Articulação

Donald Trump quer Jair Bolsonaro como aliado na Otan

Presidente dos Estados Unidos também falou sobre a possibilidade de atuação conjunta para uma intervenção na Venezuela, que está sob um regime ditatorial de Nicolás Maduro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
(Trump)

EUA - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no início da tarde de ontem (19) que quer o governo de Jair Bolsonaro na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), organização militar comum de defesa, com 28 países-membros.

Trump e Bolsonaro deram declaração à imprensa após encontro e almoço na Casa Branca, em Washington.

"Como disse tenho a intenção de designar o Brasil como um aliado fora da Otan especial e até um aliado dentro da Otan, isso poderia melhorar nossa cooperação. Nossas nações estão trabalhando juntas para proteger o povo do terrorismo do crime transnacional e do tráfico de drogas, armas e pessoas, algo que é prioridade", disse Trump.

O Brasil como aliado da Otan surgiu no contexto da situação da Venezuela e possível intervenção militar ao regime de Nicolás Maduro. Ao ser questionado sobre apoio a uma intervenção militar na Venezuela, Bolsonaro disse que o Brasil está disposto ao "que for possível fazer para solucionar o problema da ditadura".

"Discutimos a possibilidade de o Brasil entrar como grande aliado extra Otan. Há pouco, permitimos que alimentos fossem alocados em Boa Vista, capital de Roraima, por parte dos americanos, para que a ajuda fizesse presente. No momento, estamos nesse ponto. O que for possível fazermos juntos para solucionar o problema da ditadura da Venezuela, o Brasil estará a postos para cumprir essa missão para levar liberdade e democracia ao país", afirmou Bolsonaro.

Nesse mesmo contexto, Trump defendeu que integrantes dos setores militares da Venezuela suspendam apoio a Nicolás Maduro. Ele também defendeu o fim do socialismo no continente americano.

"Pedimos aos integrantes dos setores militares da Venezuela que suspendam o apoio a Maduro, que não é nada além de uma marionete de Cuba. Os Estados Unidos e o Brasil estão em apoio ao povo cubano, que sofre, e ao povo da Nicarágua. Chegou a hora final do socialismo no nosso hemisfério. A última coisa que queremos nos Estados Unidos é o socialismo", disse Donald Trump.

Bolsonaro defendeu o discurso de Donald Trump e disse que as pessoas que acreditam no socialismo estão "abrindo a mente para a realidade".

"Acredito piamente na reeleição de Donald Trump. [...] A cada dia que passa, essas pessoas mais voltadas ao socialismo e ao comunismo vão abrindo a mente para a realidade. A fronteira da Venezuela com o Brasil foi fechada não para os brasileiros que apoiam o socialismo, mas para os venezuelanos que apoiam a democracia não entrassem no Brasil", afirmou o presidente brasileiro.

Almoço - O presidente brasileiro chegou à Casa Branca às 13h04 e foi recebido por Trump na entrada do prédio. Logo em seguida, os dois presidentes falaram rapidamente com a imprensa no Salão Oval, antes da reunião e do almoço.

O encontro entre os dois teve participação de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente e deputado federal. Segundo Jair Bolsonaro, a presença do filho se deu a convite de Trump. No Twitter, o filho do presidente disse que, na área internacional, está "sob orientação" do ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores).

Bolsonaro chegou aos Estados Unidos no último domingo (17) para sua primeira visita oficial ao país, a segunda viagem internacional de seu mandato. O presidente se hospedou na Blair House, residência que o governo norte-americano reserva para chefes de Estado em visitas oficiais.

Durante a entrevista coletiva na Casa Branca, Donald Trump foi questionado se os EUA avaliam a possibilidade de organizar uma intervenção militar na Venezuela.

Como em outros pronunciamentos, Trump disse que "todas as opções estão abertas". Segundo o presidente norte-americano, é preciso "ver o que acontece" na Venezuela antes de tomar uma decisão.

"Isso que está acontecendo é uma desgraça. Estamos falando de um dos países mais ricos da América Latina", disse Trump sobre a Venezuela.

Brasil e EUA não reconhecem o governo de Nicolás Maduro e consideram o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino do país.

Pouco antes da fala de Trump, Bolsonaro havia sido questionado se o Brasil apoiaria uma eventual intervenção por parte dos EUA.

Bolsonaro, então, respondeu: "Certas questões, se você divulgar, deixam de ser estratégicas. Essas questões são observadas e podem ser discutidas, se não já não foram, mas não podem se tornar públicas, obviamente".

Segundo o presidente, tudo o que foi tratado na reunião entre ele e Trump será "honrado".

"Restabelecimento da democracia na Venezuela é de interesse comum dos nossos governos", afirmou Bolsonaro.

Na segunda (18), em discurso no "Dia do Brasil em Washington", na Câmara de Comércio dos Estados Unidos, Bolsonaro mencionou a capacidade econômica e bélica dos Estados Unidos ao defender que a "questão da Venezuela" seja resolvida.

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