Editorial

Economia em ritmo lento

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26

A edição 902 da Carta IEDI, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, traz uma análise do fim de 2018 e o parecer não é nada positivo. Pelo contrário, a diagnóstico é de ritmo lento na economia brasileira.

Com base em dados oficiais, o IEDI observou que a economia brasileira andou de lado em novembro de 2018, com indústria e serviços ficando estagnados em relação ao mês anterior, já descontados os efeitos sazonais. O comércio varejista cresceu, mas, em boa medida, devido à concentração de promoções que tem se tornado tradicional neste mês.

De acordo com o IEDI, criado em 1989 e reúne 50 empresários representantes de grandes empresas nacionais, a produção industrial variou +0,1% e o faturamento real do setor de serviços ficou inerte (0%) na série com ajuste, repetindo uma clara ausência de dinamismo que já havia caracterizado ambos os setores em meses anteriores. Em outubro, a indústria registrou resultado de -0,1%. Serviços, por sua vez, está parado desde setembro (-0,3% e 0% em out/18).

Já o comércio varejista acumulava dois meses seguidos de retração. No bimestre setembro-outubro, havia perdido 1,8%, já descontados os efeitos sazonais, tanto no conceito restrito como no ampliado. Ou seja, ao repor quedas anteriores, o resultado de novembro implica um dinamismo mais modesto do que aparenta.

Diante desses números, nada animadores, é que o IEDI externa que o Brasil chegou relativamente sem forças ao final de 2018, o que significa um quadro bastante diferente do final de 2017, quando se avolumavam expectativas de que a recuperação econômica viesse a ganhar cada vez mais velocidade.

Na indústria, esta involução é bastante nítida. Depois de atingir +5,1% no 4º trimestre/17 de crescimento de sua produção, ocorreu um recuo para +1,2% no 3º trimestre/18 e finalmente para -0,1% em outubro-novembro/18 frente ao mesmo período do ano anterior, dando a entender que o último quarto do ano foi decepcionante.

Segundo IEDI, para alguns segmentos industriais, este comportamento foi ainda mais pronunciado. É o caso do macrossetor de bens de consumo semi e não duráveis, que apresentaram declínio no 3º trimestre/18 (-0,4% frente ao 3º trimestre/17) e no bimestre out-novembro/18 (-0,1%). Bens intermediários, que é o centro do sistema industrial, aponta perda de -1,0% em outubro-novembro/18, depois de ter crescido +4,2% no 4º trimestre/17. Bens de capital e de consumo duráveis também desaceleraram em relação ao final de 2017.

Se a trajetória industrial aponta para uma inércia no final de 2018, qualquer que seja a comparação utilizada, o setor de serviços mostra um desempenho mais favorável do que aquele do final de 2017, dado que vinha acumulando perdas sistemáticas até pouco tempo atrás.

No acumulado janeiro-novembro/18, o faturamento real dos serviços variou -0,1% ante igual período do ano anterior. Este resultado, porém, esconde um ganho relativo de vitalidade nos últimos meses do ano: +0,7% no 3º trimestre/18 e +1,2% no bimestre outubro-novembro, segundo a comparação com o mesmo período do ano anterior. Em alguns ramos a performance é ainda melhor, como em serviços de transporte, correios e seus auxiliares, serviços prestados às famílias e outros serviços, que envolvem um conjunto diversificado de atividades.

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