Denúncia

MP denuncia acusados da morte de secretário em Cândido Mendes

Advogada Edna Maria Cunha de mulher da vítima e o funcionário da Prefeitura foram denunciados por homicídio qualificado; crime ocorreu em 2014

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h25
Ney Moreira Costa autor do crime a mando de Edna Maria Cunha
Ney Moreira Costa autor do crime a mando de Edna Maria Cunha (Casal)

CÂNDIDO MENDES - O Ministério Público informou, ontem, que foi oferecida denúncia ao Poder Judiciário contra a advogada Edna Maria Cunha de Andrade e o funcionário público Ney Moreira Costa pelo assassinato do ex-secretário de Saúde de Cândido Mendes, o bioquímico Romerson Robson, de 54 anos. Eles foram indiciados por homicídio qualificado em concurso de pessoas. O crime ocorreu no dia 21 de fevereiro de 2014, no povoado Águas Belas, na zona rural de Cândido Mendes.

A denúncia foi formulada no último dia 12 e assinada pelos promotores de Justiça, Francisco Jansen Lopes Sales, Marco Antônio Alves de Oliveira e Hagamenon de Jesus Azevedo. A advogada Edna Maria, que era esposa da vítima, está presa por determinação judicial desde o dia 26 do mês passado, enquanto Ney Moreira, foi preso no dia 16 de janeiro, na Vila Passos.

As investigações sobre o caso começaram por uma equipe da Delegacia Regional de Zé Doca, mas acabou transferidas para a Superintendência de Homicídio e Proteção a Pessoas com apoio do Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), órgão do Ministério Público.

As investigações concluíram que a versão apresentada pelos acusados, de que Romerson Robson teria sido vítima de uma emboscada, e que o alvo seria o prefeito de Cândido Mendes, José Ribamar Leite de Araújo, o Mazinho, era falsa. Os exames periciais constataram que os disparos foram feitos a curta distância e pelas costas e quer havia uma única perfuração visível no lado de fora do carro. No momento do crime, Ney Costa estava no banco de trás do carro dirigido por Rolmerson Robson, que tinha a esposa a seu lado.

Ficou constatado, ainda, que Edna de Andrade teria pago a quantia de R$ 150 mil, além de um veículo para Ney Moreira executar a vítima. O motivo do crime seria a descoberta, por Rolmerson Robson, de um caso extraconjugal entre a esposa e o prefeito de Cândido Mendes. A vítima teria ameaçado delatar ao Poder Judiciário atos de corrupção em que estariam envolvidos o gestor municipal e sua esposa, que era advogada de Mazinho. Além disso, com a morte do marido, Edna de Andrade recebeu mais de R$ 668 mil de um seguro de vida feito por ele.

No momento da prisão de Ney Moreira, a polícia apreendeu um carro pertencente a uma empresa de Edna de Andrade. O depoimento de um detento que dividiu a cela com Ney Moreira no Complexo Penitenciário de Pedrinhas trouxe novas informações. Na cadeia, o denunciado teria se vangloriado várias vezes do crime cometido, com riqueza de detalhes.

De acordo com o depoimento, o momento exato do crime também teria sido acertado entre os denunciados. Edna de Andrade faria a vítima se aproximar, em atitude de carinho, deixando a cabeça de Romerson Robson ao alcance do executor para o primeiro tiro.

Após o assassinato, Ney Moreira teria tentado simular um ataque, atirando contra o veículo, quando percebeu a aproximação de um motociclista, se desfazendo da arma do crime. Com a aproximação de pessoas, a esposa da vítima teria simulado gritos de desespero. As investigações não apontaram participação do prefeito Mazinho no crime.

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