Hospital

Denúncia de fechamento de hospital é a primeira crise do Governo em 2019

Governo recuou e anunciou reforma de hospital entregue em 2014, após a forte repercussão da denúncia feita por funcionários da unidade

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
(Hospital Matões do Norte)

A denúncia formulada por servidores de fechamento do Hospital Geral de Matões do Norte, que é administrado pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH) instalou a primeira crise institucional no Governo do Estado.

A denúncia foi feita no dia 1º deste mês e resultou em protesto de funcionários, pacientes e da população da região e provocou forte desgaste à gestão de Saúde do Estado, após a confirmação do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Maranhão.

O caso também repercutiu na Assembleia Legislativa do Maranhão, com forte crítica de deputados da oposição.

Na semana passada, o deputado Wellington do Curso (PSDB), por exemplo, cobrou respostas do secretário de Saúde, Carlos Lula, à denúncia de fechamento da unidade. Ele lembrou que o hospital é novo, inaugurado há apenas 5 anos, e por isso qualquer tipo de reforma deve ser questionada e fiscalizada.

Ele também falou do sentimento de revolta da população, por conta da suspensão de atendimentos no local.

“Flávio Dino não sabe a realidade do povo do Maranhão. Só um governador muito alienado fecharia um hospital que atende mais de 14 municípios. Se é apenas para a reforma, por que não fez algo gradativo? Por que de forma tão abrupta? E outra, mais uma vez eu tento ensinar Flávio Dino aquilo que ele ainda não entendeu: o governo do Maranhão não é a casa dele. Se está em reforma, onde está a placa com os valores que serão gastos? Onde está o nome do responsável e a origem dos recursos? Ou será se isso é apenas mais uma ‘desculpa’ para um dos desvios milionários da saúde pública do Maranhão? Flávio Dino fechou Hospital de Matões do Norte e quem sofre é a população. Isso não vai ficar assim. Já adotei as providências cabíveis e continuamos à disposição”, criticou.

Ele também disse que dentre as providências já adotadas, estão a representação em desfavor do Estado do Maranhão junto ao Ministério Público. Ele lembrou que o hospital atende a população dos municípios de Anajatuba, Arari, Belagua, Cantanhede, Itapecuru, Matões do Norte, Miranda, Nina Rodrigues, Pirapemas, Presidente Vargas, São Benedito do Rio Preto, Urbanos Santos, Vargem Grande e Vitória do Mearim.

Outro lado – Na ocasião da denúncia, no dia 1º de fevereiro, o secretário Carlos Lula reagiu e tratou o caso de “fake news”.

Apesar de negar o fechamento, o titular da SES informou que os pacientes que seriam atendidos em Matões do Norte serão encaminhados a unidades em cidades próximas.

“Para garantir a continuidade do atendimento aos pacientes da unidade, já realizamos o referenciamento dos mesmos para os hospitais localizados nas cidades de Alto Alegre do Maranhão, Peritoró e Chapadinha”, declarou.

Três dias depois [4 de fevereiro], o Governo do Estado anunciou oficialmente a suspensão de atividades na unidade para uma reforma e serviços de adequação.

Na nota, o Governo informou que “as obras são necessárias para adequação da unidade ao padrão exigido pelo Ministério da Saúde, dentro das recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”. Sem os serviços, segundo o Governo, o Hospital Regional de Matões do Norte corria risco de sofrer consequências perante o Ministério da Saúde.

De acordo com o Governo, as obras têm prazo de conclusão de 60 dias. “Com a paralisação temporária das atividades do Hospital Regional de Matões do Norte, as unidades de saúde localizadas nas cidades de Alto Alegre do Maranhão, Peritoró e Chapadinha vão absorver, em sua totalidade, os atendimentos realizados na cidade de Matões”.

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