SAÚDE

Maranhão registra redução de 4,4% em casos de dengue

Estado é o terceiro melhor colocado do Nordeste em redução de ocorrências da doença; casos de chikungunya e zika vírus também apresentaram queda significativa; neste ano, não houve óbitos relacionados às doenças no MA

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Floreira com acúmulo de água, na Praça Gonçalves Dias, pode virar criadouro do mosquito da dengue
Floreira com acúmulo de água, na Praça Gonçalves Dias, pode virar criadouro do mosquito da dengue (dengue)

SÃO LUÍS - O Maranhão é o terceiro colocado entre os estados do Nordeste em redução de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, ficando atrás apenas do Piauí (1º colocado, com 79% de redução) e da Paraíba (em 2º lugar do ranking nordestino, com 20,7% de casos a menos). Dados divulgado pelo Ministério da Saúde na última terça-feira (26) apontam que o número de casos prováveis de dengue diminuiu cerca de 4,4% em 2019, quando foram notificados 219 casos da doença entre os dias 1º de janeiro e 2 de fevereiro, enquanto no mesmo período de 2018 os registrados foram de 229 casos.

A queda também foi verificada entre os ocorrências de chikungunya e zika, que reduziram, respectivamente, 52% e 47% durante o mesmo período. Em 2018, durante o período analisado, 108 casos de chikungunya foram registrados no estado e 17 de zika. Em 2019, os números caíram para 52 e nove, na mesma ordem. Além da redução, outro dado positivo foi divulgado: o Maranhão não registrou óbitos em decorrência da dengue neste ano.

Diferentemente do registrado no Maranhão, os dados nacionais apontam um crescimento de 149% no número de casos
prováveis de dengue durante os primeiros 33 dias do ano, passando de 21.992 no ano passado para 54.777 em 2019. Já os registros de zika e chikungunya apresentaram redução de 18 e 51%, respectivamente, em todo o país. Em 2018, foram 776 casos de zika, enquanto que neste ano 630 ocorrências foram registradas. No mesmo período, os casos de chikungunya caíram de 8.508 em 2018 para 4.149 neste ano.

As ações de prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti são permanentes e tratadas como prioridade pelo Governo Federal. Todas as ações são gerenciadas e monitoradas pela Sala Nacional de coordenação e Controle para enfrentamento do Aedes que atua em conjunto com outros órgãos, como o Ministério da Educação; da Integração, do Desenvolvimento Social; do Meio Ambiente; Defesa; Casa Civil e Presidência da República. A Sala Nacional articula com as Salas Estaduais e Municipais (2.166) as ações de mobilização e também monitora os ciclos de visita a imóveis urbanos no Brasil, que são vistoriados pelos agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias.

O Ministério da Saúde também oferece, continuamente, aos estados e municípios apoio técnico e fornecimento de insumos, como larvicidas para o combate ao vetor, além de veículos para realizar os fumacês, e testes diagnósticos, sempre que solicitado pelos gestores locais. Também são investidos recursos em ações de comunicação, como campanhas publicitárias e divulgação nas redes sociais, junto à população.

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), tem realizado regularmente, como medida preventiva, a capacitação técnica para profissionais de saúde dos municípios maranhenses, além de desenvolver ações de mobilização social de educação em saúde e assessoria técnica com monitoramento rigoroso das operações de campo e vigilância dos casos.

A SES informou que, para reforçar as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti nas cidades maranhenses, está sendo feito o uso do carro fumacê, assim como Inspeções nos prédios das instituições públicas estaduais (escolas, unidades de saúde e secretarias estaduais) e apoio institucional e assessoria técnica aos municípios para controle de possíveis surtos.
Ações da Prefeitura

Por meio do Comitê Gestor de Limpeza Urbana, a Prefeitura de São Luís têm realizado ações importantes para combater o mosquito Aedes aegypti na capital maranhense. Além de atividades de conscientização, o “Bota-Fora” se destaca entre as ações. Durante a operação, finalizada em 16 de fevereiro, foram recolhidos os chamados resíduos volumosos - eletrodomésticos que não funcionavam, pneus, móveis fora de uso, entulhos e outros pelas ruas dos bairros. A comunidade aprovou a iniciativa, que foi levada a várias regiões da cidade e faz parte da política de gestão dos resíduos sólidos que vem sendo colocada em prática pela gestão municipal.

O objetivo do bota-fora foi combater a formação de pontos de descarte irregular de resíduos sólidos pelos bairros, garantindo a limpeza da região e evitando o surgimento de focos de proliferação de insetos vetores de doenças como o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre chikungunya e zika vírus. Outro objetivo da ação foi conscientizar a população acerca da importância do descarte correto de resíduos sólidos e o uso dos Ecopontos.

A presidente do Comitê Gestor de Limpeza Urbana, Carolina Moraes Estrela, informou que o bota-fora é uma oportunidade de aproximar a população do serviço de limpeza urbana. “Durante o bota-fora, além de fazer o recolhimento porta a porta daqueles resíduos que não são removidos durante a coleta domiciliar, a gente tem a oportunidade de conversar mais de perto com a população, conhecer as peculiaridades do bairro e com isso melhorar o serviço de limpeza urbana”, disse.

Saiba Mais

Principais tipos de criadouro do mosquito da dengue (Aedes Aegypti)
- Certificar que caixa d’água e outros reservatórios de água estejam devidamente tampados;
- Retirar folhas ou outro tipo de sujeira que pode gerar acúmulo de água nas calhas.
- Guardar pneus em locais cobertos;
- Guardar garrafas com a boca virada para baixo;
- Realizar limpeza periódica em ralos, canaletas e outros tipos escoamentos de água;
- Limpar e retirar acúmulo de água de bandejas de ar-condicionado e de geladeiras;
- Utilizar areia nos pratos de vasos de plantas ou realizar limpeza semanal;
- Retirar água e fazer limpeza periódica em plantas e árvores que podem acumular água, como bambu e bromélias;
- Guardar baldes com a boca virada para baixo;
- Esticar lonas usadas para cobrir objetos, como pneus e entulhos;
- Manter limpas as piscinas;
- Guardar ou jogar no lixo os objetos que pode acumular água: tampas de garrafa, folhas secas, brinquedos.

Como eliminar os focos do mosquito da dengue (aedes aegypti)?
- Lavar as bordas dos recipientes que acumulam água com sabão e escova/bucha;
- Jogar as larvas na terra ou no chão seco;
- Para grandes depósitos de água e outros reservatórios de água para consumo humano é necessária a presença de agente de saúde para aplicação do larvicida;

- Em recipientes com larvas onde não é possível eliminar ou dar a destinação adequada, colocar produtos de limpeza (sabão em pó, detergente, desinfetante e cloro de piscina) e inspecionar semanalmente o recipiente, desde que a água não seja destinada a consumo humano ou animal. Importante solicitar a presença de agente de saúde para realizar o tratamento com larvicida.

Como efetuar a limpeza de objetos usados para armazenamento de água?
Tampar e lavar reservatórios de água são ações importantes para o combate ao Aedes aegypti. A limpeza deve ser periódica com água, bucha e sabão. Ao acabar a água do reservatório, é necessário fazer uma nova lavagem nos recipientes e guardá-los de cabeça para baixo. Esse cuidado é essencial porque os ovos do mosquito podem viver mais de um ano no ambiente seco.

Quais são as recomendações para utilizar água sanitária no combate ao aedes aegypti?
Água sanitária também poder ser utilizada no combate às larvas, mas é importante lembrar que ela NÃO PODE ser utilizada em recipientes usados para armazenamento de água para consumo humano e de animais.

Recomenda-se a utilização de água sanitária pela população nos seguintes criadouros:

Vasos sanitários que não são de uso diário - Tratamento -Adicionar 1 colher de chá (5ml) de água sanitária

Caixa de descarga sanitária que não é de uso diário - Tratamento - Adicionar 2 colheres de sopa (30ml) de água sanitária

Ralos externos (captam água de chuva e de limpeza) e internos - Tratamento - Adicionar 1 colher de sopa (15ml) de água sanitária

Tambores de armazenamento (200 litros) de água não utilizada para consumo humano - Tratamento - Adicionar 2 copos americanos (400ml) de água sanitária

Bromélias, bambus e plantas que possam acumular água - Tratamento - Adicionar 1 colher de café (2ml) para cada litro de água e preencher nos locais onde acumulam água

O tratamento deve ser repetido semanalmente, preferencialmente em dia fixo, de modo a garantir que a solução continue efetiva no combate às larvas. Essa é uma ação adicional e não exclui as atividades de remoção e proteção dos potenciais criadouros, que são fundamentais para o controle da dengue, febre amarela, chikungunya e zika.

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