Editorial

Por menos aulas interrompidas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26

Uma ação para quantificar quantas jovens viraram mães durante o período escolar no ano passado. É isso que o Ministério da Educação (MEC) está realizando. O órgão quer saber quantos casos de gravidez na adolescência ocorreram no ano de 2018. Desde a última quinta-feira está disponível para as escolas - públicas e privadas - o “Questionário sobre quantidade de casos de gravidez em adolescentes escolares”. E os gestores têm que ficar atentos: o prazo para preencher os dados vai até 15 de abril.

Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de gravidez na adolescência no Brasil é de cerca de 56 adolescentes a cada grupo de mil. Número maior que a taxa internacional, que é de cerca de 49 a cada 1 mil. Segundo o órgão, embora esse número esteja alto, houve - entre 2010 e 2017 - redução de 13% de bebês de mães adolescentes. Meninas negras representam a maior proporção entre essas mães: 19,7% são pardas e 15,3% são pretas, seguindo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Detalhe é que as escolas devem considerar os casos de gravidez em adolescentes na faixa etária de 10 a 19 anos de idade identificados no ano passado, sendo que não será necessário identificar a jovem gestante. O questionário deverá ser preenchido por gestores escolares ou por pessoas designadas pela direção das escolas. O acesso é por meio de um link no Sistema Educacenso, exclusivamente para o perfil escolar.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é o responsável pelo questionário. O trabalho faz parte do programa Saúde na Escola, desenvolvido pelo MEC e Ministério da Saúde.

A intenção é fortalecer ações conjuntas para reduzir o número de casos de gravidez na adolescência em todo o país, além de garantir o cuidado integral às adolescentes grávidas. É bom ressaltar que algumas iniciativas visando a esse objetivo já são desenvolvidas.

O Saúde na Escola foi instituído em 2007 visando levar às escolas públicas ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, para enfrentar vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças e jovens. Entre as ações do programa estão a promoção da saúde sexual e da saúde reprodutiva, em conformidade com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde.

O bom ao se observar esse cenário é o decréscimo no número de adolescentes gestantes. Os números também comprovam que ações como essa dão resultados positivos. Por isso, é necessário que iniciativas do tipo ocorram. É preciso conscientizar o jovem sobre as consequências de uma gravidez não planejada. Afinal, conhecimento, esclarecimento não faz mal a ninguém. E ainda ajuda o jovem a trilhar um caminho planejado, com etapas definidas e uma perspectiva de ter um futuro menos turbulento.

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