COLUNA

A incoerência, mais uma vez

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26

O governador Flávio Dino (PCdoB) não demorou para ocupar as redes sociais com postagens sobre uma suposta investigação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para evitar um avanço da Igreja Católica junto a lideranças de oposição.
Dino classificou de “inaceitável” e até falou em volta da ditadura no Brasil. À sombra do comunista, o agora deputado Márcio Jerry já protocolou convocação do ministro Augusto Heleno, da Segurança Nacional, para esclarecer a denúncia de espionagem contra os membros da Igreja Católica.
A revolta, o protesto de Dino e dos seus aliados poderiam também ter ocorrido quando foi determinado à Polícia Militar do Maranhão que adversários do governo estadual fossem fichados para evitar “embaraços” nas eleições de 2018.
Ou seja, o governo de Flávio Dino esteve sob suspeita de ter criado uma comissão eleitoral dentro da polícia para espionar os adversários do comunista. E com ordens expressas por meio de memorando e com cobranças posteriores aos subordinados.
A única reação de Dino foi ironizar, na tentativa de diminuir a gravidade do fato. Mas, no fim de tudo, o governo nunca conseguiu explicar (de forma transparente) por que circulou na PM documento determinando fichamento de políticos adversários de Flávio Dino.
Mas esta é somente mais uma incoerência do governo do Maranhão. A mesma incoerência que faz com que politicamente ele tenha aliados não somente na esquerda, mas no centro, na direita e até na extrema direita.

Espionagem no MA
Do caso da espionagem da PM, o que ficou constatado é que dois oficiais ouvidos disseram que a ordem partiu do coronel Heron Santos, que tinha ligações estreitas com o PCdoB de Flávio Dino.
A Secretaria de Segurança chegou a abrir uma sindicância, que também não teve nenhum efeito prático, a não ser um release enviado à Folha de S. Paulo para divulgar a informação unilateral do governo.
Mesmo governo que agora reclama de espionagem contra os padres.

Negou
O deputado federal Hildo Rocha (MDB) negou que tenha conversado com o Solidariedade, partido que no Maranhão é comandado pelo suplente de deputado Simplício Araújo.
Segundo Rocha, não há intenção de “pegar” o comando do partido no estado. Ainda de acordo com o parlamentar, a intenção dele é ficar com a presidência estadual do MDB.
Hildo Rocha disputa o comando do partido com o deputado estadual Roberto Costa. Ainda não há data definida para a eleição interna do MDB.

Bancada
A disputa pela coordenação da bancada maranhense, em Brasília, está acirrada. Os governistas Gil Cutrim (PDT), Juscelino Filho (DEM) e Cléber Verde (PRB) estão se movimentando em busca de apoio.
Cutrim já tem o voto declarado do deputado Josimar de Maranhãozinho (PP) por relações próximas com o pai do pedetista, conselheiro do TCE, Edmar Cutrim.
Juscelino Filho tem o apoio de Flávio Dino e conta com isso para levar a coordenação. Cléber Verde corre o risco de entrar na disputa e perder novamente, como ocorreu em 2016, quando Luana Costa levou.

Passou mal
O deputado estadual Rildo Amaral (SD) passou mal durante a sessão de ontem na Assembleia Legislativa.
Amaral sentiu tonturas, foi atendido no setor médico da Casa e depois saiu em cadeira de rodas para um hospital particular de São Luís.
Uma infecção seria a causa do mal-estar. Em mensagem pelo
WhatsApp, o deputado disse que está com problema de saúde há 10 dias e que teve uma “pequena complicação”.

Confirmação
Flávio Dino confirmou que Jefferson Portela vai continuar à frente da pasta da Segurança Pública. Esta é a segunda confirmação da equipe do segundo mandato do comunista.
Como Portela é maçom, ele recebeu imediatamente congratulações do grão-mestre da Grande Loja Maçônica do Maranhão, Ubiratan João Castro.
Até a confirmação do governador, ainda existiam nomes ligados à Segurança que desconfiavam que Jefferson Portela perderia o espaço no primeiro escalão de Dino.

Explicações
Deve entrar na ordem do dia da sessão de hoje da Assembleia Legislativa um requerimento do deputado Adriano Sarney (PV).
O parlamentar buscará informações do governo Flávio Dino sobre a situação do Hospital Geral de Matões do Norte.
Esta será a primeira votação na Casa para testar a posição que os governistas - principalmente os novatos - irão adotar nesta legislatura.

DE OLHO
200 partos mensais eram realizados na Maternidade Maria do Amparo, que perdeu parceria com o governo de Flávio Dino e teve de encerrar as atividades. Vereadores de São Luís tentam reverter a situação com auxílio da Prefeitura da capital.

E MAIS
• Mesmo tendo anunciado que o hospital de Matões do Norte foi fechado para reforma, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) ainda não detalhou nada a respeito da obra.

• Não há edital para contratação de empresa, não há valores, não há previsão para a reforma.Existe somente a fala do secretário Carlos Lula dizendo que vai ter reforma.

• Fica parecendo que o governo teve de fazer esta reforma mesmo não querendo, para evitar mais desgastes na área da Saúde.

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