Desconfiança

Teresa May sofre nova derrotada sobre Brexit no Parlamento

Por 303 votos a 258, parlamentares britânicos decidiram negar apoio ao plano da primeira-ministra de buscar mudança para o Brexit; saída da União Europeia pode ocorrer mesmo sem acordo

Reuters

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Manifestantes contra o Brexit protestam fora do Parlamento britânico
Manifestantes contra o Brexit protestam fora do Parlamento britânico (May)

LONDRES - A primeira-ministra britânica, Theresa May, foi derrotada nesta quinta-feira em uma votação simbólica no Parlamento sobre sua estratégia para o Brexit, num resultado que mina sua posição nas negociações com a União Europeia para garantir mudanças no acordo de saída do bloco.

Os parlamentares decidiram rejeitar por 303 votos a 258 uma moção que lhes pedia que reafirmassem o apoio ao plano de May de buscar mudanças em seu acordo para o Brexit. Muitos membros do Partido Conservador, o mesmo da premiê, favoráveis ao Brexit planejaram se abster da votação por temerem amenizar sua posição sobre um desligamento da UE sem acordo.

Diante da situação, o ministro britânico do Brexit, Stephen Barclay, disse que Reino Unido deixará a União Europeia no próximo mês sem um acordo, a menos que a União Européia ofereça concessões ao acordo de divórcio da primeira-ministra Theresa May.

Segundo ele, a legislação aprovada no ano passado significa que o Reino Unido deixará a UE em 29 de março com ou sem um acordo, apesar de uma moção aprovada pelo Parlamento no mês passado excluindo o Brexit sem um acordo.

O Parlamento “aprovou a legislação que estamos saindo em 29 de março e colocou essa data na face da lei por uma grande margem”, disse Barclay ao Parlamento. “A legislação, francamente, tem precedência sobre essa moção.”

May está tentando conseguir mudanças no chamado backstop para evitar a volta de controles na fronteira entre a Irlanda do Norte e a Irlanda, membro da UE, para aplacar o receio de que o Reino Unido fique muito preso à órbita da União Europeia por tempo indeterminado ou que a província britânica seja dividida.

Na quarta-feira o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que o bloco está esperando Londres apresentar propostas sólidas para romper o impasse depois de reuniões em Bruxelas e telefonemas entre May e líderes da UE.

Alguns parlamentares conservadores e muitos da oposição acusam May de “deixar o relógio correr”, colocando o Reino Unido mais perto da data de desfiliação para tentar forçar o Parlamento a escolher entre apoiar seu acordo ou sair sem nenhum.

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