luz na Infância foi escolhido porque a internet facilita a pedofilia e, via de regra, os criminosos atuam nas sombras, nos “guetos” da rede mundial de computadores. Luz significa propiciar a essas crianças e adolescentes (vítimas) o resgate da sua dignidade, bem como retirar da obscuridade esses criminosos.

Nota

Ainda ontem, Talyson Santos, preso em São Luís, enviou nota a imprensa informando que usava redes de compartilhamento para fazer buscas aleatórias e sempre que detectava material ilegal apagava no mesmo instante. Ele afirmou, também, que não é acumulador, não compartilha e não tem nenhum interesse por pedofilia ou qualquer tipo de material ilegal. O programa de compartilhamento já havia sido desinstalado e não deixava ligado para fazer compartilhamento de arquivos, nem mesmo negociava ou enviava a terceiros diretamente.

O detido declarou que a polícia encontrou resquícios de arquivos que deveriam ter sido apagados em seu computador e acabou sendo autuado em flagrante, mas prestou depoimento e foi liberado mediante a pagamento de fiança.

Saiba mais

A pedofilia é classificada como transtorno mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Pedófilos normalmente são pessoas adultas (homens e mulheres) que têm preferência sexual por crianças pré-púberes ou no início da puberdade. O crime ocorre quando há compartilhamento de material, conforme o ECA, ou quando há relação sexual ou ato libidinoso (todo ato de satisfação do desejo ou apetite sexual) praticado por adulto com criança ou adolescente menor de 14 anos, de acordo com o Código Penal.

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