Processo

Justiça do Piauí aceita a denúncia contra militar maranhense

O militar do Maranhão está preso pelo assassinado do cabo Borges, da PM do Piauí, próximo a uma escola em Teresina e na frente do filho da vítima

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
PM Francisco Ribeiro dos Santos que matou colega de farda em Teresina
PM Francisco Ribeiro dos Santos que matou colega de farda em Teresina (PM)

TERESINA - O Poder Judiciário do Piauí acatou a denúncia feita pelo Ministério Público contra o soldado da Polícia Militar do Maranhão, Francisco Ribeiro dos Santos, acusado de ter assassinado a tiros o seu colega de farda, cabo da Polícia Militar do Piauí, Samuel de Sousa Borges. O acusado tem prazo de 10 dias para apresentar a sua defesa. A vítima foi morta na frente do filho, de 8 anos, nas proximidades de uma escola da zona leste da capital piauiense, no dia 1º deste mês.

A juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, titular da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina, aceitou a denúncia e o policial maranhense foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil. O caso foi investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e o inquérito policial contou com 139 páginas, incluindo vídeo e imagem. Um deles foi feito pela própria vítima antes de morrer.

Assassinato

O delegado da DHPP, Francisco Costa, informou que o assassinato ocorreu após uma perseguição de mais de um quilômetro. O cabo Borges tinha ido deixar o filho na escola e no caminho deparou com o acusado que estava em uma motocicleta sem placa, e com um volume estranho na cintura. Diante disso, teve início a uma perseguição.

Duas abordagens foram feitas na Avenida Presidente Kennedy, área do centro da capital piauiense. Uma delas, cabo Borges perguntou se o suspeito era policial e teve como resposta que não lhe devia satisfação. A terceira abordagem ocorreu no cruzamento das ruas Cândido Ferraz com Verbenas, na zona lesta de Teresina.

Ainda segundo o delegado, nesse local, o acusado parou a motocicleta e perguntou para a vítima o que queria de fato. Houve uma briga e os seguranças de uma escola interviram por imaginar que era um assalto. A vítima e o acusado se identificaram como militares e continuaram discutindo. O acusado falou que caso fosse denunciado para a Corregedoria Militar e se a vítima continuasse a afirmar iria matá-lo. “Samuel não acreditou que isso pudesse acontecer por ser um colega de farda, mas, acabou levando três tiros”, relatou o delegado.

Prisão

O soldado Francisco Ribeiro foi preso em flagrante e teve a sua prisão convertida em preventiva no último dia 2, durante a audiência de custódia. Inicialmente, ele foi conduzido para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) onde passou por uma cirurgia no maxilar em decorrência da agressão que sofreu após o crime por populares.

Em seguida, o policial maranhense foi encaminhado para a Penitenciária Irmão Guido, na capital piauiense, mas foi transferido por determinação judicial no dia 12 deste mês para a Penitenciária José de Arimateia Barbosa Leite, em Campo Maior. O Poder Judiciário também recebeu uma solicitação da Diretoria de Administração Penitenciária da Secretaria de Justiça do Piauí para que o soldado Francisco Ribeiro ficasse custodiado em algum quartela da Polícia Militar no Maranhão, mas foi denegado pelo juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos.

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