“Aproveito esse momento invulgar em que os rebentos do atual Chefe de Governo estão em plena e danosa atividade política, para lembrar que no Maranhão alguns governadores chegaram ao poder e chamaram os filhos, não para criarem problemas, mas para ajudá-los na tarefa de gerir a máquina administrativa do Estado”Benedito Buzar
O Brasil atravessa um momento diferente em sua história. Vive-se um tempo em que o Presidente da República, depois de sair consagrado popularmente das urnas, assume o poder e inaugura um estilo de governo inédito na vida brasileira, na qual o destino da Nação resulta do que sai da cabeça dos filhos que ele botou no mundo e especializados em fomentar e gerar crises políticas.
Aproveito esse momento invulgar em que os rebentos do atual Chefe de Governo estão em plena e danosa atividade política, para lembrar que no Maranhão alguns governadores chegaram ao poder e chamaram os filhos, não para criarem problemas, mas para ajudá-los na tarefa de gerir a máquina administrativa do Estado.
Pelas minhas contas e avaliação, da redemocratização do País, em 1947, aos dias atuais, dezoito governadores ocuparam o Palácio dos Leões, quase todos eleitos por via direta e pelo povo. Desse número, apenas quatro governadores contaram com a colaboração pessoal e direta dos filhos, nomeados para auxiliá-los a enfrentar as complicadas empreitadas governamentais.
Foi com esse objetivo que Sebastião Archer nomeou Renato Archer para Chefe de Gabinete; Newton Bello delegou ao filho Newtinho as funções de Primeiro Ministro; Pedro Neiva fez de Jaime Santana um eficiente Secretário de Fazenda; e Edson Lobão outorgou a Edinho Lobão poderes extraordinários para, como seu Secretário Particular, executar múltiplas ações de governo, muitas das quais relevantes e espinhosas.
Os governadores Matos Carvalho, José Sarney, Antônio Dino, João Castelo, Luiz Rocha, Epitácio Cafeteira, João Alberto e Roseana Sarney, quando assumiram o Poder Executivo estadual, os filhos por serem menores de idade, estavam inabilitados cronologicamente para o exercício de cargos de qualquer escalão ou natureza.
Já os governadores Eugênio Barros, Nunes Freire, Ivar Saldanha, José Reinaldo e Jackson Lago, quando ocuparam o cargo de governador do Maranhão, tinham filhos adultos e aptos às atividades públicas, mas não foram convocados para o desempenho de cargos ou funções da máquina administrativa, por motivos que só os pais podem responder.
Para esses governadores, restavam a nomeação de técnicos para o preenchimento de cargos que exigiam competência e seriedade no trato com a coisa pública, e/ou indicação das próprias esposas, que, dotadas de preparo e de sensibilidade às causas sociais, cuidariam das políticas assistencialistas.
Enquanto José Sarney, Pedro Neiva e João Castelo tiveram nas esposas Marly, Eney e Gardênia excelentes colaboradoras na presidência da Fundação do Bem Estar Social, Epitácio Cafeteira, Edison Lobão, José Reinaldo e Jackson Lago, contaram com o trabalho eficiente de Isabel, Nice, Alessandra (?) e Clay, na Secretaria de Desenvolvimento Social e Comunitário.
Os vices João Alberto e Ribamar Fiquene, que completaram os mandatos de Epitácio Cafeteira e de Edison Lobão, tomaram posições diferentes quando assumiram os cargos de governador. O primeiro não nomeou nenhum familiar para o Governo, mas o segundo deitou e rolou na área do nepotismo.
Coronel no SPU
Custou mas saiu a nomeação do companheiro de farda do Presidente Jair Bolsonaro, o coronel maranhense José Ribamar Monteiro.
Será o diretor no Maranhão do SPU-Serviço do Patrimônio da União.
Pelas estreitas ligações do coronel Monteiro com o capitão Bolsonaro, esperava-se que fosse nomeado para um cargo mais elevado.
Múltipla Escolha
Pelo teste de Múltipla Escolha, o leitor poderá apontar a opção que a seu ver é a mais adequada para justificar o encontro do governador Flávio Dino com o vice-presidente Hamilton Mourão.
Irritar o Presidente Jair Bolsonaro.
Ter o vice como aliado e defensor
Vê-lo, como convidado especial, no Encontro de Governadores, a se realizar em São Luís, no final de março.
Ser assimilado pelas Forças Armadas.
Flávio e estudantes
A efusiva recepção da estudantada da Bahia ao Governador do Maranhão, em Salvador, proporcionou a ele momentos de emoção e de rumos quanto ao seu futuro político.
Os estudantes baianos, com os seus gritos de guerra, mostraram fé na sua candidatura à Presidência da República e o desejo de lutar por ela nas ruas.
Daqui por diante, o governador não abrirá mão da presença de estudantes em suas palestras e conferências.
Crise no ensino superior
Os estabelecimentos de ensino particular de São Luís estão atravessando dificuldades financeiras de monta e jamais vistas.
Até recentemente era a inadimplência rondava as salas de aulas.
Agora é o espantalho da evasão de alunos.
Profissionais liberais
Encontrar um profissional liberal de qualquer ramo ou atividade, no centro da cidade, é tarefa difícil e complicada.
Sintonizados com a nova realidade de São Luís, sobretudo os médicos e os advogados, se transferiram em massa para áreas mais habitadas e mais movimentadas da cidade: Ponta d’Areia, Calhau, São Francisco, Renascença, Jaracati e similares.
No que abandonaram o Centro Histórico, instalaram-se em modernos edifícios, que de uns tempos para cá se impuseram de modo irreversível na parte mais urbanizada da cidade.
Feminicídio à maranhense
Bater em mulher, ao contrário de assassiná-la, nunca deixou de ser ato corriqueiro no Maranhão.
Feminicídio por aqui é novidade e coisa inventada pelos meios de comunicação social, que passaram a divulgá-lo como algo banal e marcante de nossos tempos.
Com esse crime em voga e em alta, o feminicídio ganhou notoriedade e virou modismo.
Prefeito de Ribamar
Não acredito e juro que Luís Fernando não se seduzirá com a proposta de trocar a Prefeitura de Ribamar por um cargo de primeiro escalão no Governo Flávio Dino.
Aceitar essa proposta é como permutar o Real Madri pelo Sampaio Correa, e Luís Fernando é sabido demais para entrar numa jogada dessa e de puro risco.
Logo ele, que em passado não tão remoto, viveu um caso que só não implodiu a sua trajetória política porque um pássaro na mão vale mais do que dois voando.
Forma de governo
Além de democracia, monarquia, oligarquia, teocracia e autoritarismo, o Brasil criou mais uma forma de governo: a Filhocracia.
A propósito, vale lembrar esta frase antológica do poeta Vinicius de Moraes: Filhos, melhor não tê-los. Mas sem tê-los, como sabê-los?
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