Controversa

PM contesta números de assaltos em ônibus

Batalhão alega que SET registra o mesmo crime mais de uma vez; SET nega duplicidade de registros

Emmanuel Menezes / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h26
Números de assaltos a ônibus são contestados
Números de assaltos a ônibus são contestados (Em oito meses, 406 assaltos a ônibus registrados na Ilha )

Após a reportagem de O Estado, veiculada nesta quinta-feira (7), que aponta acréscimo de 36,03% no número de assaltos a ônibus na Grande São Luís, em 2018, em relação ao ano de 2017, o Batalhão Tiradentes, da Polícia Militar, contestou alguns dados. Os números apresentados pelo coronel Andrade, extraídos do Sistema Integrado de Gestão Operacional (Sigo), mostram que em 2018 foram computados 506 assaltos a ônibus na Ilha.

“Convém ressaltar que a metodologia utilizada para se obter os dados supramencionados foi por meio de uma análise quantitativa e qualitativa feita entre os dois anos referenciados, o qual diverge do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís (SET), que adota uma metodologia diferente, na qual computa todo e qualquer registro de ocorrência, quer seja feita por passageiros que se encontravam no interior do ônibus e tiveram seus pertences roubados, quer seja por aqueles usuários do transporte nos pontos de paradas que foram vítimas da mesma ação criminosa”, explica o coronel.

De acordo com dados divulgados pelo Centro de Apoio Operacional Criminal (CAOp-Crim), órgão do Ministério Público do Maranhão (MPMA), que utiliza os números obtidos pelo SET, foram registrados 672 ocorrências em 2018.

Negativa
O superintendente do SET, Luís Cláudio Siqueira, negou que haja duplicidade de boletins, que gere aumento nos números de assaltos em ônibus em São Luís. “Nós pedimos que as empresas que sofrem assalto nos mandem a cópia do boletim do veículo, e repassamos isso diariamente (quando é o caso) via e-mail para um canal onde diversos batalhões policiais possuem acesso”, diz.

Com base no Núcleo de Inteligência (Setor de Análise) do Batalhão Tiradentes, mais dados foram revelados a O Estado. Na Grande São Luís, circulam cerca de 1.100 ônibus todos os dias, sendo transporte para mais de 750 mil pessoas. Em 2018, os dados mostrados pelo Batalhão apresentam uma redução de 13,21%, se comparado ao ano de 2017, quando 583 assaltos foram registrados. “Aumentamos as abordagens nos coletivos em 2018. A diferença ainda é pouca, mas isso deve mudar gradativamente com o passar do tempo”, diz o coronel Andrade.

Segundo os dados, 33.169 ônibus sofreram abordagem policial em 2018. Isso representa um aumento de mais de 300%, se comparado ao trabalho da polícia em 2017, que realizou 8.270 abordagens. Ainda no ano passado, 35 pessoas foram apreendidas com armas de fogo, 80 armas brancas apreendidas, 92 assaltantes presos, 36 presos por tráfico de drogas, 29 presos por serem foragidos e mais de 400 encaminhados a polícia por demais delitos. “O número de armas de fogo, por exemplo, poderia ser maior. Agora, os assaltantes de coletivo andam em grupos com mulheres e colocam elas para portarem o objeto, mas muitas vezes as mulheres não são revistadas pela falta da presença de uma oficial mulher nas rondas”, comenta o coronel.

SAIBA MAIS

Em reportagem de mesmo conteúdo veiculada por O Estado em dezembro do ano passado, o superintendente do SET declarou que as ocorrências são, na maioria das vezes, praticadas por menores e jovens de até 25 anos. Além disso, o superintendente também destacou que “é costume dos assaltantes entrarem nos terminais e anunciarem o assalto”.

Também frisou que o “maior prejuízo é dos passageiros, pois eles têm seus pertences, como bolsas, celulares, entre outros, roubados” e que esse tipo de “ações não causa tantos impactos aos caixas das empresas, porque atualmente os passageiros utilizam mais cartão e não há tanto dinheiro acumulado nos coletivos”.

Conforme dados divulgados na reportagem, a Avenida Beira-Mar, na região central da capital maranhense, é uma das vias com maior incidência de assaltos a ônibus, assim como a região do Monte Castelo e nas abrangências dos bairros Maranhão Novo, Ipase, Cohama, Bequimão e Vinhais, além do Anil e Turu.

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