Criminalidade

Litorânea, como área de lazer, está sendo marcada por crimes

Cinco pessoas já foram assassinadas a tiros ou por arma branca na avenida em menos de três meses; último caso ocorreu segunda-feira, com a morte de um jovem

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Luis Eduardo Correa Durans apontado pela polícia como autor do crime
Luis Eduardo Correa Durans apontado pela polícia como autor do crime (Luís)

SÃO LUÍS - A avenida Litorânea, considerada uma das mais importantes áreas de lazer, mais uma vez serviu para um assassinato. Cinco pessoas foram mortas a tiros ou por meio de arma branca nessa localidade da capital em menos de três anos. A polícia ainda ontem estava realizando incursões para prender Luís Eduardo Correa Durans, de 23 anos, suspeito de ter executado Erick Cuba de Oliveira, de 19 anos, filho de um policial civil. Segundo a polícia, o jovem foi morto quando jogava bola em companhia de amigos na noite de segunda-feira, 11.

Na manhã de ontem, 12, durante coletiva na sede da Superintendência Estadual de Homicídio e Proteção a Pessoa (SHPP), na Beira-Mar, o delegado Lúcio Rogério, superintendente da SHPP, informou que esse caso vai ser investigado pelo delegado George Marques. Segundo ele, o trabalho está bem adiantado, inclusive com o pedido ao Poder Judiciário a ordem de prisão do suspeito, que até o período da tarde não havia sido localizado.

Contato

Lúcio Rogério declarou que no dia 20 de janeiro de 2018 ocorreu o primeiro contato entre a vítima e o suspeito em uma pizzaria, no bairro Anjo da Guarda. Luís Eduardo trabalhava nesse local e acabou ocorrendo uma briga entre eles e durante essa discussão, Erick Cuba teria desferido dois golpes de faca em Luís Eduardo. Esse caso estava sendo investigado.

Luís Eduardo teria ficado com raiva devido Erick Cuba não ter sido preso. De acordo com o delegado, na noite de segunda-feira, 11, ele acabou praticando esse ato bárbaro. A vítima tinha costume de jogar futebol na Avenida Litorânea em companhia de amigos, principalmente, da cidade de Cedral. “O acusado chegou a fazer ameaças para a vítima”, disse o delegado.

Assassinato

Erick Cuba foi baleado na frente de populares e um dos tiros lhe atingiu a cabeça e ele morreu ainda no local. O acusado fugiu em uma motocicleta vermelha e o corpo da vítima ficou caído no calçadão da Litorânea. Muitas pessoas, que estavam fazendo caminhada, ficaram assustadas e ainda houve correria.

A polícia foi acionada e isolou a área até a chegada dos peritos do Instituto de Criminalística (Icrim). O corpo foi removido para o Instituto Médico Legal (IML), no Bacanga, para a autópsia e somente na manhã de ontem foi liberado para os familiares.

Outra Versão

Erick Cuba de Oliveira tinha um registro em seu desfavor pelo crime de tentativa de homicídio no 5º Distrito Policial, no Anjo da Guarda. Segundo o inquérito policial, ele devia a quantia de R$ 50,00 a Luís Eduardo. Como essa quantia não foi paga, o suspeito tirou algumas peças de sua motocicleta. Erick Cuba teria ido até a lanchonete onde Luís Eduardo trabalhava e os dois acabaram discutindo. Durante a briga, Luís Eduardo foi golpeado e levado para o hospital onde passou mais de uma semana internado.

Canto da Sereia

No dia 24 de abril do ano passado, um bando criminoso, composto por Andréa da Silva Ferreira, de 23 anos; Glaubert Ferreira Silva, o Kal, de 18 anos; Jorge Anderson Veloso, de 22 anos, e Ramon Façanha Gomes, de 22 anos, foi levado para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas. A polícia informou que esses criminosos foram presos acusados de terem roubado e matado a pauladas e facadas o economista Fernando Tadeu Costa da Silva, de 53 anos, na Avenida Litorânea, na noite do dia 23 de abril de 2018.

O delegado da Polícia Civil, Villamar Alves, informou que o economista foi vítima do “Canto da Sereia”. Andréa da Silva, natural de Itapecuru-Mirim e mulher de Jorge Anderson, conheceu a vítima no dia 22 de abril do ano passado, na Litorânea. Ela e a vítima trocaram número de celular e marcaram encontro na praia, no Calhau, para o dia seguinte.

Nesse dia, Fernando Tadeu se encontrou com a mulher e foi atacado pelos criminosos quando estava na beira da praia. Primeiramente, ele levou uma paulada na cabeça e logo depois, quatro golpes de faca, um deles no abdômen. A vítima ainda foi socorrida e levada para o Socorrão I, mas não resistiu.

Após a ação criminosa, Andréa da Silva e Jorge Anderson fugiram a pé, mas foram presos por uma guarnição da Polícia Militar nas proximidades de um hotel, no Calhau. Os outros dois acusados foram detidos por militares no veículo da vítima próximo à Lagoa da Jansen.

Outros homicídios

Três assassinatos ocorreram na Litorânea em 2017. Uma das vítimas foi o funcionário do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), Ademar Moreira Gonçalves, de 36 anos. Ele foi morto a tiros no começo da noite do dia 14 de outubro e o autor do crime, segundo a polícia, foi um policial civil.

Ademar Moreira foi baleado nas costas e ao perder o controle do veículo Honda Civic, de placas MWU-3445, colidiu com três veículos, e ainda chegou a atropelar um pedestre, identificado como Alziro Abreu Costa. As outras duas vítimas foram o agente penitenciário, Jorge Luís Lobo da Cunha, de 38 anos, no dia 9 julho, e o flanelinha conhecido como Caio, no dia 7 de junho. Os casos ainda são investigados pela Polícia Civil.

Saiba mais

Fernando Tadeu foi morto seis anos depois do assassinato do jornalista, blogueiro e repórter do O Estado, Décio Sá, ocorrido no dia 23 de abril de 2012. A polícia, ao investigar a morte do jornalista, acabou constatando o crime de agiotagem e o envolvimento de 42 prefeituras do Maranhão nesse esquema criminoso.

Até hoje, apenas o acusado de praticar o crime Jhonatha de Sousa Silva e o seu ajudante, o motoqueiro Marcos Bruno Silva de Oliveira foram julgados e condenados, mas os demais envolvidos estão em liberdade e o processo aguarda recursos em julgamento em Brasília.

Box

Cronologia dos assassinatos na Litorânea

Dia 7 de junho de 2017: ocorreu o assassinato do flanelinha Caio;

Dia 9 de julho de 2017: foi morto a tiros Jorge Luís Lobo Cunha;

Dia 14 de outubro de 2017: assassinado o funcionário do Ibama Ademar Moreira Gonçalves;

Dia 23 de abril de 2018: foi morto a pauladas e a golpes de faca o economista Fernando Tadeu Costa da Silva;

Dia 11 de fevereiro de 2019: Erick Cuba de Oliveira assassinado a tiros;

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