Ameaça

Irã alerta que "arrasará Tel Aviv" se for atacado pelos EUA

Iranianos tomaram as ruas e queimaram bandeiras dos Estados Unidos na comemoração do 40º aniversário da Revolução Islâmica

Reuters

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Yadollah Javani, vice-chefe para Assuntos Políticos da guarda fala sobre a revolução
Yadollah Javani, vice-chefe para Assuntos Políticos da guarda fala sobre a revolução (Iatolá)

DUBAI - Um alto comandante da Guarda Revolucionária iraniana disse, nesta segunda-feira, 14, que o Irã vai demolir cidades em Israel se os Estados Unidos atacarem a República Islâmica.

“Os Estados Unidos não têm coragem de disparar uma única bala contra nós, apesar de todos seus ativos defensivos e militares. Mas se eles nos atacarem, vamos arrasar Tel Aviv e Haifa”, disse Yadollah Javani, vice-chefe para Assuntos Políticos da guarda, segundo a agência de notícias Irna.

Ele discursou em um evento para comemorar o 40º aniversário da Revolução Islâmica do país. Centenas de milhares de iranianos marcharam e alguns queimaram bandeiras dos Estados Unidos nesta segunda-feira, 14, para comemorar o 40º aniversário do triunfo do aiatolá Ruhollah Khomeini, o clérigo xiita que depôs o xá em uma Revolução Islâmica que incomoda o Ocidente até hoje.

No dia 11 de fevereiro de 1979, o Exército do Irã declarou sua neutralidade, abrindo caminho para a queda do xá Mohammad Reza Pahlavi, maior aliado dos EUA no Oriente Médio. A televisão estatal mostrou multidões desafiando o tempo chuvoso e portando bandeiras iranianas enquanto bradavam “Morte a Israel, Morte à América”, chavões da revolução que derrubou o aliado mais importante de Washington na região. “Para grande assombro da América, a revolução chegou ao 40º ano”, dizia um cartaz.

Soldados, estudantes, clérigos e mulheres de preto carregando crianças pequenas lotaram as ruas de todo o país, muitas delas com retratos de Khomeini, que morreu em 1989, e do atual líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. O grande comparecimento em eventos patrocinados pelo Estado coincide com as dificuldades econômicas crescentes enfrentadas pela população.

No ano passado o Irã reprimiu protestos contra o baixo padrão de vida em mais de 80 cidades que representaram o maior desafio à sua liderança clerical desde uma revolta de 2009 desencadeada por uma eleição contestada. Os preços do pão, do óleo de cozinha e de outros itens básicos dispararam desde que o presidente Donald Trump retirou Washington do acordo nuclear de 2015 no ano passado e reativou sanções.

Em janeiro o presidente Hassan Rouhani disse que seu país está passando por sua pior crise econômica desde a deposição do xá, mas manteve o tom desafiador agora que os iranianos relembram o fim de um monarca que agradava os ricos e acionava sua polícia secreta contra os dissidentes.

Em um discurso na praça Azadi (Liberdade) de Teerã, Rouhani disse que os esforços dos EUA para isolar o Irã fracassarão. “Não deixaremos a América sair vitoriosa... o povo iraniano teve e terá algumas dificuldades econômicas, mas superaremos os problemas ajudando um ao outro”, disse.

Os manifestantes carregavam cães feitos de cartolina – um deles tinha o rosto de Trump e outro o rosto do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

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