TEMPORAL

Chuvas intensas atingem capital e deixam estragos na capital

Vários transtornos foram registrados na manhã de quinta-feira; ruas e avenidas ficaram alagadas e trânsito, comprometido

Igor Linhares / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26

A intensa chuva que atingiu São Luís durante a madrugada de ontem (14) causou transtornos em várias ruas e avenidas, deixando, mais uma vez, a população das áreas de risco em alerta. No total, foram 50 milímetros de chuva intensa em poucas horas, isto é, o equivalente a 13% de todo o volume pluviométrico esperado para o mês de fevereiro, que tem como média histórica 374 milímetros, de acordo com o Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental (NuGeo), da Universidade Estadual do Maranhão (Uema). O período chuvoso reacende uma preocupação anual em São Luís.

Atualmente, segundo dados da Defesa Civil municipal, a capital maranhense contabiliza 60 pontos de risco.
Até o momento, 36 famílias tiveram de sair de suas residências após terem sido interditadas pelo órgão, que as classificou em nível crítico para desmoronamento. Durante a chuva desta quinta-feira, a superintendência do órgão, deliberada pela Prefeitura de São Luís, atendeu a uma única ocorrência - a primeira do ano -, envolvendo imóveis residenciais.

De acordo com a superintendente da Defesa Civil Municipal, Elitânia Barros, a grande quantidade de chuva é um fator preocupante para ocorrências, entre as quais os deslizamentos de terra são os mais frequentes, devido à encharcação do solo, como aconteceu na madrugada de ontem, com três residências no bairro João de Deus, após o desabamento de um muro. “Os eventos adversos, em áreas de risco ou não, vão ser sempre mais frequentes diante o volume pluviométrico que tiver afetando a região naquele momento”.

Surpresa
Várias vias de São Luís estavam quase intrafegáveis logo que o dia amanheceu, deixando o trânsito, em muitos pontos, congestionado. A exemplo, o elevado da Cohab ficou submerso. A grande quantidade de chuva que causou, ainda, outros prejuízos que atrasaram o início da rotina de trabalhadores e estudantes da capital, realidade que pode se repetir em outros dias deste mês, como prevê o NuGeo. As avenidas Kennedy e Magalhães de Almeida, no Centro, assim como ruas em áreas mais baixas, como algumas localizadas no bairro São Francisco, também ficaram alagadas.

Em um trecho da MA -201, Estrada de Ribamar, a situação também ficou complicada para um motorista, cujo ônibus teve os pneus traseiros engolidos pela estrada após o asfalto ter cedido. Para deixar o local, o motorista precisou da ajuda de um guincho.

Em reportagem veiculada por O Estado na última terça-feira, a meteorologista do laboratório especializado da Uema, Andrea Cerqueira, disse que mais temporais são esperados para fevereiro e com intensidade ainda maior que a registrada no ano passado, além de ter alertado para um fator de risco que requer atenção por parte da população, a queda de raios.
“Por estarmos na região equatorial do globo, a incidência de raios é muito grande, dado que as nuvens formadas na nossa região possuem um topo muito alto, nós as chamamos de nuvens profundas. Por este motivo, a frequência de raios acaba sendo maior”.

Como o alerta da meteorologista, assim foi o temporal que atingiu a capital nesta madrugada. Carregada de raios, trovoadas e ventania, a chuva de ontem causou alagamentos em diversos pontos.

Áreas de risco
Como prevenção de desastres, a Defesa Civil municipal intensificou suas ações para evitar que acidentes aconteçam nas áreas de risco, próximas a encostas, por exemplo, e causem danos materiais. “Já realizamos o plano de contingência para este ano, assim como estamos realizando reuniões periodicamente. Também aumentamos o efetivo para o plantão e estamos atendendo 24 horas, para auxiliar nas demandas da população de São Luís”, destacou a superintendente.

Um dos pontos de risco que está causando mais preocupação é a Estrada da Vitória - via que passa sob o Túnel do Sacavém. No local, onde houve desmoronamento de uma barreira em um trecho, parte da via ficou inacessível para veículos, deixando a população residente na área - a maioria já idosa - ainda mais preocupada durante o período chuvoso, que, no caso de uma emergência, pode não conseguir o acesso de uma ambulância, por exemplo.

Assim como a Estrada da Vitória, no Sacavém, bairros como Vila Dom Luís e Vila Embratel, como tantos outros na região do Itaqui-Bacanga; Sá Viana, onde, no ano passado, foram verificados pelo menos 120 imóveis na localidade em situação de risco, e Coroadinho sofrem com a situação sempre que o céu anuncia as chuvas, que molham o chão da capital e encharcam o solo, ao ponto de grandes perdas, como costuma acontecer na capital.

SAIBA MAIS

Nesta época do ano, a principal causadora de deslizamentos é a chuva. De acordo com levantamento realizado pelo Nugeo no ano passado, São Luís é a quinta capital do país com maior registro pluviométrico. Conforme a pesquisa, a capital maranhense registra, em média, 2.199,9 milímetros de chuva por ano, sendo superada no volume de chuvas anuais apenas pelas cidades de Belém, no Pará (com 3.084 milímetros), Macapá, no Amapá (com 2,549,7 milímetros), Manaus, no Amazonas (com 2.301,2 milímetros) e Recife, em Pernambuco (com 2,263mm).

Chuvas em São Luís

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.