Carnaval 2019

Rio de Janeiro conhece hoje a campeã do Carnaval 2019

Apuração será realizada às 16h30, direto da Marquês de Sapucaí, e 14 escolas disputam o título

Agência Brasil

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Mangueira desfilou no segundo dia de apresentações
Mangueira desfilou no segundo dia de apresentações (NABGUEIRA DESFILE )

Nesta quarta-feira (6) será realizada, às 16h30, direto da Marquês de Sapucaí, a apuração dos votos das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Neste ano, 14 escolas disputam o título do carnaval 2019. São elas: Império Serrano, Viradouro, Grande Rio, Salgueiro, Beija-Flor, Imperatriz, Unidos Da Tijuca, São Clemente, Vila Isabel, Portela, União Da Ilha, Paraíso Do Tuiuti, Mangueira e Mocidade. Além da disputa pelo título, as escolas lutam também para se manterem no Grupo Especial, principal vitrine do carnaval carioca. No próximo sábado (9), a partir das 21h, acontecerá o Desfile das Campeãs do Carnaval 2019 do Rio.

2º dia de desfiles

A São Clemente abriu os desfiles do segundo dia do Grupo Especial com irreverência e foi seguida por uma performance luxuosa da Vila Isabel e uma calorosa homenagem da Portela a Clara Nunes, depois União da Ilha, Mangueira, Mocidade e Paraíso do Tuiuti. Após a noite, de sábado (2), em que a chuva preocupou as escolas de samba do Rio de Janeiro, as agremiações do Grupo Especial que entraram no sambódromo na segunda-feira encontraram a pista seca e o tempo bem menos instável.

Consagrada por suas críticas sociais e bom humor, a São Clemente foi a primeira a desfilar ontem (4). A escola reviveu um samba de 1990 em que criticava os rumos do carnaval carioca, cheio de famosos, ingressos caros e efeitos especiais. "Virou Hollywood", ironiza o samba, que criticava também a falta de espaço para o povo participar da festa.

A comissão de frente da São Clemente trouxe os cartolas do samba definindo o futuro do carnaval em uma virada de mesa, referência que já tinha aparecido no desfile da Grande Rio. As duas escolas lembraram a permanência da própria Grande Rio e da Império Serrano no Grupo Especial, depois de uma decisão em plenário da Liga Independente das Escolas de Samba ter suspendido os rebaixamentos do ano passado.

Ídolos Pop

Fantasiado de Michael Jackson e Madonna, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira apontava a invasão de ícones culturais norte-americanos no carnaval. No abre-alas, o destaque a Marylin Monroe reforçava essa crítica. Marylin apareceu de aplique loiro e sutiã de ícone – marcas da artista na vida real.

Investimentos

A escola defendeu ainda o investimento em cultura, criticando os cortes de verbas que as escolas de samba sofreram nos últimos anos. A São Clemente terminou o desfile em clima de nostalgia, lembrando antigos carnavais. O carnavalesco Jorge Silveira disse que o desfile cheio de críticas e irreverência foi um reencontro da escola com sua essência. Segundo ele, é necessário cuidar para, como diz o enredo, o samba não sambar."Muita coisa que ameaçava a gente naquela época continua ameaçando. A coisa só se potencializou. Mas o que mais fere o sambista é deixar o povo fora da jogada. O carnaval é do povo e ele é o protagonista".

Vila Isabel

A Vila Isabel subiu a serra e homenageou Petrópolis no carnaval deste ano. O enredo promoveu o encontro da cidade imperial com a comunidade do Morro dos Macacos e teve seu desfile iniciado por uma visita ao Museu Imperial, principal ponto turístico da cidade serrana.

Portela

O terceiro desfile da noite foi da Portela, escola tradicional de Madureira que decidiu homenagear uma de suas grandes estrelas, a cantora Clara Nunes. Em vez de contar a biografia da cantora, a Portela escolheu explorar sua brasilidade e falou de sua formação religiosa, da infância no interior e do encontro de Clara com o subúrbio do Rio de Janeiro, onde conheceu a Portela.

A comissão de Frente, coreografada por Carlinhos de Jesus, trouxe as Guerreiras de Iansã. O coreógrafo comemorou que tudo saiu como planejado. "A ideia era homenagear a mulher brasileira por meio da figura da Clara Nunes, que foi uma das pioneiras a bater no peito e assumir uma série de posicionamentos. E isso foi muito importante, porque a Clara tem essa voz."O desfile teve outros elementos de religiões de matriz africana, ao mesmo tempo em que carros sobre a fé católica trouxeram igrejas barrocas e a imagem de Nossa Senhora Aparecida. l

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