Denúncia

Nobel da Paz, Rica Óscar Arias é acusado de assédio sexual

Cinco mulheres se manifestaram, mas procuradoria-geral da Costa Rica diz que recebeu apenas uma queixa contra Arias, que é ex-presidente do país

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Óscar Arias, ex-presidente da Costa Rica e vencedor do Nobel da Paz
Óscar Arias, ex-presidente da Costa Rica e vencedor do Nobel da Paz (Reuters)

COSTA RICA - O vencedor do prêmio Nobel da Paz e ex-presidente costarriquenho Óscar Arias foi acusado por cinco mulheres de assédio ou agressão, aumentando as alegações contra ele e servindo como exemplo de grande repercussão do movimento #MeToo na América Latina.

As denúncias das mulheres ameaçam a reputação do ex-presidente, que é um dos estadistas latino-americanos mais respeitados e ganhador do Nobel da Paz em 1987 por seu papel na negociação do final de guerras civis na região.

A primeira mulher a se pronunciar, no que logo se tornou um dos exemplos mais destacados do movimento #MeToo na América Latina, foi ativista antinuclear Alexandra Arce.

Arias negou as alegações de Alexandra por meio de seu advogado, Erick Ramos, que na quinta-feira disse à Reuters que seu cliente não quer comentar as alegações subsequentes.

Ramos disse que a procuradoria-geral da Costa Rica lhe informou que só um caso foi relatado. A Procuradoria-Geral confirmou ter recebido uma queixa contra Arias. "Respeitamos as declarações destas pessoas na mídia e nas redes sociais", afirmou Ramos.

Outra denúncia

A decisão de Alexandra inspirou mais mulheres a se manifestarem, entre elas Emma Daly, diretora de Comunicação do grupo internacional de direitos humanos Human Rights Watch.

Emma disse que trabalhava como jornalista na América Central em 1990 quando Arias a abordou junto a um grupo de repórteres no saguão de um hotel de Manágua, capital da Nicarágua. Foi quando ela lhe fez uma pergunta.

"Ele parou, me olhou e, ao invés de responder minha pergunta, esticou a mão, tocou meu peito e depois colocou a mão entre meus seios e disse 'você não está usando sutiã', ou palavras semelhantes, e depois seguiu em frente", contou Emma à Reuters na quinta-feira. "Fiquei completamente chocada, e a única coisa que consegui dizer foi 'sim, estou'".

À época ela trabalhava como freelancer para a Reuters e o "Tico Times", um jornal da Costa Rica.

"O fato de que ele tem um currículo profissional incrivelmente impressionante não lhe dá o direito de tratar as pessoas deste jeito", disse.

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