Artigo

Cinzas de Carnaval

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26

Meus amigos. O Carnaval acabou com a entoação da velha canção: “É hoje só amanhã não tem mais.” “Agora é cinzas, tudo acabado e nada mais”.

E por que cinzas? Os textos que consultei nos informam que “A Quarta-Feira de Cinzas representa o primeiro dia da Quaresma no calendário gregoriano, podendo também ser designada por Dia das Cinzas e é uma data com especial significado para a comunidade cristã. A data é um símbolo do dever da conversão e da mudança de vida, para recordar a passageira fragilidade da vida humana, sujeita à morte. Coincide com o dia seguinte à terça-feira de Carnaval e é o primeiro dos 40 dias (Quaresma) entre essa terça-feira e a sexta-feira (Santa) anterior ao domingo de Páscoa.”

“A origem deste nome é puramente religiosa”. Neste dia, é celebrada a tradicional missa das cinzas. As cinzas utilizadas neste ritual provêm da queima dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. A estas cinzas mistura-se água benta. De acordo com a tradição, o celebrante desta cerimônia utiliza essas cinzas úmidas para sinalizar uma cruz na fronte de cada fiel, proferindo a frase “Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás” ou a frase “Convertei-vos e crede no Evangelho”.

Mas a exemplo das letras de canções que animam o Carnaval, também, há letras de músicas inspiradas nas Cinzas.

Quem não se lembra de Maria, Carnaval e Cinzas de Roberto Carlos? Pois diz o cancioneiro que “Morreu Maria, quando a folia/ Na quarta-feira, também morria/ E foi de cinzas seu enxoval/ Viveu apenas, um Carnaval”. “Não era noite, não era dia Somente restos de fantasia Somente cinzas, pobre Maria Jamais a vida lhe sorriria”.

E Carlinhos Brown com sua canção “Amantes Cinzas” “Agora que nós somos dois amantes, cinzas/ Agora que o carnaval passou/ Agora que nós somos duas partículas/ Colombina e pierrot, samba sou”.

E Cinzas no Coração de Vicente Celestino “Cinzas, Somente cinzas no coração.// Cinzas, Do nosso amor.// Juro que estava mentindo/ Quando jurei Guardar pra sempre esse amor,/ Que abandonei.// Chega, já é demais/ Tanto amargor.// Basta Não sou pierrô,/ Sou arlequim bem moderno/ Não acredito no amor.”

E a marcha de “Quarta-Feira de Cinzas” de Elis Regina que entoa: “Acabou nosso carnaval,/ ninguém ouve cantar canções/ Ninguém passa mais. brincando feliz/ E nos corações. saudades e cinzas foi o que restou/ Pelas ruas o que se vê/ é uma gente que nem se vê/ Que nem se sorri, se beija e se abraça/ E sai caminhando, dançando e cantando cantigas de amor/ E no entanto é preciso cantar”.

Agora uma curiosidade. Segundo dr. Zem de Fortaleza (CE), “Aurora, uma das mais populares marchinhas do Carnaval brasileiro, talvez seja a música carnavalesca composta mais próximo do Carnaval e, ao mesmo tempo, a mais distante do período momino. Explico: a marcha foi criada, acreditem, numa quarta-feira de cinzas - início de um período em que as pessoas, cansadas da maratona momina, geralmente entram na melancolia desse dia insosso e não querem mais ouvir nada referente à folia.”

“O compositor Roberto Roberti, naquela inspirada quarta-feira de 1940, procurou eufórico o seu amigo Mário Lago, com o famoso estribilho da música.. mas só tinha a famosa frase “Se você fosse sincera,/ Ô, ô, ô, ô Aurora...”, o resto complementava com o velho recurso do lá, lá, lá. Aflito e antevendo o sucesso da música, apelou para o parceiro para que o ajudasse na conclusão da obra.”

O carnaval se foi, a alegria também, agora, só restam cinzas.

Bem-vindos a encarar o ano que agora começa... E guardar as esperanças para um novo Carnaval. Chegamos à Quarta-Feira de Cinzas! Até a próxima.

Prof. Dr. Fernando Belfort

E-mail: fbelfortadv@hotmail.com

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