SAÚDE

Olhos exigem atenção durante brincadeiras nas festas de Carnaval

Especialistas orientam para os principais problemas que podem ser provocados por produtos como maisena e sprays de espuma; saiba o que fazer em caso de contato com os olhos

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
A tradicional brincadeira com amido de milho, durante o Carnaval, pode causar danos aos olhos
A tradicional brincadeira com amido de milho, durante o Carnaval, pode causar danos aos olhos (amido de milho)

De uso tradicional durante o período carnavalesco, o amido de milho, popularmente conhecido pela marca Maisena, assim como outros produtos, a exemplo da espuma, fazem parte da composição da festa dos foliões, que, tomados pela alegria contagiante da época, acabam deixando alguns cuidados importantes de lado, no que diz respeito à saúde. O costume, à primeira vista, parece inofensivo, mas, de acordo com especialistas, uma das partes mais expostas à brincadeira, utilizando o amido de milho, e que pode sofrer problemas ocasionados devido o contato com o produto, são os olhos.

Segundo os médicos oftalmologistas Ricardo Neves e Mário Menezes, todo cuidado é pouco quando as brincadeiras do período de Carnaval envolvem o uso de amido de milho no rosto, já que os olhos, sensíveis a todo o externo, podem sofrer processos inflamatórios caso sejam atingidos pelos produtos. “O amido, em contato com os olhos, pode sim ser prejudicial, causando inflamação da conjuntiva, uma membrana transparente que reveste a parte branca do olho, ou até mesmo lesão da córnea”, destacou Neves. “Além do amido, outros produtos usados durante a brincadeira de carnaval também podem trazer riscos à saúde da visão, que pode causar desde uma irritação ocular momentânea até lesões mais graves da córnea, como infecções”, completou Menezes.

Fragilidade
Para os especialistas, existe um público que, pela imunidade, acaba estando ainda mais predisposto a desenvolver problemas oculares em razão da maisena, espuma, ou qualquer outro que faça parte da lista de produtos que incrementam na diversão do carnaval. “A resposta inflamatória/alérgica ao amido de milho no olho costuma atingir de forma mais prejudicial as crianças, devido ao sistema imunológico mais frágil”, destacou Ricardo Neves. “Além de serem mais descuidadas, elas podem ter dificuldade de informar aos pais ou acompanhantes por medo de serem chamadas atenção.

Por isso, os pais devem ter sempre o cuidado de observar os sinais de problemas oculares como vermelhidão e presença de substâncias ao redor do olho mesmo quando não forem questionados pelos filhos”, alertou Mário Menezes.

Caso os sintomas, como sensação de desconforto, sejam imediatos, os especialistas recomendam a lavagem dos olhos com água corrente ou filtrada, para evitar que o incômodo perdure e se agrave, provocando lesões mais graves e que exigirão tratamentos de maior duração. “O primeiro passo no caso do contato do amido e outros produtos com os olhos, é lavá-los com água corrente ou filtrada. Às vezes, a remoção do agente causador costuma ser o suficiente para sanar o problema”, concluiu o oftalmologista Ricardo Neves. Outra recomendação é lavar com soro fisiológico por 15 a 30 min e procurar um médico oftalmologista para uma avaliação detalhada.

Para evitar que a brincadeira de carnaval acabe antes do esperado, Menezes recomenda cuidados como: evitar substâncias como confetes, spray, serpentinas e espumas e latas de cervejas, manter-se longe dos foliões mais exaltados que podem gerar confusões, usar óculos sempre que possível (durante o dia) pois representam uma proteção a mais, ficar atento à validade das maquiagens e evitar compartilhamentos destes produtos. Além disso, o especialista orienta para que usuários de lentes de contato, redobrem os cuidados. “Não se deve esquecer de lavar as mãos antes de manuseá-las, respeitar o tempo de uso indicada pelo fabricante e mantê-las devidamente higienizadas”.

MAIS

Perigo: Spray!

A composição do produto apresenta substâncias que, em contato com a pele, podem causar reações alérgicas e urticárias, além de irritações na garganta e nos olhos. Além disso, o gás utilizado para fazer com que o mecanismo de spray funcione é derivado de petróleo altamente inflamável e responsável por parte da destruição da camada de ozônio.

A orientação é não usar o produto diretamente na pele e sempre desviar o rosto dos jatos de espuma. Caso haja contato do spray com alguma parte do corpo, a recomendação é lavar bastante o local com água corrente. Persistindo os sintomas, o folião deve procurar atendimento médico.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde 2007 são estabelecidos critérios de segurança que devem ser seguidos para a fabricação e a comercialização desses produtos. Devem ser feitos testes toxicológicos que mostrem que o spray não é absorvido pela pele e todas as embalagens devem apresentar especificações como o nome do fabricante e o que fazer em caso de acidente.

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