Conflito

Trump deve sancionar acordo bipartidário, diz fonte

Mesmo não estando satisfeito com o acordo, presidente norte-americano quer evitar nova paralisação, mas procura outras maneiras de financiar o muro na fronteira do país

Reuters

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Donald Trump não desiste de construir o muro na fronteira
Donald Trump não desiste de construir o muro na fronteira (Trump)


WASHINGTON - O Congresso dos Estados Unidos tem um prazo apertado para aprovar um acordo bipartidário para evitar outra paralisação parcial do governo norte-americano, em meio à informação de que o presidente Donald Trump planeja sancionar o acordo, enquanto procura outras maneiras de financiar o muro na fronteira do país sem precisar dos parlamentares.

Uma fonte com conhecimento do assunto disse à Reuters que Trump deve sancionar o acordo, acrescentando que o presidente ainda pode mudar de opinião.

Mais cedo, CNN, Washington Post e Wall Street Journal também noticiaram que Trump planeja transformar o acordo em lei, citando duas fontes que conversaram com o presidente.

Na terça-feira, no entanto, Trump não descartou a possibilidade de vetar a lei e disse que não estava feliz com o acordo, que nega os recursos para a construção de seu muro na fronteira dos EUA com o México. Ele acrescentou que não espera outra paralisação.

Votação

A Câmara dos Deputados, controlada pelos democratas, pode votar ainda hoje, disse um assessor, apesar de ainda não ter produzido uma cópia escrita do acordo alcançado pelos negociadores do Congresso na noite de segunda-feira. O acordo também deve ser aprovado pelo Senado controlado pelos republicanos e sancionado por Trump até a meia-noite de sexta-feira, data de término da medida paliativa que encerrou a mais longa paralisação federal na história dos EUA.

O destino da medida na Câmara ainda está longe de ser certo, dado o risco de conservadores e liberais se oporem ao acordo por diferentes razões. Fontes do Congresso disseram que o acordo inclui 1,37 bilhão de dólares para novas cercas fronteiriças, mais ou menos o mesmo que no ano passado - ao longo de 90 quilômetros da fronteira -, mas não os 5,7 bilhões de dólares que Trump exigiu para ajudar a construir o prometido muro na fronteira.

Importantes republicanos do Congresso, mostrando pouco apetite por mais uma paralisação após serem duramente criticados pela anterior, pediram a Trump que apoiasse o acordo.

Projetos

O Washington Post, citando uma autoridade da Casa Branca, disse que Trump deve explorar seu poder executivo para realocar outros fundos federais para projetos na fronteira.

A CNN, citando a Casa Branca, também disse que Trump estava avaliando o uso de um decreto, entre outras opções.

O presidente anteriormente ameaçou declarar “emergência nacional” caso o Congresso não liberasse dinheiro especificamente para a construção do muro, uma ação sob a qual ele poderia redirecionar outros fundos já autorizados pelo Congresso para pagar pela construção de muros.

Colegas republicanos disseram a Trump que tal passo quase certamente atrairia oposição, tanto no Congresso quanto nos tribunais. Trump fez do muro uma promessa central de campanha em 2016, chamando a medida de necessária para combater a imigração ilegal e o tráfico de drogas. Ele disse que o México pagaria por isso, mas as autoridades mexicanas rejeitaram a possibilidade. Os democratas classificaram um muro como caro, ineficaz e imoral.

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