Violência

Mais de 1.600 assassinatos registrados em 2018 no Maranhão

Dados do Monitor da Violência do G1 revelam que ocorreram 1.699 homicídios, latrocínios e lesões corporais seguido de morte no estado em 2018

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
(tiro)

SÃO LUÍS - Mais de mil assassinatos ocorreram no Maranhão durante o ano passado. Dados do Monitor da Violência do site noticioso G1 em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que ocorreram 1.699 crimes violentos (homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguido de morte) no estado maranhense em 2018, enquanto, no ano anterior, o registro foi de 1.948.

Esses dados foram divulgados ontem no site do G1. Ainda de acordo com o Monitor da Violência, somente homicídios dolosos foram 1.615 casos em todo o estado no ano passado. Apenas no último mês de 2018, ocorreram 132 crimes violentos. Entre os casos, 125 homicídios dolosos, seis casos de latrocínio (roubo seguido de morte) e um caso de lesão corporal seguido de morte.

Os dados do Monitor da Violência também revelam que janeiro foi o mês do ano passado mais violento no Maranhão, com o registro de 166 assassinatos ocasionados por arma branca ou de fogo. Em seguida, junho e setembro, 154 casos de crimes violentos cada. Em fevereiro, com 132 casos, março, 152; abril, 122; maio, 138; julho, 126; agosto, 141; outubro, 149 e novembro com 133 crimes violentos no estado.

Casos graves

Um dos casos que chamou a atenção no ano passado foi o assassinato do delegado da Polícia Federal David Farias de Aragão, de 35 anos, ocorrida no dia 5 de maio. Três homens invadiram uma casa de praia, localizada na praia do Meio, em São José de Ribamar, onde a vítima e sua família estavam participando de uma festa familiar. Ao reagir ao assalto, o delegado foi morto a tiros e a golpes de faca por um dos bandidos e ainda teve a sua pistola roubada.

No último dia 6, os acusados desse crime, Davi Costa Martins e Wanderson de Morais Baldez, foram condenados a mais de 30 anos de reclusão cada, em regime fechado pela Justiça Federal. Ainda há um adolescente que também é acusado desse crime. A sentença de condenação foi expedida pelo juiz da 2ª Vara Criminal da Justiça Federal, Magno Linhares.

A pena de Davi Costa Martins foi de 32 anos e seis meses, enquanto a do seu cúmplice, foi 31 anos e 10 meses de prisão. Os dois réus já estão presos há oito meses no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Também ocorreu um outro crime chocante no mês de maio do ano passado na Ilha. Uma criança de apenas seis anos foi assassinada após ser atingido por bala perdida quanto voltava da igreja com sua mãe, no Bairro de Fátima, em São Luís. Segundo a Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), a morte foi provocada por desavença entre facções rivais.

Crianças mortas

Um tiroteio realizado por criminosos na praça Cantor Evaldo Cardoso, no bairro da Vila Adelaide Cabral, em Santa Inês, no dia 22 de outubro do ano passado, resultou na morte de Jhoniel Ribeiro Rodrigues, de 7 anos, e Vitor Gabriel Rodrigues, de 8 anos, e ainda deixou um adolescente ferido.

O delegado Éderson Martins disse que essa ação criminosa tinha como alvo o ex-presidiário Raimundo Wallyson Sousa Félix, o Gordinho, de 19 anos, que teria roubado a residência Leandro Santos Rodrigues, de 23 anos. No dia do duplo assassinato, Leandro Santos em companhia de Danilo Cutrim Lima, de 28 anos, foram até a praça onde tentaram executar Gordinho. Os tiros atingiram as duas crianças que morreram e um adolescente foi baleado.

Ainda nesse dia foi preso Leandro Santos e, na manhã do dia seguinte, a polícia prendeu Gordinho que portava uma arma de fogo. Esse criminoso estava utilizando tornozeleira eletrônica já que responde pelos crimes roubo e tráfico de droga.

Também nesse dia foi detido o irmão de Leandro, identificado como Lailton Santos, acusado de ter fornecido as munições para Danilo Cutrim realizar esse tiroteio na cidade de Santa Inês. Já Danilo Cutrim foi preso na capital já que pretendia fugir para o Paraguai.

Execução

Ainda no ano passado ocorreu a execução do prefeito de Davinópolis, Ivanildo Paiva. O corpo dele foi encontrado em uma área de plantação de eucalipto, no povoado Jussara, zona rural desse município, com perfurações de balas. Ele estava com as mãos o os pés amarrados. A cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP) montou uma força tarefa para investigar esse caso sob a coordenação dos delegados Praxíteles Martins, Jeffrey Furtado e Gustavo Tavares.

No dia 17 de janeiro deste ano, a polícia entregou no Fórum Henrique de La Roque Almeida, em Imperatriz, o inquérito que investigou o assassinato. Segundo a polícia, cerca de R$ 200 mil teria sido o valor cobrado pelos executores desse crime. A motivação seria de cunho político e econômico. Seis pessoas estão presas suspeitas de envolvimento no episódio.

Ainda de acordo com a polícia, Rubem Firmo e José Messias são acusados como os mandantes desse crime. Enquanto, José Denilson teria contratado por aproximadamente R$ 200 mil os militares Francisco de Assis e Willame Silva para assassinarem o prefeito Ivanildo Paiva. Quanto Douglas Silva, teria emprestado um veículo aos executores.

Saiba mais

De acordo com os dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), 51 casos de homicídio, latrocínio e lesão corporal seguido de morte já foram registrados na Grande Ilha este ano, enquanto nos dois primeiros meses do ano passado, o registro foi 70 mortes violentas.

Entenda

Crimes violentos mês a mês no ano passado

Janeiro: 166 casos

Fevereiro: 132 casos

Março: 152 casos

Abril: 122 casos

Maio: 138 casos

Junho: 154 casos

Julho: 126 casos

Agosto: 141 casos

Setembro: 154 casos

Outubro: 149 casos

Novembro: 133 casos

Dezembro: 132 casos

Fonte: Monitor da Violência

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