Denúncia de um pai

Suposto caso de ameaça de violência em escola é investigado na capital

Conforme denúncia feita por áudio em aplicativo, aluno de colégio privado teria ameaçado colega; escola alega que caso está sendo apurado

Emmanuel Menezes / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Situação, relatada em aplicativo de conversa, acusa aluno por ameaçar duas colegas de turma
Situação, relatada em aplicativo de conversa, acusa aluno por ameaçar duas colegas de turma (Escoa)

Após uma reunião com diretoria e pais de alunos de uma escola particular de São Luís, ontem (19), uma denúncia foi feita, via aplicativo de mensagem, informando que um estudante da 2ª série do Ensino Médio, da mesma instituição, havia sido pego com uma faca e uma lista de nomes de pessoas que poderiam ser suas vítimas. O caso teria ocorrido na última semana, mas os pais souberam de toda a situação apenas nesta. O caso chamou atenção, sobretudo por ser relatado uma semana após a tragédia de Suzano, em São Paulo, quando dois ex-alunos executaram oito pessoas, entre alunos e funcionários, e se mataram, em seguida.

“Vou compartilhar algo com vocês que aconteceu na escola da minha filha. Um aluno de lá, da 2ª série do Ensino Médio, chegou a ameaçar duas colegas de turma. Isso foi levado para a direção e descobriram que ele realmente portava uma faca e uma lista de nomes”, diz o áudio de um pai, que não teve sua identidade revelada. Segundo o homem, o aluno que ameaçou as estudantes teria dito na direção que contaria com a ajuda de um outro adolescente, que não era aluno da escola.

“Alguns pais se reuniram hoje (ontem, 19), na escola, para saber mais sobre toda a situação. As mães das duas garotas ameaçadas foram à delegacia. De imediato, o colégio suspendeu o aluno, e a família dele vai ser chamada para conversar”, diz o pai, na gravação. Os responsáveis teriam cobrado da instituição um plano de segurança mais efetivo, além de acompanhamento sobre o caso e também acompanhamento psicológico para os estudantes. “Estou mandando esse áudio para ficarmos de olho e sermos mais próximos, porque temos mania de achar que coisas como esta nunca vão acontecer com a gente, mas acontecem”, finaliza.

No fim da tarde de ontem, a escola divulgou uma nota em suas redes sociais, informando que o caso tem sido apurado pela instituição dentro de suas competências e atribuições, com ações imediatas para a garantia da integridade dos alunos. As autoridades competentes estão contando com a total colaboração da instituição para a elucidação dos fatos.

A escola também reforça que a circulação de notícias relacionadas ao ocorrido, em especial por meio das redes sociais, não retratam a verdade dos fatos e causam instabilidade no ambiente escolar, além de prejudicarem o processo de apuração. Enfatiza, ainda, a compreensão da divulgação dos fatos, visto que envolve menores de idade, cuja inviolabilidade é assegurada na forma da legislação em vigor. A instituição reitera o repúdio a todo tipo de violência e de prática de bullying, dentro e fora do ambiente escolar, bem como o compromisso com a efetiva segurança de seus alunos.

Violência
A violência dentro das escolas tem se tornado um assunto muito comum e indesejado. Como forma de combate a esse tipo de situação, a Polícia Militar do Maranhão (PMMA), por meio do Comando de Segurança Comunitária (CSC), tem a Ronda Escolar no Maranhão, projeto que realiza em escolas públicas e particulares ações de prevenção e diálogo a respeito de temas como violência, armas e drogas.

Maria Augusta, coronel do CSC e coordenadora da Ronda Escolar, enviou uma equipe à escola, onde aconteceu este caso, para saber mais sobre a respeito. Segundo ela, a versão contada pela diretoria da instituição é diferente do divulgado nas redes sociais. “A escola informou que a mãe de uma aluna registrou boletim de ocorrência contra um estudante que havia feito um comentário sobre assassinato dentro da escola. Nenhuma atitude violenta ou nenhum objeto, como uma faca, teria sido pego com o garoto”, contou a coronel.

Ela explica que assuntos indesejados como esse são comuns no meio estudantil, após grandes tragédias, como a registrada recentemente na cidade de Suzano, interior de São Paulo. “É por esse motivo que nós, da Ronda Escolar, ressaltamos que estamos abertos a se fazer presente em qualquer escola da capital, pública ou privada, preparados para dialogar com os alunos sobre esse tipo de assunto”, diz. A coronel Augusta lembra, ainda, que o papel da família e o suporte psicológico também são essenciais para evitar esse tipo de situação.

“Vamos marcar um encontro com os alunos da escola em que esse fato aconteceu. Nossa equipe deve realizar palestras educativas e esclarecedoras sobre esse tema, que é tão complexo”, completou a coronel.

Sobre o CSC
O Comando de Segurança Comunitária (CSC) é responsável por programas sociais como Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) e Ronda Escolar (antigo Geape). O Comando tem o objetivo de atuar diretamente no policiamento comunitário, estabelecendo políticas de segurança a partir do entrosamento com a sociedade, compreendendo assim, as necessidades de cada localidade.

A atuação da Ronda Escolar no Maranhão já possui mais de duas décadas. O projeto vem desempenhando um importante papel de acompanhamento das escolas maranhenses, combatendo a violência nesses ambientes, prevenção à entrada de jovens no mundo das drogas e da criminalidade, resolução de conflitos nas unidades de ensino, orientação aos pais com participação em reuniões, dentre outras ações lúdicas e sociais.

Qualquer escola pode receber ajuda da Ronda Escolar. Os coordenadores da instituição podem entrar em contato e solicitar qualquer ajuda através do e-mail rondaescolarpmma@gmail.com ou pelo telefone (98) 99196-0207.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.