Comportamento

Emagrecer está ligado ao gerenciamento das emoções

Inteligência Emocional é aliada no tratamento da compulsão alimentar; gatilhos devem ser reconhecidos, para que meta seja atingida com sucesso

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25

A mente tem poder sobre o processo de emagrecimento[/fotolegenda]Segundo um estudo publicado pela revista científica Lancet, 1/5 dos adultos brasileiros estão obesos – e essa fração representa quase 30 milhões de pessoas. As mulheres são que mais apresentam o problema: 23% delas são obesas, enquanto entre os homens o índice é de 17%. Em decorrência dos números, cada vez mais se procura métodos para emagrecer, que vão desde as dietas, a prática de atividade física, a realização de procedimentos estéticos e até mesmo intervenções cirúrgicas.

De acordo com o especialista em Inteligência Emocional, Rodrigo Fonseca, fundador da Sbie – Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional –, embora todas essas medidas ajudem a perder peso, é importante entender como a mente tem poder sobre o processo de emagrecimento.

“São variadas as ações que podemos extravasar as emoções que sentimos durante a vida, como a culpa, carência, tristeza, raiva, ansiedade e até mesmo a alegria. Isso porque essas emoções provocam diferentes reações em cada um e geram respostas diferentes: crises nervosas, choro compulsivo, sentimento de raiva, tendência autodestruitiva, euforia e, também, comer de maneira compulsiva. A fome emocional é só um dos exemplos de como o corpo tenta extravasar algum desequilíbrio. Ao comer compulsivamente, a pessoa desconta suas emoções na comida, encontrando nela uma válvula de escape”, explica.

Os sinais recorrentes de que as emoções estão em desequilíbrio e a comida gera reconforto, são:
Comer mesmo quando não está com fome;
Descontar as situações de estresse na comida;
Comer para se sentir emocionalmente satisfeito;
Usar a comida como recompensa.

A Inteligência Emocional é indispensável para manter o foco na reeducação alimentar e reconhecer quais as barreiras emocionais que impedem o emagrecimento saudável. “Faça uma lista com os hábitos que impedem seu processo de emagrecimento e identifique quais as emoções que despertam sua vontade de comer. Para eliminar a fome emocional, é preciso traçar novos caminhos para aliviar esses sentimentos sem a comida e encontrar alternativas práticas para acalmar seus sentimentos”, indica Rodrigo.

O reconhecimento dos gatilhos emocionais é essencial para entender a relação comida x fome x saúde, e comprometer-se, como uma meta, gera resultados ainda mais eficazes.

“Uma dica é colocar no papel um planejamento do seu processo. Anote o peso que você deseja alcançar, determine qual será o prazo necessário para atingi-lo e quais as estratégias que você irá utilizar para chegar no seu peso ideal. O processo de emagrecer leva tempo e, mesmo quando alcançamos a meta, é preciso estar sempre atento com a manutenção dos resultados. Por isso, para alcançar o sucesso, vibre energias positivas: mentalize diariamente como você irá se sentir quando atingir sua meta e comprometa-se a gastar um tempo visualizando você dessa forma”, finaliza.

[e-s001]SAIBA MAIS

Identifique e combata os gatilhos emocionais

Uma estratégia vencedora pode ser controlar o emocional.
Segundo a nutricionista Gladia Bernardi, autora do livro “Código Secreto do Emagrecimento”, o ganho de peso está diretamente ligado às emoções. De acordo com o levantamento divulgado na publicação, 61% das pessoas apontam emoções desconfortáveis como o principal motivo que os levaram a comer demais.

“Para 60% deles, a comida também é considerada como um padrão de afeto familiar. Isso mostra que os gatilhos mentais são a principal causa da obesidade”, comenta a especialista.

“A emoção é um dos sabotadores mais comuns entre as pessoas obesas. Qualquer sentimento, seja tristeza, raiva, ansiedade, nervoso, frustração, estresse, preocupação ou medo, aciona gatilhos mentais que incentivam a busca por alívio, prazer ou recompensa com a comida”, explica Bernardi. E não são só emoções ligadas à tristeza que resultam no ganho de peso. “Esse sabotador também pode fazer as emoções de felicidade levarem à comida. Aí não se trata de uma emoção desconfortável, mas algo que tem como objetivo de aumentar a dopamina, neurotransmissor do prazer, e gerar euforia”, comenta a nutricionista

Teste seus gatilhos emocionais
Você já se deparou com algum desses pensamentos?
Quando estou feliz quero comemorar comendo algo gostoso;
Quando estou triste fico louco por um chocolate ou alguma coisa que nem sei o que é;
Sempre que tenho um sentimento ruim quero comer;
Melhor comer. Assim, esqueço toda a minha tristeza e sofrimento.
Esses são alguns gatilhos sabotadores que estimulam a comer sem estarmos realmente com fome orgânica, ou buscarmos a satisfação com alimentos sem teor nutricional e que têm alto teor de açúcar ou gordura.

Os sabotadores também levam a acreditar em algumas mentiras como:
Comer alivia;
Comer acalma e faz pensar melhor;
Comer chocolate alegra;
É só comer que a tristeza vai embora;
Não tem o que fazer? Está sozinho? Faça uma bacia de pipoca...

“Essas mentiras que contamos para nós mesmos nos fazem comer sem refletir que não estamos nos alimentando porque precisamos dos nutrientes, e sim para preenchermos sentimentos que não estão nos fazendo bem”, comenta Bernardi. Para não cair nessas armadilhas, é preciso reprogramar a mente para perder peso e conquistar uma rotina saudável. “É preciso identificar quais são os seus sabotadores e avaliar quão fortes eles são no seu poder de decisão. Depois disso, é preciso reprogramá-los para mudar seus hábitos alimentares e seu estilo de vida”, conclui.

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