Polêmica

Publicação de vídeo pornográfico gera polêmica na internet

Internautas criaram hastag #ImpeachmentBolsonaro, que liderou os tópicos mais replicados, ontem, no Twitter; postagem do presidente não foi excluída

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Presidente Bolsonaro postou vídeo em rede social para fazer críticas a blocos de carnaval
Presidente Bolsonaro postou vídeo em rede social para fazer críticas a blocos de carnaval (Bolsonaro)

São Paulo - A publicação de um vídeo de conteúdo escatológico e pornográfico pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) em sua conta no Twitter, na noite da terça-feira, 5, dividiu a rede social com a hashtag #ImpeachmentBolsonaro liderando os tópicos mais replicados, seguida pela #BolsonaroTemRazão.
Logo após o tuíte, muitos internautas pediram que o conteúdo fosse denunciado à rede social como impróprio. Nem o Twitter, nem o presidente excluíram a postagem, mas foi colocado um aviso de que a mídia "pode conter material sensível". Na postagem, o presidente afirma que "é isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro". Na postagem feita por Bolsonaro não está identificado onde se deu o ocorrido.
Entre os tuítes com a hashtag #ImpeachmentBolsonaro, são feitos pedidos de exame psiquiátrico para o presidente, além de acusações de quebra de decoro. "Bolsonaro é um sujeito vulgar e sem ética que não vê problema em expor um vídeo de pornografia no seu perfil oficial do Twitter. É um vigarista charlatão e, acima de tudo, um despreparado para o cargo que ocupa", escreveu um usuário da rede.
Do outro lado, as postagens com #BolsonaroTemRazão apontam que o presidente estava apenas fazendo uma denúncia. "Fazer pornografia em área pública na frente de família e criança não tem problema. O problema é o Bolsonaro postar. A que nível chegou esse pessoal...", tuitou outra usuária.

Regras
O vídeo publicado pelo presidente Bolsonaro não viola a política de conteúdo de mídia da rede social. Segundo o próprio site, o Twitter permite algumas formas de violência explícita e/ou conteúdo adulto nas postagens que forem marcadas como mídia "sensível", como foi o caso da publicação de Bolsonaro.
A regra só seria violada caso o conteúdo fosse publicado em vídeos ao vivo, na imagem de capa ou do perfil do presidente. Consultado, o Twitter disse que "eventuais violações estão sujeitas às medidas cabíveis".

mais

A indicação de que a postagem pode conter "mídia sensível" pode ser colocada pelo próprio Twitter ou pela sinalização dos usuários da rede. Além disso, a reprodução automática do conteúdo pode ser bloqueada nas configurações de segurança do perfil de cada um.

Veículos estrangeiros repercutem post do presidente Bolsonaro

Veículos estrangeiros estão repercutindo o polêmico tuíte do presidente Jair Bolsonaro com vídeo no qual dois homens aparecem em atos obscenos diante de uma multidão.
O vídeo, publicado no Twitter de Bolsonaro é definido pelo jornal americano The New York Times como uma "revolta" do presidente brasileiro diante da cena. O jornal norte-americano ressalta que o post tinha o objetivo de criticar o carnaval e que "muitos conservadores da maior nação latino-americana detestam" as festividades da época, vistas por eles como "pagãs".
Publicações britânicas, os jornais Daily Mail, The Independent e Daily Mirror enfatizaram o aspecto explícito do vídeo, no qual um homem aparece urinando no cabelo de outro. O Daily Mail lembrou que Bolsonaro foi alvo de protestos e zombaria de muitos foliões durante os blocos de carnaval, e citou o boneco gigante presente nos desfiles do carnaval de rua de Olinda (PE).
O The Independent mencionou a sequência dada à polêmica pelo próprio presidente ao publicar outro tuíte. "O que é golden shower?", escreveu Bolsonaro. Segundo o jornal, "os brasileiros rapidamente condenaram o tuíte de Bolsonaro como algo que não representa o carnaval" e ressaltou que usuários do Twitter têm reportado o vídeo como sendo de conteúdo inapropriado.

Lembrança
Para o jornal Daily Mirror, que publicou o vídeo em destaque na reportagem, Bolsonaro se destaca por sua reputação "racista, sexista e homofóbica". O veículo inglês relembrou outros momentos polêmicos de Bolsonaro quando o agora presidente ainda era deputado federal, como quando disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS) que não a estupraria por falta de mérito da parlamentar e de uma entrevista dada à revista Playboy em 2011 na qual Bolsonaro se disse "incapaz de amar um filho homossexual".
Além dos jornais, grandes agências internacionais como Reuters e Associated Press também publicaram textos a respeito do tuíte do presidente brasileiro.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.