Câmara dos Deputados

“Reforma da Previdência é uma necessidade”, diz João Marcelo

Deputado federal do MDB, em visita a redação de O Estado, falou a respeito de temas polêmicos como a reforma da Previdência e o projeto de lei anticrime que tramitarão na Câmara; parlamentar comentou sobre a eleição do MDB no MA

Carla Lima/Editora de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
João Marcelo de Souza acredita que reforma da Previdência não seja apreciada no 1º semestre deste ano
João Marcelo de Souza acredita que reforma da Previdência não seja apreciada no 1º semestre deste ano (joão marcelo)

Pautas polêmicas como a reforma da Previdência e o projeto de lei anticrime, do Ministério da Justiça comandado por Sérgio Moro, dominam as discussões no início da legislatura. Deputados federais e senadores já debatem as possibilidades de votação das duas propostas que serão enviadas pelo Palácio do Planalto. Sobre estas propostas, o deputado do Maranhão, João Marcelo Souza (MDB), em visita a redação de O Estado, afirmou que defende a necessidade de reformar as regras para a previdência, mas acredita que não será possível ser votada no Congresso ainda no primeiro semestre deste ano.
João Marcelo está em seu segundo mandato e, por duas vezes, já discutiu a reforma da Previdência tanto no governo de Dilma Rousseff (PT) quando na gestão de Michel Temer (MDB). Segundo o parlamentar, há uma necessidade para que as regras para a aposentadoria sofram mudanças já que o sistema atual não conseguirá ser mantido no futuro.
“Nós vamos esperar para saber como este projeto vai chegar na Câmara e como será construído. O certo é que a crise da previdência está cada vez mais batendo a porta dos brasileiros de forma que fica inviável não fazer uma reforma. Eu tenho estudo esta matéria desde a época da Dilma [Rousseff] e do governo Temer também. A preocupação deve quais mudanças que serão propostas”, afirmou.
Mesmo diante da necessidade, de acordo com o emedebista, nesta nova legislatura há uma insegurança para promover mudanças nas atuais regras para aposentadoria. E, ainda segundo João Marcelo, isto leva a uma resistência dos parlamentares em votar a proposta.
“Há muita resistência porque é uma matéria indigesta assim como foi a reforma trabalhista. Porque a impressão para alguns deputados e para a população é que serão retirados direitos já que sabemos que a intenção é aumentar a idade e o tempo de contribuição e as pessoas querem manter como ocorre hoje, mas há um débito da previdência já com participação no PIB”, afirmou.
Por se tratar de uma proposta polêmica, João Marcelo acredita que o governo de Jair Bolsonaro precisa conversar com os parlamentares para aprovar. O que o emedebista não acredita é que a reforma da Previdência seja aprovada ainda no primeiro semestre deste ano como pretende o Planalto.
Devido à complexidade do tema, João Marcelo diz acreditar que uma votação da proposta ocorra somente no segundo semestre deste ano.

Proposta de Moro
Sobre a proposta apresentada pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, chamada de anticrime, o deputado disse ainda não ter se aprofundado no tema, mas diz que discorda de algumas ideias do ex-juiz.
Na análise de João Marcelo, Sérgio Moro ainda não conseguiu ter a noção do cargo que ocupa e que precisa tratar com políticos.
“Ainda discordo de algumas ideias do ministro Moro. Ele ainda vem para cima dos parlamentares. Na primeira conversa que teve com os deputados, não deu espaço para a participação dos parlamentares. Era dado um minuto para cada deputado perguntar. Ele quis empurrar goela abaixo as ideias dele. Mas acredito que temos muito o que debater a respeito”, afirmou João Marcelo.
Outro tema polêmico do governo de Bolsonaro, o decreto que permite a posse de arma pelo cidadão. O deputado do MDB é contra o decreto presidencial por entender que não resolve o problema da violência. “Pelo contrário, acredito que isto possibilita a vinda da violência para dentro dos lares. Se um bandido sabe que você tem uma arma em casa, vai invadir a sua casa para roubar esta arma, por exemplo”, comentou.

Deputado quer consenso na eleição do MDB no MA

João Marcelo Souza comentou ainda a respeito da eleição interna do MDB. Segundo ele, a eleição para a escolha da nova executiva estadual não deverá ocorrer agora porque a Executiva Nacional mudou a data para setembro a escolha da nova composição. Com isto, o Maranhão deverá seguir e adiar eleição interna, que inicialmente seria em janeiro ou fevereiro.
Enquanto isto, segundo o deputado, as conversas ainda estão acontecendo já que há duas pré-candidaturas já apresentadas que são do deputado federal Hildo Rocha e do deputado estadual Roberto Costa.

Consenso
A ideia, de acordo com João Marcelo, é que se tente um consenso e para isto, reuniões deverão ocorrer tanto entre os quatro deputados (João Marcelo, Hildo Rocha, Roberto Costa e Arnaldo Melo) também com os prefeitos da legenda e as lideranças do partido.
Mas mesmo que não haja consenso, o emedebista não considera que uma disputa no voto pelo comando do partido um enfraquecimento. “Pelo contrário, é uma disputa voto a voto dentro de um processo democrático. Não vejo que uma disputa assim fará o partido rachar. De forma alguma. O que temos que fazer é buscar o diálogo e trabalhar para o fortalecimento do MDB”, disse.
João Marcelo comentou ainda sobre a bancada maranhense na Câmara. Segundo ele, ainda não houve uma reunião entre os 18 deputados do estado. “Eu conversei separadamente com alguns deputados somente”.

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