Se é verdade que o governo Flávio Dino (PCdoB) já trabalha a todo vapor para posicionar bem seus aliados como candidatos a prefeito de São Luís, é real a movimentação de pelo menos um nome da oposição aos comunistas: o deputado estadual Adriano Sarney (PV).
E isso ficou mais claro no fim de semana, quando da publicação de mais um dos seus artigos na edição de fim de semana de O Estrado.
Disposto a entrar no debate sobre a sucessão, o parlamentar do PV dá mostras de que está preparando um arsenal interessante de argumentos para discutir a cidade.
O tema da vez foi mobilidade urbana. Ou “imobilidade”, como ele fez questão de frisar.
- Nos últimos 30 anos o legado do partido [PDT] na construção de grandes empreendimentos na mobilidade urbana se resume a um punhado de terminais da integração, a reconstrução da avenida Santos Dumont e o prolongamento da avenida Litorânea – destacou.
Para ele, a gestão do atual prefeito, Edivaldo Holanda Jr. (PDT), terminará “de forma melancólica”.
- O prefeito Edivaldo terminará uma década de mandato de forma melancólica. Muitos aumentos de passagens, uma licitação vendida como solução que em nada mudou a vida do ludovicense e obras pequenas apresentadas como grandiosas revoluções na engenharia. O completo vazio de ideias é desolador – acrescentou.
Ainda falta mais de um ano para a eleição. Mas numa semana em que houve quem, do lado do governador, abdicasse de uma potencialmente forte pré-candidatura, na oposição vai-se consolidando o nome de Adriano.

Dino presidente?
Não foi bem recebido, pelo menos no Maranhão, o anúncio do governador Flávio Dino (PCdoB) de que quer mesmo ser candidato a presidente da República, em 2020.
Ele oficializou a intenção na noite de sexta-feira (22), durante um evento do PCdoB maranhense, na Assembleia Legislativa.
Nas redes sociais, o comunista foi muito criticado pelo movimento. Por dois motivos: porque ainda é muito cedo para tratar do tema e porque ele acabou de ser reeleito para governar o Maranhão.

Crítica
A ex-prefeita de Lago da Pedra e candidata derrotada a governadora na eleição de 2018, Maura Jorge (PSL), por exemplo, criticou a antecipação do debate eleitoral.
Segundo ela, o movimento do governador Flávio Dino denota que, para o comunista, “o Maranhão já está em segundo plano”.
- Um desejo que não se explica de outra forma senão como ambição pessoal. Fazendo isso, Dino desrespeita todos os maranhenses, não só os que lhe confiaram a reeleição -, disse.

Saraivada
Outro comunista que sofreu uma saraivada de críticas nas redes no fim de semana foi o deputado federal Márcio Jerry.
No Twitter, ele fez uma postagem negando que haja uma ditadura controlando a Venezuela – onde até caminhões com ajuda humanitária são queimados pelo regime de Nicolás Maduro.
Segundo ele, há “muitas ‘pessoas de bem’ acreditando na mentira” de que o regime Maduro é ditatorial.

Apoio
Mas, a opinião do deputado federal Márcio Jerry sobre o regime de Nicolás Maduro na Venezuela tem uma razão de ser.
Segundo revelou O Estado no fim de semana, o partido dele, o PCdoB, emitiu entre 2017 e 2019 várias notas de apoio ao regime venezuelano.
A última delas foi lançada em 23 de janeiro. O documento reconhece a Venezuela como uma democracia e repudia a decisão de dezenas de países em reconhecer Juan Guaidó como presidente interino.

Debate
“O enfrentamento da violência contra a mulher” foi o tema abordado no quadro “Sala de Entrevista”, da TV Assembleia, pela delegada Kazumi Tanaka, coordenadora das Delegacias da Mulher, e Susan Lucena, diretora da Casa da Mulher Brasileira.
Segundo Kazumi Tanaka, estão sendo intensificadas ações de conscientização em defesa dos direitos da mulher, sobretudo neste período que antecede o Carnaval.
- É preciso que esse comportamento de assédio às mulheres, no período carnavalesco, não seja considerado normal, natural. A mulher não pode ser desrespeitada - advertiu Tanaka.

DE OLHO
R$ 152 milhões
é quanto uma associação maranhense pede que sejam bloqueados dos cofres do Estado para pagamento de precatórios atrasados.

Real Madrid x Sampaio
O jornalista Benedito Buzar encontrou uma forma pouco ortodoxa para avaliar a possível saída de Luis Fernando Silva (PSDB) da Prefeitura de São José de Ribamar para assumir posto no governo Flávio Dino.
Em sua coluna em O Estado, no fim de semana, disse que não acredita em improvável guinada. E arrematou:
- Aceitar essa proposta é como permutar o Real Madrid pelo Sampaio Corrêa, e Luis Fernando é sabido demais para entrar numa jogada dessa.

E MAIS

• Por mais que muitos não acreditem numa concretização, as conversas entre Luis Fernando e o governo Flávio Dino são reais e podem avançar nesta semana.

•Alguns servidores do Estado receberão amanhã, pela primeira vez nos últimos anos, seus salários com desconto de 21,7% de reajuste que haviam sido garantidos pela Justiça.

•Flávio Dino também já se manifestou em defesa da Venezuela. No início do ano, disse que a tensão no país decorre do interesse internacional pelo petróleo venezuelano.

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