Carnaval 2019

Rio: Unidos da Tijuca fecha 1º dia de desfiles do Grupo Especial

Escola, que é forte concorrente ao título de campeã de 2019, mostrou um desfile emocionante com uma mensagem de união e amor ao próximo sob o enredo “Cada macaco no seu galho”

Agência Brasil

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
As encenações à frente de cada alegoria da Unidos da Tijuca foram criadas pelo ator e diretor Jan Oliveira
As encenações à frente de cada alegoria da Unidos da Tijuca foram criadas pelo ator e diretor Jan Oliveira (UNIDOS DA TIJUCA RIO )

Rio - A Unidos da Tijuca encerrou nesta segunda-feira (4) o primeiro dia do desfile do Grupo Especial com um desfile emocionante e é forte concorrente ao título de campeã de 2019 no Carnaval do Rio de Janeiro. Os componentes cantaram o samba em tom de deferência como se fosse uma oração. O público nas arquibancadas também se deixou levar pela mensagem de união que a escola propôs com o enredo “Cada macaco no seu galho”.

O samba-enredo defendeu o amor ao próximo e a ideia de que se cada um desempenhar a sua função no mundo, a vida da humanidade pode ser melhor.

As encenações à frente de cada alegoria, criadas pelo ator e diretor Jan Oliveira, provocaram impacto, principalmente, a que veio na frente do carro “Comendo o pão que o diabo amassou” que é em forma de um navio negreiro.

Emoção

Outra encenação que se destacou foi a do “Cristo carregando a cruz” e sendo açoitado, que estava na frente da alegoria Multiplica o sagrado pão, onde nas laterais senhoras vestidas de Nossa Senhora cantavam o samba em tom de clamor em direção do público.

Aos prantos, Hélcio Paim, desabafou. “Estou muito emocionado”, disse. “Desfile emocionante. Mostramos que estamos recuperados e disputando o título com muita dignidade”, disse Marcus Paulo, outro integrante da comissão de carnaval.

O presidente da Unidos da Tijuca, Fernando Horta, destacou que o forte canto da escola se deve a grande presença da comunidade do Borel. “O meu componente é diferenciado a gente ficou aqui até essa hora da manhã e eles ainda estão aí contentes com alegres”, disse.

Orixá
Emoção também foi o que se viu no desfile do Salgueiro que entrou na avenida com toda a força de Xangô, orixá da justiça e padroeiro da escola. O canto forte e a animação dos seus 3,5 mil componentes em 30 alas empolgaram o público.

O intérprete Quinho, que voltou ao Salgueiro, vibrou com o retorno.” É a mesma coisa do que ser convocado pela primeira vez pela seleção brasileira ou então fazer um gol em final de copa do mundo”, indicou.

Contado em cinco setores, o enredo da vermelho e branco da Tijuca, que foi a quarta escola a desfilar, foi contado ao longo do desfile com o apoio de cinco alegorias. No sincretismo Xangô tem como representação de São Jerônimo e o santo católico apareceu na alegoria da comissão de frente.

“Foi uma emoção muito grande até porque sou filho de Xangô no candomblé”, disse Eduardo Lopes, que há 10 anos integra a comissão de frente.

Alegoria

Na figura de Xangô no alto da alegoria da comissão de frente, o ex- passista Quinho, levantou o público em vários momentos da coreografia em que fazia a dança do orixá utilizando dois machados, símbolo de Xangô.

“Parecia que não era eu e alguma coisa estava me conduzindo ali. Foi muito emocionante. Chorei o tempo todo. É a minha escola. Desfilo desde 2012”, afirmou Quinho.

Para o carnavalesco Alex de Souza, a escola de samba tem um papel social. “O país que carece tanto de soluções, a gente trouxe o povo no fim com duas bandeiras de luta”, disse o carnavalesco.

Saudações

Ao pisar na passarela do samba, a Beija-Flor foi saudada pelo público do setor 1 como bicampeã. A torcida concentrada na área mais popular da Marquês de Sapucaí se emocionou com o intérprete da azul e branco, Neguinho da Beija-Flor. Neste ano, o cantor completa 10 anos do desfile que marcou o fim de um tratamento contra um câncer e o casamento na pista realizado na concentração do Sambódromo com a companheira que estava grávida.

Com o enredo “Quem não viu vai ver… As fábulas do Beija-Flor”, a agremiação celebrou os 70 anos de história com uma releitura dos enredos mais marcantes que levou para a Sapucaí. Novamente o Cristo que passou coberto com um saco plástico preto no enredo Ratos e Urubus rasguem a minha fantasia em 1989, voltou este ano, dessa vez, completamente à mostra e mexeu com as arquibancadas.

Selminha Sorriso, porta-bandeira da escola há 24 anos, afirmou que se sente orgulhosa de fazer parte da história da Beija- Flor. “Vinte e quatro anos. Que alegria tanto tempo junto com o mesmo mestre sala o Claudinho. É muito felicidade. Espero dar os 40 pontos [pontos do quesito] para a minha escola”, disse.

Marcelo Misailidis, coreógrafo da comissão de frente, afirmou ter ficado satisfeito com a atuação dos integrantes. “Cumpriu com certeza com que estava esperando. Estamos esperando o bi [bicanpeonato] agora. Muito bom”, disse.

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