Clássico

"A náusea", primeiro romance de Sartre, ganha nova edição no Brasil

Publicado originalmente em 1938, obra integra a coleção Clássicos de Ouro da editora Nova Fronteira

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
(sartre)

São Paulo - Maior expoente do pensamento existencialista, o francês Jean-Paul Sartre construiu uma obra que coloca em evidência o absurdo da condição humana. "A náusea", livro que marca a sua estreia na ficção, foi publicado originalmente em 1938 e vem desde então fascinando gerações. No Brasil, a Nova Fronteira lança agora uma edição especial da obra, que chega às livrarias como parte da coleção Clássicos de Ouro e traz prefácio inédito do pós-doutor em Filosofia e cientista social Caio Liudvik.

A narrativa deste romance é costurada pelas reflexões do personagem Antoine Roquentin, intelectual que se muda para uma pequena cidade com o objetivo de escrever a biografia de uma figura histórica. Mas, enquanto busca reconstituir a existência desse outro sujeito, questiona o sentido de suas escolhas e da própria vida.

Angustiado, Roquentin perambula por bibliotecas, bulevares, hotéis e cafés. Nas páginas de um diário, registra detalhes sobre as pessoas que cruzam seu caminho e sobre os lugares por onde passa. Cataloga também cada um de seus inquietantes sentimentos. Nesse processo, acaba se deparando com uma estranha sensação de vazio, que chama de “a Náusea”. Por causa dessa perturbadora contemplação, empenha-se em solucionar uma árdua tarefa: "Gostaria de me entender com exatidão antes que seja tarde demais".

Marco inaugural do existencialismo de Sartre, "A náusea", segundo Caio Liudvik, foi escrito com a intenção primordial de retratar a descoberta do caráter aleatório e errático do mundo. “Se o Sartre do pós-guerra passa do individualismo e do culto da arte ao engajamento político, a beleza virulenta de seu gênio revoltado, de sua coragem de encarar os hiatos irracionais da existência, seguirá sempre inquietante como neste romance de juventude extraordinário”, diz Liudvik em seu prefácio à obra.


Trecho do livro

“Nada mudou e no entanto tudo existe de uma outra maneira. Não consigo descrever; é como a Náusea e no entanto é exatamente o con­trário: finalmente me acontece uma aventura e, quando me interrogo, vejo que me acontece que sou eu e que estou aqui; sou eu quem fende a noite, estou feliz como um herói de romance.”


O autor

Jean-Paul Sartre (1905-1980) foi filósofo, escritor, militante político e o pai do existencialismo francês, cujo livro O ser e o nada, de 1943, é obra fundamental e representa singular contribuição para o pensamento filosófico ocidental. Sartre acreditava na importância do papel do intelectual na sociedade, tendo apoiado inúmeras causas políticas durante sua vida. Sua literatura e suas ideias buscaram a apro­ximação do pensamento e do mundo.

Ficha Técnica - "A náusea"
De Jean-Paul Sartre
Tradução: Rita Braga
Páginas: 204
Preço: R$ 59,90
Editora Nova Fronteira

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.