Inquérito

Inquérito sobre a chacina do Coquilho enviado à Justiça

A polícia afirmou que as três vítimas foram executadas pelo policial militar Hamilton Caires Linhares, com apoio do vigilante Evilásio Júnior; ambos foram indiciados

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
PM Hamilton Caires e o vigilante Evilásio Júnior foram indiciados
PM Hamilton Caires e o vigilante Evilásio Júnior foram indiciados (Acusados)

SÃO LUÍS - A Polícia Civil já encaminhou ao Ministério Público (MP) o inquérito sobre a chacina ocorrida em uma área de construção de um condomínio do programa federal Minha Casa, Minha Vida, no Coquilho, zona rural da capital. Este ato criminoso ocorreu no dia 3 de janeiro deste ano e resultou na morte Joanderson da Silva Diniz, de 17 anos; Gildean Castro Silva, de 14 anos, e Gustavo Feitosa Monroe, de 18 anos.

A polícia informou, ontem, que houve uma execução e, entre as vítimas, duas foram baleadas quando estavam de joelhos. O soldado da Polícia Militar, Hamilton Caires Linhares, e o vigilante Evilásio Júnior são os principais acusados e estão presos por ordem judicial.

“A investigação sobre esse caso já foi concluída e não há dúvidas da participação do militar e do vigilante nesse crime apesar de terem negado durante o depoimento”, disse o delegado Dilson Pires, da Superintendência de Homicídio e Proteção a Pessoas (SHPP). Ele informou, também, que Hamilton Caires e Evilásio Júnior foram indiciados pelo crime de homicídio triplamente qualificado. O inquérito foi encaminhado na última segunda-feira ao Ministério Público e, no momento, cabe ser denunciado ao Poder Judiciário.

O delegado disse que mais de 20 pessoas foram ouvidas, entre elas, vigilantes e parentes das vítimas. No decorrer da investigação foram feitos vários exames periciais pela equipe do Instituto de Criminalística, inclusive, no corpo dos jovens e ficou comprovado que a execução foi realizar por uma pistola ponto 40.

Caso

O delegado informou que estava ocorrendo pequenos furtos na área de construção desse condomínio e a construtora responsável pela obra, acabou contratando profissionais da área de segurança pública para trabalharem armados e darem apoio aos vigilantes desse local.

No dia 3 de janeiro, as vítimas teriam ido a área de construção, segundo o delegado, para pegar restos de materiais de obra e acabaram abordados pelo soldado Hamilton e o vigilante Evilásio Júnior. As vítimas foram levadas para a uma área de matagal onde duas foram baleadas quando estavam de joelhos, enquanto a terceira, foi morta em pé. O delegado disse que executor dos tiros teria sido o soldado, enquanto, o vigilante evitou a fuga das vítimas.

Os corpos somente foram encontrados no dia seguinte por populares e removidos para o Instituto Médico Legal (IML), no Bacanga. Foram constatadas pelos peritos do Icrim marcas de tiros nas mãos e na nuca dos jovens. Revoltados, a população incendiou dois ônibus, que faziam o transporte dos funcionários das construtoras da obra.

Prisões

Ainda no dia 7 de janeiro deste ano foi preso por ordem judicial o soldado Hamilton. O delegado disse que primeiramente o militar foi preso por mandado de prisão temporária, mas, foi convertida em preventiva. Ele, no momento, está custodiado no presídio militar, localizado no Calhau.

O militar disse que ao avistar os jovens teria efetuado tiros para o alto como forma de advertência. Em relação a pistola, ele afirmou que perdeu e não registrou boletim de ocorrência sobre o desaparecimento do armamento.

O outro suspeito foi preso o vigilante Evilásio Júnior, no último dia 4. O delegado declarou que o detalhe que fez a polícia chegar até o vigilante foi um par de óculos, que pertence à mulher do suspeito, encontrado no matagal próximo ao corpo das vítimas. “O vigilante está preso em cumprimento de prisão temporária, mas, há possibilidade de ser convertida em preventiva”, disse Dilson Pires.

Caso italiano

Uma equipe da SHPP continua investigando o assassinato do italiano Carmélo Mário Calabrêse, de 65 anos. A vítima morava há 20 anos em uma residência no Alto Laranjal, em Paço do Lumiar e foi encontrado morto por pescadores no rio Tibiri, zona rural da capital, no último dia 8, com marcas de golpes de faca.

O delegado Jeffrey Furtado afirmou que o corpo do estrangeiro continua no IML a espera de familiares para o translado para a Itália. O veículo Siena Fire da vítima foi levado ontem para o Instituto de Criminalística, no Bacanga, para ser periciado. O veículo foi encontrado em uma estrada vicinal, na Vila Esperança, na tarde do último dia 13. “Existe a possibilidade de pelo menos três criminosos terem participado desse assassinato”, disse Jeffrey Furtado.

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