Londres - O Parlamento britânico aprovou nesta quinta-feira, 14, o pedido de adiamento do Brexit à União Europeia. Na mesma sessão, os parlamentares rejeitaram uma emenda para postergar a saída do Reino Unido do bloco. Com isso, a primeira-ministra Theresa May pedirá à liderança da União Europeia para que a saída definitiva ocorra em outra data – antes, a previsão era que o Brexit ocorresse em 29 de março.
A premiê, no entanto, deve pedir para que o processo ocorra, no máximo, até 30 de junho. A data é limite para que o Reino Unido não precise participar das eleições para o Parlamento Europeu.
Integrantes do Parlamento votaram nesta quinta-feira uma série de emendas para decidir a saída do Reino Unido da União Europeia vai ou não ser adiada. Um dia antes, os parlamentares decidiram que o Brexit só poderá ocorrer caso haja acordo com o bloco.
Os parlamentares ainda rejeitaram uma proposta de transferir ao Parlamento a responsabilidade das decisões sobre o Brexit – uma vitória para a primeira-ministra, que continua, portanto, à frente do processo de saída da União Europeia.
Desde o ano passado, May tenta negociar um acordo com a União Europeia para evitar a saída abrupta do bloco – o que poderia acarretar em perdas na economia e incertezas políticas.
A premiê conseguiu costurar um tratado com líderes europeus no fim do ano passado. No entanto, a proposta foi recusada em janeiro deste ano. A derrota quase levou May a perder o cargo, mas ela venceu a votação de um voto de não confiança no Parlamento.
Ainda para evitar o chamado "Brexit duro", a primeira-ministra tenta convencer parlamentares britânicos e líderes europeus a fechar um acordo. Ela encontra, porém, resistência de todos os lados. Na terça-feira, o Parlamento britânico havia rejeitado mais uma vez um texto proposto por May para o Brexit. Foram 391 contra e 242 votos a favor.
Situação de May
A liderança de May dentro de seu partido está enfraquecida o que amplifica os pedidos de saída dela do cargo, segundo a BBC.
Em dezembro passado, ela foi submetida a um voto de desconfiança de seus correligionários, mas sobreviveu por 200 votos a 117 ao prometer renunciar à liderança do partido antes das próximas eleições gerais.
Em janeiro, um dia depois de seu primeiro acordo do Brexit ser rejeitado, ela passou por outra moção de desconfiança, desta vez a pedido do Partido Trabalhista. Mais uma vez conseguiu se manter no cargo, com 325 votos a favor e 306 contra sua continuidade.
Para o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, a primeira-ministra deveria convocar eleições gerais. O Partido Trabalhista votou em peso contra o acordo na última terça-feira: 238 a 3
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