SÃO LUÍS

Construtoras de São Luís e Imperatriz receberam gratuitamente ao longo de um ano e meio, a consultoria e assessoria técnica para a implantação de método de Inspeção para melhorias das condições de segurança nos seus canteiros de obras. O projeto piloto “Construindo a Segurança” foi executado pelo Serviço Social da Indústria do Maranhão (Sesi-MA), entidade do Sistema Fiema.

O projeto teve como objetivo melhorar as condições de segurança nas obras da indústria da construção, reduzir os acidentes e aumentar a produtividade das empresas, desenvolvendo a cultura da segurança, gerenciando fatores de riscos e melhorando os processos de trabalho por meio de método que envolve cinco etapas: mobilização de empresários; qualificação dos trabalhadores; implantação de método de inspeção; divulgação de resultados e melhorias; e criação de banco de dados.

O projeto foi desenvolvido durante mais de 1 ano e foi dividido em três fases. A primeira consistiu na mobilização das construtoras para adesão ao projeto via Sindicato das Indústrias de Construção Civil (Sinduscon-MA), enquanto a segunda fase atuou na definição de responsáveis pelo processo de implantação do método na empresa (engenheiro civil ou técnico em edificações) e um responsável pela parte de segurança do trabalho para acompanhamento. Por fim, na terceira e última fase o treinamento dos profissionais envolvidos para a aplicação da metodologia no canteiro.

“O projeto estabeleceu visitas nos canteiros e a entrega da metodologia, de acordo com procedimentos e situações possíveis naquela obra. Foi estabelecida uma periodicidade de inspeção dos componentes e dos processos, indicando os responsáveis. Ao fim da consultoria, as construtoras puderam continuar com essa metodologia ou ainda poderão aprimorá-la, acrescentando itens de segurança nos formulários”, explica o engenheiro de Segurança do Trabalho do Sesi-MA, Rafael Aranha.

As empresas participantes não concorrem entre si, mas a proposta é que a partir da classificação no nível de gestão em segurança (A, B, C e D) nos canteiros, elas possam trabalhar pela melhoria do desempenho. “No fim do Construindo a Segurança, a ideia é que a partir da implantação do método de inspeção no canteiro a empresa melhore seu nível de gestão saindo de um C para um B, por exemplo. O projeto é capaz de avaliar se a empresa se enquadra em algum nível, caso contrário receberá orientação necessária para o seu devido enquadramento. As empresas ainda serão certificadas pelo Sesi e poderão usá-las como um selo para agregar valor à marca”, complementou o coordenador de Segurança e Saúde da Indústria do Sesi-MA, Allan Kardec Ayres Ferreira.

O superintendente regional do Sesi, Marco Moura destacou que o ‘custo do cuidado é sempre menor que o custo do reparo’ ao se referir que a prevenção a acidentes de trabalho ainda é melhor do que os prejuízos que o descumprimento de normas de Saúde e Segurança do Trabalho podem acarretar ao empresário. Ao mesmo tempo, pode munir o empresário de provas para eventuais ações trabalhistas na justiça.

“O projeto traz um componente importante para o empresário: a segurança jurídica. O Construindo a Segurança permite que o empresário reúna documentação dos esforços e das realizações da empresa para que o canteiro de obras ofereça o menor risco possível à saúde e à segurança do trabalhador. É um fundamento do Sesi trabalhar a segurança do trabalho. Esse projeto aplicado nos canteiros de obras, é um piloto que o Sesi-MA encabeçou perante o Departamento Nacional com o objetivo de transformá-lo em modelo de produto, um produto novo, para ofertá-lo a todas as empresas da construção civil do Estado. A ideia é que em poucos meses consigamos apresentar resultados concretos e reais para a melhoria da segurança nos canteiros”, finalizou Moura.

O coordenador de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente da construtora Agaesse, responsável pela obra de ampliação do Hospital São Domingos, Gibran Guimarães Ferreira, agradeceu o apoio do Sesi na implantação e gestão do projeto Construindo a Segurança na obra.

“Esse apoio, essa consultoria foi muito bem-vinda, porque necessitávamos dessa orientação para não ficarmos mais sozinhos. É importante ter uma avaliação do nosso trabalho para que não cometamos mais falhas e possamos criar um ambiente de trabalho cada vez mais adequado, seguindo normas vigentes. Também é uma forma de evitar autuações por parte do Ministério do Trabalho. A gente se sente mais seguro para implementar programas na empresa porque teremos um feedback” destacou Gilbran, enfatizando que a construtora saiu de um patamar de atendimento puramente de aspectos legais para implementar os princípios de um sistema de gestão preventivo (análise e investigação de acidentes, inspeções preventivas, reuniões semanais com o efetivo), além de ter um resultado estimado ao longo do projeto de R$ 98.900,00 com a correção de desvios e de autuações junto ao Ministério do Trabalho e Emprego e Ministério Público do Trabalho.

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