COLUNA

Menos militância, mais gestão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

Em plena terça-feira, pela manhã, horário de trabalho, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) deixa sua função de lado e incorpora o militante político-estudantil em Brasília. Dando as costas aos problemas graves causados pela chuva diante das gestões municipais e estadual ineficientes para acabar com os tormentos no período chuvoso, o comunista segue em busca de seu objetivo pessoal, que é ser candidato à Presidência da República em 2022.
Reunido com Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (PSOL), Sônia Guajajara (PSOL) e Ricardo Coutinho, Dino emite nota contra o governo de Jair Bolsonaro (PSL), que, mesmo com as numerosas idas e voltas em menos de 100 dias de gestão, se volta para a sua função. Algo que Dino não faz.
O governador deveria se voltar para o problema da Previdência no Maranhão e não somente criticar a tentativa de reforma do sistema previdenciário proposto pelo governo federal. Existe um deficit de mais de R$ 2 bilhões - feito pela gestão Dino - no Fundo Estadual de Pensão e Aposentadoria (Fepa) e previsão de vendas de imóveis para cobrir parcialmente o buraco criado pelo governo comunista.
A Saúde está na UTI, com corte da verba disponível por meio de convênios com os municípios que garantia o funcionamento de hospitais de 20 leitos no interior do estado.
Estradas deterioradas, multa para o estado por se apropriar indevidamente de dinheiro do Porto do Itaqui, e os maranhenses com o fôlego curto de tanto pagar impostos cada vez mais altos depois de três reajustes do ICMS no estado.
E Flávio Dino prefere sair dos limites do Maranhão, seja em reuniões político-partidárias pensando daqui a mais ou menos quatro anos ou por meio de propagandas em jornais de circulação nacional a custo alto, para mostrar um estado que não existe na prática.
O governador bem que poderia lançar um programa chamado “menos militância, mais gestão” e assim começar trabalhar efetivamente no Maranhão.

Cenário complicado
A República do Maranhão, instituída por Flávio Dino em janeiro de 2015, não vai nada bem. Déficit primário de 2018 deverá ser um dos maiores da gestão dinista.
Isso significa que o que o governador não conseguiu pagar em 2016 ficou para 2017, que não foi todo sanado e acabou caindo para 2018, que mais uma vez não honrou com os restos a pagar.
Resultado é uma bola de neve que vem engolindo empresários e fornecedores que precisam receber pelos trabalhos feitos, mas estão sem perspectivas reais.

Mais empréstimos I
E com tantas contas no “vermelho”, o governador quer contrair mais um empréstimo. Desta vez, o comunista pede autorização da Assembleia Legislativa para uma operação de crédito de R$ 600 milhões.
A proposta já se encontra na Assembleia e deverá ser aprovada com facilidade, já que o comunista tem maioria na Casa.
O novo empréstimo, segundo justificou o governador, será para pagar precatórios que já venceram e que vencerão até dezembro de 2024.

Mais empréstimos II
Este será mais um empréstimo do governo Flávio Dino. Há cerca de um mês, a gestão comunista assinou com o Banco Interamericano um empréstimo de U$ 35 milhões, algo em torno de R$ 130 milhões.
Antes disso, Dino já havia conseguido emprestado verba que ultrapassa R$ 1 bilhão.
Isso sem falar que recebeu em caixa, quando assumiu o comando do Maranhão, mais de R$ 2 bilhões de empréstimo do BNDES.

Haja comida!
E na República do Maranhão o governante não poupa dinheiro com o cardápio que será servido durante o ano no Palácio dos Leões.
São quase R$ 17 milhões para refeições (almoço e jantar), lanches, coffee break e coquetéis. Somente com lanche a previsão de gastos é de R$ 4 milhões.
Com coquetéis, o governo estima gastar nada mais nada menos que
R$ 6 milhões. Este gasto com comida é somente mais uma das incoerências de Flávio Dino, que antes de ser palaciano, criticava seus adversários.

Satisfação
O jornal O Estado de São Paulo trouxe em sua edição do fim de semana um retrato do PSL no Brasil.
E constatou que somente em quatro estados - o Maranhão faz parte da lista - o partido está em situação regular com a direção estadual constituída legalmente.
Quem comemorou foi o vereador Chico Carvalho, que preside a sigla no estado e sofreu muita pressão para ser “sacado fora” do comando da legenda.

Eleito
Conforme estava previsto, o novo coordenador da bancada do Maranhão no Congresso Nacional é o deputado federal Juscelino Filho (DEM).
O parlamentar, que tem “dupla face” na política - ficando no estado com o comunista Flávio Dino e nacionalmente com Jair Bolsonaro -, terá a missão de facilitar a vida do governo de Dino em Brasília.
O governador o escolheu para a missão de viabilizar verba com a Presidência da República e assim encurtar para o estado o abismo que existe entre o governo maranhense e o Palácio do Planalto.

DE OLHO

R$ 70 mil deixaram de ser repassados para as prefeituras do interior do estado pelo governo Flávio Dino. O valor contribuía para a manutenção dos hospitais de 20 leitos.

E MAIS

• O corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Humberto Martins, está em São Luís para correição no Tribunal de Justiça do Maranhão.

• Uma inspeção vem sendo realizada na Justiça Maranhense. Humberto Martins já até chegou a pedir explicações ao TJ sobre o pagamento de precatórios pelo governo estadual e os motivos pelos quais não foram feitos bloqueios pela Justiça.

• E o Sindicato dos Servidores da Justiça do Maranhão entrou com representação contra o procurador-geral de Justiça, Luiz Gonzaga Coelho, por excesso de prazo em uma ação.

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