Mostra

A infinitude da arte

Mostra fica em cartaz até o dia 27 de julho e reúne obras da dupla Cantoni-Crescenti com participação de Raquel Kogan

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
"Tubo" é uma das obras que está em cartaz em "Infinitos"
"Tubo" é uma das obras que está em cartaz em "Infinitos" (Obra "Tubo", que estará em cartaz na mostra "Infinitos")

SÃO LUÍS - Uma exposição de arte imersiva é o que propõe a mostra “Infinitos: Cantoni-Crescenti+Kogan”, que será aberta hoje, às 19h, no Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM). A mostra apresenta um panorama da obra da dupla Cantoni-Crescenti, com participação de Raquel Kogan. Esta é a primeira vez que os trabalhos são expostos em conjunto e as visitações ocorrem de amanhã ao dia 27 de julho, com entrada gratuita. Agendamentos de escolas e grupos podem ser feitos pelo e-mail agendamento@ccv-ma.org.br. A artista Rejane Cantoni participa da abertura do evento.

A exposição reúne cinco obras que já passaram por países como Alemanha, Áustria, Bélgica, Canadá, Colômbia, Coréia do Sul, Dinamarca, Espanha, Holanda e Rússia. Em 2017, três obras da dupla Cantoni-Crescenti já haviam sido exibidas na exposição coletiva “File São Luís: arte e tecnologia”, que inaugurou o CCVM.

A dupla - formada por Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti, falecido ano passado - pesquisa e desenvolve instalações imersivas e interativas desde 2005 teve com participação em mostras e festivais nacionais e estrangeiros como Ars Electronica, The Creators Project, Glow, STRP, File, Zeebrastraat, Mois Multi, Copenhagen Contemporary Art Festival, Thingworld. International Triennial of New Media Art Beijing, Ruhrtriennale 2014, Itaú Cultural e Espacio Fundación Telefônica. Recebeu o Prêmio Itaú Cultural por “Voz” (2014), o prêmio Vida 13.2 por “Fala” (2010) e a menção especial do Prix Ars Electronica para “Túnel” (2010).

Sobre “Infinitos”, Rejane Cantoni destaca ser uma exposição interativa e imersiva. “É um conjunto de obras que dialogam com a arquitetura do Centro Cultural Vale Maranhão para proporcionar uma alteração da percepção e dos pontos de vista, uma ampliação das possibilidades de ver o espaço, que se transforma à medida que cada visitante interage com as o bras. Elas nos apontam que é possível olhar de diferentes pontos de vistas, que a linha de horizonte de cada um pode ser alterada", destaca a artista Rejane Cantoni, que iniciou sua pesquisa sobre arte e tecnologia nos anos 1980, em parceria com Leonardo Crescenti.

A curadora Paula Porta, do CCVM observa que os resultados obtidos pela dupla Cantoni-Crescenti são muito instigantes e por isto mesmo, o interesse em trazê-los para São Luís. “Partindo de princípios da Física e da Matemática, lançando mão da tecnologia na execução sempre precisa, os artistas nos oferecem obras visualmente exuberantes e fortemente poéticas, que aguçam nossos sentidos para além da visão, alterando nossa percepção e convidando à reflexão", explica a curadora.

Obras

As obras presentes na exposição ganham novos contornos a cada montagem, de acordo com as características o espaço. Mas em todos eles a interação com o público é intensa. Para Rejane Cantoni, "as obras trabalham uma reativação do corpo e da percepção sensorial ao evidenciar fenômenos e sensações presentes no cotidiano, mas que passam despercebidos".
Integram a mostra a obra “Jardim Suspenso”, uma instalação espelhada que interage com o vento e o sol, interferindo em todo o espaço. Ela dá visibilidade ao que está invisível à percepção imediata, refletindo elementos que frequentemente a visão não costuma alcançar.

Outro trabalho que integra a exposição é “Parede”, uma escultura cinética de seis metros, com espelhos móveis que propiciam ver de diferentes ângulos e é uma parede que não é parede, pois permite ver através e além. Quando o visitante passa por ela aciona um motor que faz rotacionar os espelhos, multiplicando o que se vê.

“Tubo” incorporou para esta exposição a força da paisagem local e sua transformação constante, causada pela maré. A obra leva o público para dentro de um telescópio espelhado de 12 metros, que reproduz essa paisagem de infinitas formas. “Quisemos trazer para dentro da obra este tesouro das marés do Maranhão - que tem a maior variação do Brasil. A gente acaba se acostumando a paisagem, às vezes nem olhamos muito para ela. Nossa missão em ‘Infinitos’ é resgatar, propor um outro olhar”, explica a artista. A paisagem ludovicense foi capturada durante 24 horas, por Jonas Pires, especialmente para esta obra.

O resultado da visão de três câmeras captando em tempo real é a obra “Auto-Íris” que leva o visitante a ver como uma câmera vê. Por isso, o que é projetado é diferente a cada minuto, nunca se repete integralmente.

“Água” é um projeto criado com a participação da artista Raquel Kogan. Trata-se de um tapete de espelhos, que reflete por todo o espaço a força desse elemento que cerca São Luís, transformando-o completamente. Esta obra envolveu uma grande pesquisa de materiais para poder ativar nos visitantes seus diversos sentidos e tocá-lo física e sensivelmente.

Serviço

O quê

Exposição “Infinitos”

Abertura

Hoje, Às 19h

Visitação

De amanhã ao dia 27 de julho, sempre de terça a sábado, das 10h às 19h

Onde

Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM) – Av. Henrique Leal, 149, Praia Grande

Entrada gratuita

Saiba Mais

Sobre os artistas

Rejane Cantoni - Possui dois pós-doutorados em Artes pela Universidade de São Paulo; doutorado e mestrado em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo e mestrado pelo Programa de Estudos Superiores de Sistemas de Informação pela Universidade de Genebra (Suíça). Foi vice-diretora e professora da Faculdade de Matemática, Física e Tecnologia da Universidade Católica de São Paulo.

Leonardo Crescenti (In Memorian) - Arquiteto e artista, a partir de 1978 passou a investigar e desenvolver projetos em várias mídias e suportes. Dirigiu 13 curtas-metragens, obtendo várias premiações em festivais nacionais e internacionais, participou de três edições da Quinzena dos Realizadores no Festival de Cannes.

Raquel Kogan – É arquiteta e iniciou seu trabalho artístico como pintora e gravadora. Sua pesquisa está direcionada para a interação, utilizando recursos multimídia. Foi diversas vezes premiada e participou de mostras e festivais como Ciber@rt 2004 (Bilbao, Espanha); Zentrum für Kunst und Medientechnologie (ZKM) (Karlsruhe, Alemanha) e a 7ª Bienal do Mercosul.

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