Combate

Violência contra mulher precisa ser combatida

A educação e o trabalho de prevenção são um dos meios que podem ser utilizados para mudar a cultura machista enraizada ainda em muitos indivíduos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
A delegada Wanda Moura falou sobre o combate a violência contra a mulher
A delegada Wanda Moura falou sobre o combate a violência contra a mulher (Wanda Moura)

SÃO LUÍS- O inconformismo do homem com o fim do relacionamento, o machismo, o sentimento de posse, falta de respeito e até mesmo pensamento atrasado que não combina com a época em que vivemos são algumas das maiores causas da violência contra a mulher, segundo a polícia. Dados da Delegacia Especial da Mulher (DEM) de São Luís revelam que no ano passado foram registradas 1.870 denúncias de mulheres ameaçadas por companheiro, 1.625 inquéritos instaurados, 3.789 pedidos de medidas protetivas e 433 prisões. Somente no primeiro mês deste ano já ocorreram 33 prisões e um registro de 35 inquéritos policiais relacionados a ameaça, lesão corporal e descumprimento de medida protetiva.

A delegada titular da DEM de São Luís, Wanda Moura, denominou a violência contra a mulher como sendo uma triste realidade e precisa ser combatida pelo Poder Público. Uma dessas mazelas é a cultura machista, que, na verdade, continua enraizada em muitos indivíduos. “A maioria dos homens tem a mulher como posse, pois, essa ideia deve ser modificada”, afirmou a delegada.

Wanda Moura também informou que a mulher ao sofrer algum tipo de violência seja física ou verbal pode resultar em várias mazelas. Uma delas é apresentar problemas de saúde, principalmente, quadro depressivo ou até mesmo de relacionamento.

Para ela, as ações de combate a essa problemática precisam ser feitas, principalmente, nas escolas, pois, por meio da educação, existe a possibilidade de modificar essa cultura machista e de posse. Além disso, o trabalho de prevenção e as campanhas educativas são de suma importância.

A delegada ainda citou que a DEM e as demais entidades, que compõem a Casa da Mulher Brasileira, localizada no Jaracati, realizam ao longo do ano várias atividades de combate a violência contra a mulher. No período do Carnaval deste ano foi realizado a campanha contra o assédio, que teve como tema “Assédio é crime-Não tô a fim, sem permissão, não toque em mim!!!”.

No decorrer desse trabalho, foram distribuídos materiais educativos informando sobre a prevenção ao assédio e ventarolas entregues aos populares, que estavam nos pontos da folia. A delegada também informou que as redes sociais foram uma outra ferramenta utilizada durante o período da campanha para alcançar o público.

Wanda Moura também pontou que a mulher não deve ter medo de fazer a denúncia. Ainda há muitos casos em que elas são violentadas em seu lar há anos, inclusive, pelo marido, mas com receio do fim do relacionamento ou até mesmo devido à dependência financeira acabam se calando e aceitando essa triste situação.

“A maioria dos homens tem a mulher como posse, pois, essa ideia deve ser modificada”.Wanda Moura-delegada da Delegacia Especial da Mulher

Renovando

“Precisamos renovar a mulher vitimada”, declarou a diretora do Centro de Referência de Atendimento a Mulher em Situação de Violência, psicóloga Simone Cunha. Esse centro é uma entidade municipal que está inserido na Casa da Mulher Brasileira.

Simone Cunha informou que mais de 40 pessoas são atendidas pelo centro mensalmente e um total de 100 atendimentos de retorno. No centro, as mulheres vitimadas possuem um atendimento humanizado feito por uma equipe multidisciplinar.

A diretora disse que as mulheres, que são vítimas de violência, registram a ocorrência na DEM e, logo após, são encaminhadas para o centro onde primeiramente passam por uma triagem. Em seguida, elas são ouvidas por psicólogos e assistentes sociais. Conforme o grau do problema, a vítima passa a ser assistida por outros profissionais do centro como do setor do jurídico, pedagógico ou até mesmo de orientação profissional.

Ainda de acordo com Simone Cunha, o centro também oferece atendimento aos familiares das vítimas. “Na maioria dos casos de violência não afeta somente a mulher vitimizada, mas também a pessoa do seu convívio familiar, então, precisa ser assistido”, disse Simone Cunha.

SERVIÇO

Denuncie

As denúncias de casos de violência contra mulher podem ser feitas na Casa da Mulher Brasileira, no Jaracati, como também pelo número 190 da PM e o Disque Denúncia 98-3223-3800 ou 0300-3135 800.

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