Saúde

Maranhão tem maior taxa de perda de anos com qualidade de vida após AVC

Pesquisa de impacto do Acidente Vascular Cerebral (AVC), que adoece famílias inteiras, apontou que 51% das pessoas que tiveram um não andam sozinhas no primeiro ano; de 30% a 40% não conseguem falar para se comunicar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Dificuldade  na locomoção é uma das sequelas do AVC
Dificuldade na locomoção é uma das sequelas do AVC (AVC)

O estado brasileiro onde as pessoas passam mais tempo tentando recuperar a qualidade de vida após um Acidente Vascular Cerebral (AVC) é o Maranhão. É o que mostra o trabalho científico coordenado pelo professor de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP, Paulo Lotufo. A pesquisa de impacto do AVC, que adoece famílias inteiras, apontou que 51% das pessoas que tiveram um não andam sozinhas no primeiro ano. De 30% a 40% não conseguem falar para se comunicar.

O dado foi apresentado pelo médico Alexandre Pieri, que é neurologista vascular do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia/USP, e esteve em São Luís para a palestra “Sessão conjunta da Cardiologia e Neurologia”, realizada no UDI Hospital. Abordando o tema “fibrilação atrial e anticoagulação”, o médico destacou técnicas e medicamentos disponíveis no mercado que podem reduzir expressivamente o índice de letalidade do AVC.

A doença está entre as três maiores causas de morte no mundo. Estatísticas indicam que a cada seis segundos, uma pessoa apresentará um acidente vascular cerebral. “Seis milhões de pessoas apresentam um AVC por ano no mundo, fora as subnotificações. Uma em cada seis pessoas apresentará um AVC na vida”, frisou o médico.

Os fatores de risco para o AVC se subdividem em cardiovasculares não-modificáveis e modificáveis. Os não-modificáveis estão relacionados a idade. A cada década, depois dos 55 anos, o risco de ter um AVC dobra. Já os modificáveis, são: pressão alta, diabetes, colesterol, fibrilação atrial, cigarro, dieta pobre em verduras e legumes, o estresse, e o nivel sócio-econômico. “O Brasil está empobrecendo e envelhecendo. Se levarmos em consideração que o nível socioeconômico é um fator de risco e a idade também, nós estamos frente a uma epidemia de AVC”, alertou Pieri.

Dados do DataSUS mostram que em 2017 o Maranhão teve uma expectativa de vida cinco anos a menos que a média nacional. O nível de 63,5% de pessoas na pobreza leva à menor esperança de vida e, consequentemente, à maior probabilidade de ocorrência de acidentes vasculares cerebrais. Inflamação são fatores de risco comuns e, por vezes, até ignorados. Levam a um envenenamento sistêmico. Não há idade para que ocorra um AVC, mas, o risco aumenta com a idade.

Prevenção
Acredita-se que 80% das pessoas tenham arritmia e não sintam nada. Por isso a importância de apalpar os pulsos. Hoje, há relógios tecnológicos que medem os batimentos cardíacos. A prevenção deve começar no cotidiano, com práticas saudáveis e monitoramento sistemático da saúde. A alimentação também pode ser uma aliada.

Diagnóstico
Em até quatro horas e meia é possível reverter o quadro e as sequelas do AVC, se o paciente for devidamente encaminhado ao hospital. Sabe como identificar o AVC? Peça para a pessoa sorrir, estender os braços, falar ou cantar e, por fim, fazer uma estimativa de quanto tempo o paciente foi visto pela última vez em plena saúde. “É possível retomar a normalidade de todo o quadro, desde que se alie tempo a avanços da medicina em favor da recuperação desta vítima”, conclui o neurologista Alexandre Pieri.

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