Imposto de Renda

Antecipação de restituição do IR pode ser muito arriscada

Especialista em educação financeira alerta o contribuinte que trata-se de um empréstimo e que, portanto, é preciso considerar os juros e ter certeza de que o mesmo não cairá na malha fina, pois acabará arcando com as parcelas do próprio bolso

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
(imposto de renda)

Durante a entrega da declaração do Imposto de Renda – o prazo termina em 30 de abril – muitos brasileiros se interessam pela antecipação da restituição. Trata-se de um empréstimo, portanto é preciso considerar os juros e ter certeza de que não cairá na malha fina e acabará arcando com as parcelas do próprio bolso.

Muitos consideram essa uma boa saída para “desafogar” o orçamento, sem considerar que se há um problema financeiro, não será a entrada antecipada de dinheiro que irá resolvê-lo. Mas a questão é mais profunda, segundo o doutor em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, pois diz respeito aos hábitos e comportamentos que o levaram a precisar deste empréstimo em primeiro lugar.

Ele adverte que se o problema for uma dívida com juros altos, maiores do que os da antecipação, ainda que a antecipação do IR seja um bom negócio, é preciso ter consciência de que trocar uma dívida pela outra não é a solução. E que ainda assim, é importante fazer uma boa pesquisa entre as instituições financeiras, já que as taxas variam muito.

A vantagem da liberação rápida do dinheiro na conta corrente tem um custo, que vai além dos juros: os riscos. Afinal, além de perder dinheiro ao pagar as taxas, há a possibilidade de haver alguma inconsistência na declaração e o valor devolvido pela Receita ser menor do que o esperado, ou pior, a declaração cair na malha fina e o contribuinte não receber essa restituição – esses fatos não mudarão em nada o empréstimo tomado anteriormente, restando a quem tomou o empréstimo parar pesados juros.

“Ou seja, se for utilizar a antecipação é preciso ter certeza de que a declaração está perfeita. Por isso é válido ter cautela ao preencher e se organizar com antecedência, separando documentos para que possa justificar o que está declarando. Por se tratar de um relatório minucioso em alguns casos, é válido buscar a assessoria de um especialista contábil”, ressalta Reinaldo Domingos.

Desse modo, a principal recomendação é que, antes de tomar qualquer decisão, o contribuinte faça um diagnóstico financeiro para ter consciência de que forma gasta o seu dinheiro e possa identificar pontos de melhoria, para que não mais precise de rendas extras para manter o equilíbrio financeiro.

Mais

Primeiro lote

Uma última orientação: os que vão receber a restituição no primeiro lote precisam investir o valor em um fundo adequado para o prazo em que se deseja atingir um objetivo, afinal de nada adianta manter uma quantia destinada para a realização de um sonho de longo prazo na poupança, por exemplo. Assim se tornaria mais vantajoso receber nos últimos lotes, já que o governo paga as correções.

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