Negociação

Brasil define com Venezuela retirada de brasileiros da fronteira

Grupo reúne cerca de 100 pessoas entre residentes e turistas, mas a maioria dos convidados preferem permanecer no país venezuelano

Agência Brasil

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Pelos dados do Itamaraty, vivem na Venezuela, em diferentes cidades, cerca de 11,8 mil brasileiros
Pelos dados do Itamaraty, vivem na Venezuela, em diferentes cidades, cerca de 11,8 mil brasileiros (Brasileiro)

Pelos dados do Itamaraty, vivem na Venezuela, em diferentes cidades, cerca de 11,8 mil brasileiros

CARACAS - Um grupo de cerca de 100 brasileiros foi autorizado a deixar a região de Santa Elena do Uairén, na Venezuela, depois de uma longa negociação entre autoridades brasileiras e venezuelanas. Os brasileiros estão autorizados a regressar para o Brasil a partir da noite de terça-feira, 26, segundo informações do Ministério das Relações Exteriores.

No grupo, há turistas e residentes, inclusive crianças, além de motoristas de caminhões. Inicialmente, surgiu a informação que apenas aqueles com problemas de saúde estariam autorizadas a retornar para o território brasileiro.

A fronteira do Brasil com a Venezuela está fechada desde o último dia 22, quando o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou a medida. A partir daí, houve momentos de confrontos e violência na região, registrando inclusive mortos e feridos.

Pelos dados do Itamaraty, vivem na Venezuela, em diferentes cidades, cerca de 11,8 mil brasileiros. Mas nem todos têm interesse de retornar ao Brasil, pois muitos têm dupla nacionalidade e preferem ficar em território venezuelano.

O Ministério das Relações Exteriores informou que o “serviço consular segue auxiliando os brasileiros na consulta sobre interesse em deixar” a Venezuela.

O governo brasileiro mantém consulados em quatro cidades distintas venezuelanas, entre elas Santa Elena do Uairén e Caracas. Pelas informações preliminares, não há brasileiros em Caracas dispostos a retornar para o Brasil.

Violência

Ainda ontem, o presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, que permanece em Bogotá (Colômbia), informou, em vídeo postado nas redes sociais, que em breve retornará para seu país. Ex-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, ele avisou que o Parlamento definirá medidas em decorrência das ameaças de acirramento dos atos de violência na região.

Guaidó reiterou que manterá os esforços para retirar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, do poder, e assumir o comando do país. Ele prepara um áudio com orientações sobre como agirá nos próximos dias.

“Não assumimos este compromisso de lutar de fora [da Venezuela]. Por isso, em breve estarei na Venezuela para exercer as funções de presidente”, afirmou Guaidó no vídeo. “Circularei um áudio com as próximas instruções e lhes peço que difundam a mensagem. Nada nos deterá”, destacou.

Guaidó viajou para Bogotá onde participou, há dois dias, da reunião do Grupo de Lima. Durante o encontro, presidentes, vice-presidentes e chanceleres das Américas aprovaram declaração definindo que a reconstrução da Venezuela deve ser conduzida pelos próprios venezuelanos sem intervenção externa.

Porém, Guaidó reiterou, no vídeo postado nas redes sociais, que o Grupo de Lima está atento ao agravamento da crise e dos atos de violência. Também afirmou que há um isolamento do governo Maduro.

“[Maduro] é um homem sozinho e desesperado”, disse o interino. “A esperança nasceu para não morrer.”

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